Christian Müller –
A festa estava de acordo com o que planejei.
Todos estavam bem-vestidos, a música estava suave ao fundo e o clima agradável.
Comecei a conversar com alguns empresários; alguns eu conhecia, outros eram do círculo de amizade de Richard e Jonathan. – Compreensivo, já que a festa era dos três grupos dessa vez.
Varri os olhos procurando por ela. A mulher que tem feito dos meus dias os mais doces e agradáveis.
Assim que a avistei, sorrindo de leve para mim. Notei que seus olhos pareciam tristes, algo aconteceu. Guardei as minhas mãos no bolso da calça e ameacei ir até ela, mas ao me mover, alguém tocou meu braço.
Assim que me virei para olhar, vinquei as minhas sobrancelhas e respirei fundo, tentando não estragar tudo.
— O que diabos você está fazendo aqui? — Perguntei o encarando com frieza.
Ele sorriu, aquele maldito sorriso presunçoso que sempre me irritou.
— Ora, Christian, essa não é forma de cumprimentar seu velho pai. Vamos conversar! – Disse ele dando alguns passos e ei fui, mas antes de me mover, olhei para a mulher da minha vida, tentando a avisar que eu logo voltaria para ela.
—Já volto! – Silabei a vendo sorrir mínimo, mais lindo.
Meu pai pegou um uísque da bandeja de um dos garçons que passava por nós e se virou para me olhar.
—O que você veio fazer aqui? – Perguntei entre dentes o vendo bebericar o líquido, com um sorriso provocativo no rosto.
— Estou aqui porque sou um Müller, como você. E também porque sou o novo sócio do Richard. Você não sabia?
Meu maxilar travou. Claro que eu sabia, eu já vigiava seus investimentos a meses e como sempre, eu já sabia que ele faria de Arthur a sua laranja.
— Você não passa de um parasita se agarrando ao que não te pertence, não é mesmo?
Ele riu, como se minhas palavras não passassem de uma brincadeira qualquer.
— Ah, meu filho… Você sempre tão dramático. Eu tenho tanto direito de estar nessa festa quanto você.
A raiva queimou no meu peito, mas eu a reprimi, deixando apenas um sorriso frio surgir nos meus lábios.
— Aproveite bem a festa, senhor Müller. Porque será seu último contato com a Müller & Co. – Falei dando alguns t***s no ombro dele, me afastando em seguida.
O olhar dele escureceu, mas eu já não me importava. Girei nos calcanhares, deixando-o para trás, e caminhei pelo salão.
Meus olhos encontraram Mark, que dançava com Amanda. Acenamos levemente um para o outro indicando que estava tudo sob controle. De acordo com o que planejamos
Tudo parecia em ordem. Ou deveria estar.
Foi quando percebi. Ivy. Onde ela estava?
Vasculhei o salão com os olhos, esperando encontrá-la em algum canto, talvez conversando com alguém ou pegando uma taça de água. Mas não havia sinal dela. Nada.
Naquele instante, meu peito apertou.
Continuei andando, minha inquietação crescendo a cada passo. Passei pelos corredores, chequei as sacadas, até mesmo fui até a copa onde os garçons descansavam. Nada.
Foi então que as luzes piscaram e se apagaram por breves segundos. Um blackout.
Os murmúrios se espalharam pela festa, mas logo as luzes voltaram.
Mas uma coisa não me deixou tranquilo. O burburinho vindo da entrada principal.
Virei o rosto a tempo de ver um dos seguranças se aproximando apressado do chefe da equipe. O homem cochichou algo e pude ver sua expressão se transformar em alerta.
De repente, o chefe de segurança me olhou com um semblante sério e eu logo entendi o recado.
— COMO ISSO ACONTECEU?!
O salão ficou em silêncio. Todos se viraram para mim, mas eu não me importei. Minha mente já trabalhava rápido.
Amanda se aproximou, os olhos arregalados, a pele mais pálida do que o normal.
— Christian, isso não pode estar acontecendo. Ela estava aqui!
— E agora não está mais! — fuzilei todos à minha volta. — Alguém a tirou daqui debaixo do meu maldito nariz!
Mark já falava com os seguranças, exibindo sua postura rígida.
— Bloqueiem todas as saídas do prédio. Quero todas as imagens de segurança nos últimos trinta minutos. E descubram qual foi o carro que saiu correndo do estacionamento!
Sim, eu prestei atenção enquanto os seguranças comentavam. Aquilo me deixou furioso.
O chefe dos seguranças assentiu e correu para obedecer.
Meu avô, Richard, surgiu no meio do caos, sua expressão carregada.
— Christian, o que está acontecendo? Onde está Ivy? – Perguntou meu avô, me olhando com preocupação.
A dor no olhar dele me fez respirar fundo, tentando conter o ódio fervente no meu peito.
— Ela sumiu, vovô. E eu vou encontrar quem fez isso.
— Meu Deus… Isso é terrível. Quem faria algo assim? – Perguntou Norma, tendo a minha atenção.
—Eu não sei, mas não deixarei essa pessoa viver!

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