Laura Stevens –
Meus olhos o acompanharam enquanto ele se afastava e meu coração saltou dentro do peito.
Assim que a porta se fechou atrás de mim, encostei as costas contra a madeira fria, soltando um suspiro trêmulo. Meu coração ainda estava disparado e minha cabeça latejava com tudo o que tinha acabado de acontecer.
O jeito como seus olhos se fixaram em mim, tentando atravessar a superfície da minha pele e alcançar algo além. Como se estivessem lutando contra lembranças que ele não sabia onde encaixar.
Ele suspeitava.
Engoli em seco e passei as mãos pelos braços, tentando me aquecer.
Meu corpo ainda sentia a tensão de estar tão perto dele, de escutar sua voz grave novamente, de vê-lo levantar o copo e brindar comigo como se aquele momento não significasse nada, mas significava.
Christian estava exatamente como eu sabia que estaria. Frio. Controlado. Impecável.
E enquanto eu estava bebendo ao lado dele o desafiando, quase me esqueci de tudo e me joguei nos braços dele.
Não posso esquecer.
Respirei fundo e então, um movimento na minha frente me trouxe de volta. Ergui o olhar a tempo de ver Edward sair das sombras do quarto com seu olhar avaliador.
— E aí? Conseguiu falar com ele?
Fiquei em silêncio por um momento, tentando encontrar palavras que fizessem sentido. Balancei a cabeça devagar, desviando o olhar enquanto me afastava da porta.
— Não... não ainda.
Minhas pernas me guiaram até a cama, onde meu filho dormia profundamente. Me ajoelhei ao lado dele e deslizei os dedos por seus cachos bagunçados. Minha âncora. Meu maior motivo.
Edward cruzou os braços e me observou em silêncio por um momento antes de falar novamente.
— Não vai ser fácil. Ele não é mais o mesmo cara de antes. – Disse ele me lembrando.
Apertei os lábios e olhei para ele por cima do ombro.
— Eu sei. – Eu realmente sabia disso melhor do que ninguém.
Respirei fundo ouvindo meu telefone vibrar na mesa de cabeceira. Fechei os olhos por um instante antes de pegá-lo e ver o nome no visor.
Sophie.
Suspirei e atendi sem muito humor.
— Oi.
— Conseguiu falar com ele? Como foi? — A voz dela estava tensa, preocupada.
— Não é tão simples assim, Sophie — respondi, esfregando a têmpora. — Não é fácil encarar o seu passado quando ele guarda um luto que nunca deveria ter existido.
O silêncio do outro lado foi denso.
Então Sophie soltou um suspiro e sua voz veio mais baixa, mais cuidadosa.
— Ivy... ele sempre soube que você não está morta.
Meu corpo congelou.
Um arrepio gelado subiu pela minha espinha e, por um momento, achei que meu coração tivesse parado.
Apertei o telefone contra o ouvido e tentei processar aquelas palavras.
— Sophie... Está sendomuito difícil olhar para ele e não poder contar a verdade. Sobre mim, sobre o filho dele...- Minha foz soou triste.
Do outro lado da linha, Sophie ficou em silêncio por alguns instantes. Quando falou novamente, sua voz era suave, carregada de uma tristeza melancólica.
— Eu entendo. Até porque vocês viveram uma linda história de amor, Ivy.
Sim, ela estava certa, mas e agora? O que restou de nós?
Eu acreditei que ele nunca iria atrás de mim. Talvez a reação dele ao me ver foi a mesma que eu tive ao descobrir que o vídeo da morte dele era falsa.
Meu olhar caiu novamente sobre meu filho, e a dor se intensificou. Ele parecia tão sereno enquanto dormia, mas eu sabia que essa calmaria não duraria para sempre.
— E o pequeno? Como ele está? — Sophie perguntou com cautela.
Respirei fundo e deslizei meus dedos pelos cabelos do meu filho o olhando.
— Ele parece bem... por enquanto, mas eu não sei até quando. – Falei a ouvindo suspirar.
— Você precisa falar com Christian, Ivy. Antes que seja tarde demais.
Meu peito apertou. Porque no fundo, eu sabia que ela estava certa.
Levei meu olhar para Edward o vendo confirmar e respirar fundo.
—Nós vamos te ajudar, Laura. Estamos do seu lado.
E então, Sophie concordou com o noivo.
—Sim Ivy, nós estamos com você!

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