Assim que entrei em casa, parei ao ver Christian prestes a sair.
Ele vestia uma camisa branca de algodão e jeans escuros. Era estranho vê-lo sem terno.
De alguma forma, ele parecia mais humano… e ainda mais perigoso.
Assim que ele me viu, ele deu um passo à frente e sua expressão se suavizou.
Seus olhos me analisaram rapidamente, como se estivesse conferindo se eu estava inteira.
— Até que enfim — murmurou ele, antes de me puxar para um abraço inesperado.
Fiquei paralisada por um momento, sentindo o calor do corpo dele contra o meu. A respiração de Christian era firme, o cheiro amadeirado de seu perfume me envolvia intensamente inebriando meus sentidos. E por mais que eu soubesse que deveria me afastar, meu corpo não se moveu.
Mas então a realidade me atingiu. Ele estava de saída e eu sabia exatamente para onde e com quem ele iria se encontrar.
Me afastei devagar, colocando um espaço seguro entre nós.
— Christian... Eu...não quero estragar o seu programa — murmurei, tendo espaço o suficiente para me sentir segura.
Christian franziu o cenho, mostrando-se confuso enquanto me encarava.
— Ivy, o que você quer dizer com isso?
Soltei um riso seco, tentando ignorar a irritação que crescia dentro de mim.
— Você não estava de saída? Vá. Não se deve deixar uma dama esperando. - Falei sentindo as palavras descerem pela minha garganta como prego.
Ele piscou algumas vezes, mostrando-se surpreso.
Por um instante, Christian apenas me observou, como se estivesse processando minhas palavras. Então, um sorriso lento e divertido apareceu no canto de seus lábios.
— Ah… então é isso. - Disse ele me fazendo revirar os olhos.
— Isso o quê? - Perguntei arqueando uma sobrancelha o vendo sorrir com um humor que só ele entendia.
— Você acha que eu tenho um encontro.
Quando ele falou, tentei manter a expressão neutra, mas minha mandíbula travou.
— Não tenho nada a ver com isso. Se tem ou não, isso não é problema meu.
Christian balançou a cabeça, parecendo se divertir com a situação.
— Cancelei. - Disse ele me fazendo piscar algumas vezes.
— O quê?
— O encontro. Eu cancelei! - Disse ele, unindo dois dedos para dar um “peteleco” na minha testa. — Era um jantar com um representante. Cancelei porque minha esposa ainda não havia chegado em casa e eu estava preocupado.
Toda aquela frase e a forma em que ele disse “Minha esposa”, fez algo dentro de mim se revirar. Christian então, me olhou, dando meio sorriso.
— No caso, você sabe que me refiro a você, certo?
Assim que ele falou, engoli em seco desviando o olhar, sentindo meu coração bater um pouco mais rápido. Ele então, observou as sacolas que eu havia deixado no chão e arqueou uma sobrancelha.
— Já que eu não tenho nenhum programa para essa noite, que tal fazermos um em família?
Aquilo me pegou desprevenida.
— O quê? - Perguntei o vendo se afastar e sorrir, apontando para a sacola.
— Me mostra o que comprou.
Balancei a cabeça, rindo, ainda afanando os cabelos dele.
— Você é impossível. - Falei em um tom baixo, o vendo sorrir, mas de forma inaudível.
Christian então me olhou de um jeito diferente. Um jeito que fez meu coração falhar uma batida.
Ele respirou fundo e se levantou, tocando o meu rosto com os dedos quentes e sussurrou:
— Você é a mulher mais linda que já vi quando sorri.
O sorriso sumiu do meu rosto e meu corpo ficou tenso.
E então, naquele silêncio, percebi que estava em perigo. Não do tipo que me fazia correr…mas do tipo que me fazia querer ficar.
Só havia um único problema. Não podíamos criar expectativas e nem sentimentos.
Esse era o motivo que me fazia confundir todas as ações dele comigo. E talvez, eu esteja me iludindo, sozinha.
Respirei fundo e tirei a mão dele do meu rosto, me levantando do sofá, mas assim que fiquei de pé e ameacei dar um passo, meu corpo foi puxado.
Christian me colocou em cima do seu colo e manteve seus olhos intensos e fixos para mim.
Ele então, soltou um respiro forte, mantendo o contato visual.
—Ivy, eu sei que as vezes eu passo dos limites. Não quero que você ache que estou me aproveitando de...- Antes que ele terminasse de falar eu o cortei.
—Você não me deve nenhum tipo de explicação. Não se preocupe, eu sei meu lugar. Assim que o bebê nascer eu irei embora.
—A questão é...E se eu quiser que você fique?

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