O caos se espalhava pela festa como um incêndio descontrolado.
O som das sirenes já ecoavam do lado de fora, misturado ao burburinho dos convidados, que tentavam entender o que estava acontecendo.
Meu sangue fervia e cada músculo do meu corpo estava tensionado.
Ivy estava desaparecida.
Não havia espaço para dúvida. Não havia tempo para hesitação.
— Quero todas as saídas da cidade fechadas! Aeroportos, rodovias, ferrovias, tudo! — rosnei para um dos seguranças, que já estava no telefone coordenando as ordens. — Verifiquem as câmeras da cidade, rastreiem qualquer carro suspeito que tenha saído daqui. E ativem nossos contatos na polícia. Eu não me importo com o custo, eu quero Ivy de volta.
O chefe da segurança assentiu e saiu apressado, já transmitindo as ordens. Mark estava ao meu lado, com o celular no ouvido, lidando com outra parte das buscas. Amanda tremia, as mãos tapando a boca, os olhos arregalados.
Eu precisava manter o controle.
O ar ao meu redor parecia rarefeito, minha respiração pesada. Então senti uma mão firme em meu ombro.
— Christian.
Virei-me para encarar meu avô. Os olhos dele estavam carregados de uma seriedade diferente.
— Eu nunca te vi assim antes.
Cerrei os punhos, tentando conter o desespero que ameaçava transbordar.
— Porque nunca me tiraram algo que realmente importava.
Ele respirou fundo, estudando-me por um momento.
— Agora eu entendo. — Ele fez uma pausa, e pela primeira vez, sua expressão se suavizou. — Eu sempre achei que o que te faltava era mais controle. Mais foco. Mas eu estava errado. O que te faltava era ela.
Meus olhos se estreitaram.
— Não precisa dizer isso agora.
— Preciso. — Ele deu um passo à frente, mantendo seu olhar fixo no meu. — Você mudou, Christian. Eu vi você reviver desde que Ivy entrou na sua vida. Vi o brilho nos seus olhos quando falava da empresa. Vi a forma como você começou a olhar para o futuro com algo além de estratégia e números. Você quer essa empresa, mas não apenas porque ela é um legado. Agora, você quer porque quer um mundo para dividir com ela.
Minha mandíbula estava travada ao ouvi-lo falar daquela forma.
— Então vá buscá-la. – Disse ele me surpreendendo.
As palavras dele me atingiram como uma ordem.
Me virei para o olhar e assenti, sentindo um peso diferente dentro do peito.
E então, como se o próprio destino quisesse me testar, meus olhos encontraram Andressa e Norma do outro lado do salão.
Norma exibia uma expressão de falsa preocupação, mas sua boca estava crispada no canto, quase como um sorriso reprimido. Andressa, por outro lado, olhava ao redor com os ombros tensos, como se tentasse parecer chocada.
Algo dentro de mim parecia gritar me, e alertando.
Elas sabiam de alguma coisa.
Eu não disse nada. Não deixei transparecer. Apenas as observei por um segundo a mais do que deveria e então, sem quebrar minha postura, me virei para Mark.
— Vamos, temos muito trabalho a fazer.
As ruas estavam tomadas por policiais, agentes particulares e meus próprios seguranças. O nome Ivy Hunter já havia sido espalhado para todas as autoridades.
Nenhuma estrada sairia da cidade sem ser verificada. Nenhum carro suspeito passaria despercebido.
Mas ainda não era o suficiente.
Minha mão apertava o volante com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos.
— Não temos confirmação, senhor. Mas as chances são grandes.
A adrenalina explodiu dentro de mim.
— Me manda a localização exata.
Pisei no acelerador, sentindo a pressão subir dentro do meu peito. Se Ivy estava naquele carro, então eu precisava chegar lá antes que fosse tarde demais.
E então, o rádio da polícia crepitou.
— Código 3! Código 3! Acidente na rodovia Leste, próximo à saída 47. Veículo capotado e incendiado. Repetindo, veículo incendiado. Sem indícios de sobreviventes.
O tempo parou.
Mark me olhou, mas não disse nada. O silêncio dele confirmou que ele havia entendido o mesmo que eu. Apertei o volante, sentindo o metal se moldar sob minha força.
— Localização. Agora.
Mark digitou rápido no tablet, a tensão desenhada no rosto.
— É o carro que ela estava, Christian.
—Não, não é. É da minha mulher que estamos falando e eu não vou dar certeza até ver com meus próprios olhos.
Falei entre dentes, deixando minha voz soar com raiva. Eu não podia entregar os pontos agora. Não podia fraquejar.
Não até ter certeza.
Dirigi o mais rápido possivel, entrando na via secundária. Finalmente chegamos ao destino.
E por falar em destino...

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