Christian Müller –
O quarto estava silencioso, iluminado apenas pela luz suave de uma luminária no canto. O som do monitor cardíaco e da respiração tranquila de Laura eram quase um mantra para o caos que ainda fervilhava dentro de mim.
Entrei devagar, como se pudesse quebrar o pouco de paz que havia ali. Assim que atravessei a porta, ouvi um choramingo fino e baixo vindo do berço ao lado da cama.
Minha filha.
Dei alguns passos até ela, o coração acelerando ao vê-la tão pequena, tão perfeita, mesmo em meio a tanto tumulto.
Seus bracinhos se agitavam, o rostinho vermelho pelo choro. Ela precisava de colo, de conforto. De mim.
Peguei-a nos braços com todo o cuidado do mundo, como se fosse feita de vidro. Ela se aninhou contra o meu peito num movimento instintivo e aos poucos o choro foi diminuindo.
— Você é tão linda... — murmurei, emocionado, admirando os traços delicados que começavam a se formar. Havia algo da Laura nela — o formato do queixo, o nariz pequeno — mas também vi um pouco de mim ali. Era uma mistura perfeita.
Ajeitei a fralda dela, trocando-a com toda a delicadeza que consegui reunir, mesmo sentindo as mãos um pouco trêmulas. Depois, me sentei na poltrona ao lado da cama, embalando a pequena em meus braços, até que ela adormeceu novamente, completamente entregue.
Meu olhar então se voltou para Laura.
Ela dormia profundamente, exausta. As olheiras marcavam seu rosto pálido, e ainda assim, era a mulher mais bonita que eu já tinha visto. Um suspiro escapou dos meus lábios.
Como tudo tinha saído tão errado tão rápido?
Me levantei devagar, coloquei a bebê no bercinho e fui até Laura. Me inclinei sobre ela, afastando uma mecha de cabelo de sua testa, acariciando seus fios macios.
— Você precisa deixar de ser cabeça dura — sussurrei, com um sorriso mínimo. — Você sabe que é tudo para mim...
A cobri com o cobertor fino, ajeitando-o com cuidado para que ela se mantivesse aquecida e voltei para a poltrona, com o coração pesando mais do que eu podia aguentar.
Foi então que meu celular vibrou no bolso.
Peguei-o imediatamente, preocupado que fosse algo urgente
Era uma mensagem do Mark.
"Consegui ver algumas imagens. Christian, não existe nenhuma advogada com aquele nome que ela usou. E tem mais...Não é a primeira vez que essa mulher aparece. Ela já foi vista algumas vezes te seguindo. No aeroporto, em cafeterias... Em alguns vídeos, ela até parece embarcar nos mesmos voos que você."
Fiquei paralisado por um momento, lendo e relendo aquelas palavras, tentando processar o que significavam.
Aquela mulher...
Aquilo era mais sério do que eu imaginava.
Me inclinei para frente, com a testa apoiada na mão, o peso da revelação me esmagando.
Digitei uma resposta rápida, a voz baixa escapando entre os dentes:
— Alguma informação sobre essa mulher? – Mandei em um áudio baixo.
A resposta veio quase instantânea.

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