Eu o olhei, assustada.
Por dentro, eu me segurava, tentando não me deixar levar, tentando não me perder ainda mais naquele homem. Porque eu sabia...
Eu sabia que estava apaixonada. Cada toque, cada olhar, cada palavra dele me puxava mais para esse abismo. Mas eu também sabia da dor que ele carregava, dos fantasmas que o assombravam e das razões que o levavam a tomar certas atitudes.
A questão era: até que ponto daquela noite era real? Até que ponto eu podia acreditar no que sentia?
Christian percebeu minha hesitação. Como sempre, ele lia cada detalhe em mim, cada dúvida, cada batida acelerada do meu coração.
Sem hesitar, ele segurou minha cintura e me puxou para mais perto. Meu corpo colidiu contra o dele, e eu senti o calor que emanava de sua pele, o cheiro amadeirado misturado com algo unicamente dele.
— Não fuja de mim, Ivy — ele murmurou contra meus cabelos.
A música suave preenchia o ar, e Christian nos fez balançar lentamente, como se quisesses manter aquele momento, aquele instante só nosso. Ele apoiou o queixo no topo da minha cabeça e suspirou, a voz saindo baixa, como um desabafo:
— Sabe, eu estive pensando no que você me disse. Na verdade… -Ele continuou a falar, apertando um pouco mais os braços ao meu redor — Eu não sei o que está acontecendo comigo.
Levantei o olhar para encará-lo, me mostrando confusa.
— Eu só consigo olhar para você e pensar que minha esposa é a mulher mais linda deste mundo. Isso me faz perceber que eu não olho para a nossa relação como se fosse falsa. O problema é que você se tornou meu ponto fraco, Ivy.
Fiquei sem palavras. Meu peito se apertou, minha respiração falhou. Ele… ele estava realmente dizendo aquilo?
Senti meu coração errar um abatida e levantei o olhar para ele, o vendo respirar fundo, mostrando sinseridade.
E então, olhando nos meus olhos, ele continuou a falar.
— E isso faz de você um alvo para todo mundo. E eu não quero que nada lhe aconteça.
Eu sabia que Christian tinha inimigos. Que estar ao lado dele significava estar no centro de um jogo perigoso, onde cada movimento poderia ter consequências irreversíveis. Mas ouvir aquilo da boca dele, sentir o peso das palavras enquanto seus olhos me encaravam com tanta intensidade… aquilo fez minha respiração falhar.
— Um alvo? — minha voz saiu num sussurro.
Christian deslizou a ponta dos dedos pelo meu braço, como se quisesse me acalmar, mas sua expressão era dura e séria.
— Eu tentei te afastar por isso, Ivy. Porque eu sabia que, no momento em que você entrasse na minha vida, as pessoas que querem me destruir tentariam chegar até mim através de você. De uma forma ou de outra.
Engoli em seco.
— E agora? - Perguntei confusa, mantendo os olhos nos dele.
Ele inclinou a cabeça, com os olhos percorrendo cada detalhe do meu rosto.
Assim que meus pés tocaram o chão, Christian fechou a porta atrás de nós, criando um casulo onde só existíamos nós dois.
O ambiente era acolhedor, o cheiro amadeirado e limpo preenchia todo o ar. Havia uma cama acoplada, perfeitamente arrumada, e uma janela semicoberta por uma cortina leve, revelando um pedaço do céu estrelado e o mar calmo.
Mas eu mal conseguia absorver os detalhes, porque Christian me puxou de volta para ele com um desejo bruto e urgente. Suas mãos desceram pelas minhas costas, firmes e possessivas, enquanto ele inclinava a cabeça para continuar explorando minha boca. O beijo agora era faminto, uma promessa do que estava por vir.
Meus dedos deslizaram pelo peito dele, sentindo a textura do tecido bem cortado do seu smoking. Queria senti-lo de verdade, sem barreiras, sem restrições. E como se pudesse ler meus pensamentos, Christian segurou minha mão e a guiou para sua gravata borboleta.
— Tire — ele murmurou contra meus lábios, a voz rouca, carregada de desejo.
Meu coração deu um salto.
Deslizei a gravata para fora, deixando-a cair no chão, e então passei para os botões da camisa. E então, sem conseguir mais me conter, deslizei as mãos por dentro do tecido, sentindo os músculos rígidos e definidos sob meus dedos.
Christian soltou um gemido baixo e pegou meu rosto entre as mãos, pressionando a testa contra a minha.
— Você está me deixando louco, Ivy...
E eu sabia bem o que aquilo queria dizer.

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