Laura Stevens –
A sala estava em silêncio agora. Só se ouvia o som suave do monitor cardíaco, o respirar lento de Tereza no bercinho ao lado, e o zumbido constante da minha cabeça tentando se acostumar com a ausência dele. Com a ausência daquilo que um dia eu jurei que era amor.
Amanda dormia recostada no sofá ao fundo do quarto, exausta. E eu... eu apenas observava minha filha.
Ela havia acabado de mamar e agora dormia com aquela expressão serena, de quem não conhece ainda a dor do mundo. Eu passei os dedos suavemente por sua bochecha e sorri, com o coração remendado às pressas por aquele pedacinho de gente.
Foi então que a porta se abriu.
Christian.
Meu olhar se ergueu devagar e encontrei o dele. Estava cansado, abatido, como se tivesse corrido mil quilômetros para chegar até mim.
—Amor... meu Deus, vocês estão bem? — Ele perguntou, entrando devagar, sendo cauteloso.
Amanda, que estava ao meu lado, despertou com a voz dele e se levantou num pulo, olhando de mim para ele com uma expressão assustada.
Ele deu mais um passo.
—Eu vim assim que soube. Me desculpa por não estar aqui. Me desculpa... — a voz dele falhou.
Me levantei com esforço, encarando-o friamente.
—Quer ver sua filha? Então olha. — Apontei para o bercinho, com o meu coração apertado — Linda, saudável… mas chegou antes da hora. Por quê? Porque a mãe dela passou a noite destruída… chorando por causa de uma foto.
Ele franziu a testa, confuso.
—O quê? — Perguntou ele, fingindo não saber do que eu falava.
Soltei uma risada seca, amarga. Peguei meu celular e estendi em sua direção, com a tela já na imagem.
—Aqui. Talvez refresque sua memória.
Amanda observava tudo em silêncio. O clima pesava tanto que dava para sentir no ar. Ela deu um passo para trás, e avisou num tom leve:
—Vou esperar lá fora, tá?
Apontei meu dedo para ela, sem tirar os olhos de Christian.
—Não. Você não precisa sair. Nós não temos segredos aqui, Amanda.
Ele se virou para encará-la, ainda mais confuso.
—O que está acontecendo? — Perguntou ele, virando de Amanda para mim. —Eu não estou entendendo nada.
Amanda deu de ombros.
—Isso é entre você e ela, meu amigo.
—Deixa a gente conversar! — ele pediu, virando de novo para Amanda.
Me irritei.
—Se alguém vai sair daqui esse alguém é você, Christian. Não ela.
Ele respirou fundo, tentando manter a calma.

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