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Casamento Secreto com o meu Chefe romance Capítulo 76

Christian Müller –

Peguei meu copo e ergui levemente na direção dela.

— Então, a negócios? — Minha voz saiu arrastada, provocativa, testando a reação dela.

Laura não desviou o olhar. Pelo contrário. Pegou seu próprio copo e ergueu no mesmo nível.

O toque gelado dos cristais ressoando entre nós, fez com que um brilho inundasse seus olhos.

— A negócios. — Ela concordou e então bebemos ao mesmo tempo.

O líquido desceu queimando, mas não mais do que a forma como ela me olhava.

Laura inclinou levemente a cabeça, me estudando como se tentasse decifrar algo.

— Você sempre leva tudo tão a sério, Christian? – Ela perguntou com um tom baixo e sensual.

O jeito como meu nome saiu de seus lábios me fez cerrar os olhos.

— E você sempre propõe negócios num bar, depois de algumas doses? – Perguntei a rebatendo, encarando-a fixamente. – Isso não é perigoso?

Ela sorriu, inclinando-se um pouco para frente, deixando o perfume dela chegar até mim, como uma lembrança que eu nunca tive. Aquele cheiro não era como o de Ivy, mas o da pele...

— Só faço isso quando me interessa. – Ela disse, me atiçando.

Minha mandíbula travou.

— E eu te interesso? - Perguntei a olhando seriamente.

Ela sorriu de lado, deslizando os dedos pelo próprio copo.

— Você me intriga. - Disse ela sem fazer ideia do que estava me causando.

Passei a língua pelos dentes, sentindo minha paciência se esgotar.

— Eu não gosto de joguinhos, Laura.

Ela riu. Baixo. Provocante.

— Isso é engraçado, porque parece que estamos jogando desde o primeiro instante.

A forma como ela disse aquilo me atingiu direto no estômago.

Eu queria desafiá-la.

Queria entender por que diabos aquela mulher, que tinha um rosto tão parecido com o de Ivy e ao mesmo tempo tão diferente, me fazia sentir como se eu estivesse perdendo o controle.

Então, me inclinei para perto, sem desviar dos olhos dela.

— Me diz uma coisa, Laura… — Minha voz saiu baixa, grave. — Como você sabe meu nome? Por que sinto que você sabe de mais sobre mim?

Os olhos dela brilharam, mas sua expressão permaneceu neutra.

Por um segundo, apenas um segundo, vi sua respiração vacilar.

Então, em vez de responder, ela sorriu e terminou o resto do whisky. Aquilo me intrigou, porque Ivy nunca bebeu. Pelo contrário, ela gostava de sentir o gosto entre os beijos, mas nunca a vi beber algo tão forte.

Laura colocou o copo vazio no balcão e se levantou devagar, me obrigando a acompanhá-la com o olhar.

Ela se inclinou para perto do meu ouvido e sussurrou:

— Boa noite, senhor Müller.

E antes que eu pudesse segurar seu pulso, ela já estava indo embora, deixando para trás apenas o cheiro do seu perfume e o gosto amargo da minha própria dúvida.

Fiquei sentado ali, sentindo o calor do whisky se misturar à frustração queimando sob minha pele.

Laura Stevens era um enigma. Eu amo enigmas.

Um quebra-cabeça incompleto, onde cada peça parecia pertencer a um passado que eu já tinha vivido… mas havia muita coisa que não fazia sentido.

Respirei fundo, tentando afastar a sensação de déjà vu que me consumia. E então, minha atenção foi capturada por algo.

— Talvez eu só goste de testar limites.

Eu soltei uma risada baixa, seca.

— Cuidado, Laura. Você pode acabar cruzando um, sem volta.

Ela sustentou meu olhar e então deslizou os dedos pela maçaneta da porta.

— Será?

O clique da fechadura ecoou no silêncio.

A porta se abriu apenas o suficiente para que ela desse um passo para trás, mas seus olhos ainda estavam presos nos meus.

Por um instante, só havia silêncio entre nós.

Ela esperava que eu entrasse?

Ela estava me testando?

Mas não. Não dessa vez. Eu não ia fazer isso com a memória de Ivy. Ou será que ela sabia dessas memórias?

Me inclinei levemente, trazendo meu rosto perto do dela. O suficiente para sentir sua respiração prender no ar. O perfume dela, os olhos azuis sobre os meus que se conectavam como se me pertencessem... Quem é você?

Soltei o ar dos meus pulmões forte, notando os pelos do braço dela se arrepiar aquilo me deixou satisfeito.

— Boa noite, senhorita Stevens.

Falei e então me afastei, deixando-a ali sozinha na porta entreaberta.

Senti os olhos dela queimar nas minhas costas como sinal de reprovação. Ela pensou que eu cairia nesse jogo de sedução.

Se ela pensou que eu estava cedendo a ela, estava muito enganada.

Laura quer jogar e eu vou participar dele, mas vou virar esse jogo.

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