Laura Stevens –
Sair do hospital foi como atravessar uma fronteira invisível. Deixávamos para trás a angústia dos dias difíceis, mas ainda carregávamos o peso das emoções.
Amanda caminhava ao meu lado, carregando a bolsa da bebê, enquanto eu embalava minha pequena nos braços, protegendo-a do vento suave da manhã.
Assim que chegamos perto do estacionamento, meus passos vacilaram.
O que eu via, e pegou de surpresa.
Christian estava a poucos metros de nós, abraçado com uma menina.
Ela tinha traços levemente puxados, a pele bronzeada e um sorriso tímido. Era magra, franzina e não parecia ter mais do que a idade do Nathan.
Antes que eu pudesse reagir, meu olhar deslizou para o lado.
Ali, ao lado de Christian, havia uma mulher. Também de pele morena, traços delicados e o mesmo ar cansado e gentil. Ela segurava um bebê enrolado em uma manta clara, como quem carrega o maior tesouro do mundo.
Fui me aproximando devagar, sem entender nada do que estava acontecendo.
Christian me viu chegando e imediatamente se endireitou, passando o braço pelas costas da menina, como se quisesse inclui-la no momento.
— Amor — ele chamou, com a voz suave e os olhos brilhando de ansiedade — Quero que conheça a Rosário.
Ele sorriu, e com a outra mão acariciou carinhosamente os cabelos da pequena.
— E essa aqui é a Guadalupe. – Completou ele.
A menina sorriu timidamente e acenou para mim. Eu acenei de volta e então, ele continuou.
— E esse bebezinho aqui... É o Gutierrez.
Eu mal conseguia absorver toda aquela informação quando a mulher deu um passo à frente, com o bebê bem aconchegado em seus braços.
— Senhora, eu vim pessoalmente agradecer a ajuda do seu marido. Na verdade, graças à ele, meu bebê está vivo.
Meu coração apertou.
Ela continuou, com a voz embargando de emoção:
— Meu marido foi preso na alfândega enquanto tentávamos atravessar o país. Eu fiquei desamparada, sem saber a quem recorrer. Mas seu marido... ele nos estendeu a mão. Nos deu esperança.
Virei meu rosto para Christian, notando ter mais além do que ele me contou. E ele logo esclareceu.
— Eu ofereci uma vaga de copeira na empresa. Ouvi dizer que ela faz um ótimo café.
Rosário sorriu de maneira tímida, mas genuína e assentiu com a cabeça.
— Eu agradeço imensamente a oportunidade. Assim conseguirei ficar no país, trabalhar e cuidar dos meus filhos. Muito obrigada, mesmo.
Christian então puxou do bolso um cartão e o entregou a ela com firmeza.
— Tire sua licença primeiro, Rosário. Depois venha até nós. E se tiver qualquer problema na nova moradia, entre em contato. Estamos aqui para ajudar.
Ele a conduziu até um carro parado a frente, trocou mais algumas palavras com ela e voltou até mim.
Amanda me ajudou a entrar no banco de trás do carro, ajeitando a bebê em meus braços com cuidado. Sorri em agradecimento, mas ainda absorvendo tudo que havia acabado de acontecer.
Amanda se inclinou na janela, trocou um olhar cúmplice com Christian e disse:

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Casamento Secreto com o meu Chefe