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Casamento Secreto com o meu Chefe romance Capítulo 51

Ivy Hunter –

O caminho até a cidade foi tranquilo e o cansaço me venceu sem que eu percebesse. O calor confortável dentro do carro e a presença silenciosa de Christian ao meu lado foram suficientes para me fazer apagar.

Em minha mente, cenas dos meus momentos com a minha avó me invadiam de uma forma tão confortável que por esse tempo, pareciam tão reais e que tudo não passou de um pesadelo.

Quando senti um toque leve no meu ombro e ouvi sua voz firme, mas soando baixa, meus olhos se abriram vagarosamente me fazendo voltar a realidade.

— Chegamos. – Disse ele me fazendo sentir novamente aquela dor e vazio dentro de mim.

Pisquei algumas vezes, me ajustando à claridade.

Olhei pela janela e meu peito se apertou.

A casa... O lugar onde passei tantas tardes correndo pelo quintal, onde minha avó me ensinou tantas lições sobre a vida.

Engoli seco, sentindo uma mistura de nostalgia e dor. Aquela sensação era destruidora.

Saí do carro e fui até o banco de trás, pegando a urna cuidadosamente. O peso dela parecia muito maior do que realmente era.

Meus olhos arderam, mas eu respirei fundo, tentando conter as lágrimas.

Dei alguns passos até a entrada da casa e passei a mão pela madeira da porta, sentindo sua textura áspera e familiar.

E então, eu a abri vagarosamente, sentindo meu olfato sendo tomado pelo cheiro de madeira velha e casa fechada. Naquele momento, respirei fundo e coloquei um sorriso fraco nos lábios.

— Vovó… Lar, doce lar.

Assim que entrei na casa, fui atingida por uma sensação familiar.

Era como se o passado tivesse ficado impregnado ali, escondido nos móveis, nas paredes, no assoalho de madeira que rangia sob meus pés. Fechei os olhos por um instante e, como um filme antigo, as lembranças tomaram conta de mim.

Me vi pequena, correndo pela porta de entrada com o vestido rodado, rindo, enquanto minha mãe me chamava da cozinha e meu pai entrava logo atrás, tirando o paletó e sorrindo.

A cena mudou. Agora, eu corria para os braços da minha avó, me aninhando ali como se aquele fosse o lugar mais seguro do mundo. Naquele tempo, éramos felizes.

Mas então, outra memória tomou conta.

A expressão da minha mãe quando recebeu o diagnóstico. A maneira como seu corpo foi ficando mais fraco a cada dia, sua pele pálida, os olhos antes cheios de vida agora opacos e cansados. Lembro-me de Lea segurando sua mão, fingindo preocupação. Ela era a melhor amiga da minha mãe, trabalhava a anos para o meu pai; uma pessoa de completa confiança. Ou ao menos fingia ser.

O dia em que um envelope chegou até ela ainda estava gravado em minha mente.

Um teste de DNA. Meu pai tinha outra filha. Linda.

O choque foi grande demais para minha mãe, e aquilo só piorou sua condição. Era como se a doença tivesse avançado com mais força, determinada a levá-la antes que ela pudesse processar aquela traição.

Meses depois, ela se foi.

E logo após seu enterro, meu pai tomou uma decisão que destruiu qualquer esperança que eu ainda tinha de tê-lo ao meu lado. Ele se casou com Lea. Me trocou. Me deixou. E a única pessoa que ficou foi minha avó. A única que lutou por mim, que me acolheu e me deu amor quando mais precisei.

Um suspiro escapou dos meus lábios e senti minha garganta se fechar. Olhei ao redor da casa, sentindo cada detalhe como se fosse um pedaço de mim. Um aperto forte tomou conta do meu peito, mas junto com ele, um calor de gratidão.

A surpresa na estação da cidade 1

A surpresa na estação da cidade 2

A surpresa na estação da cidade 3

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