Laura Stevens –
Segurei o telefone com mais força, escutando o suspiro de Sophie do outro lado da ligação.
— Ivy...
— Eu sei... — Minha voz saiu fraca, quase um sussurro.
Eu sabia que precisava falar com ele. Mas como? Como olhar nos olhos do homem que eu amava e dizer que tudo pelo que ele passou nos últimos cinco anos foi uma mentira?
Que enquanto ele tentava seguir em frente, eu lutava contra minha própria mente, tentando lembrar quem eu era?
Meu peito subia e descia rápido demais. Me levantei da cama e andei até a janela do quarto, olhando para as luzes da cidade.
— Você está com medo? — Sophie perguntou, e eu soltei uma risada curta, sem humor.
— Estou. – Respondi e tudo ficou por um instante em silêncio.
—Fique calma. Ele ainda te ama.
Fechei os olhos, tentando processar as palavras.
— Não diga isso. Você não entende, Sophie. — Apertei os olhos, sentindo a garganta fechar. — Ele amava aquela Ivy. E ele a perdeu. Agora, eu sou uma estranha que ele não conhece mais.
— Você não é um aestranha. Você teve seus motivos para ser Laura, mas ainda é a mulher que ele espera encontrar. Ele precisa de você.
— O que ele precisava era da verdade, mas eu não podia dar isso a ele ainda. Porque Christian não é o único que preciso proteger. Se passaram quase seis anos, eu não posso perdê-lo agora.
Falei soltando um suspiro, encarando Nathan adormecido.
—Mas já não ha tempo!—Sophie falou, me trazendo a realidade.
— Eu vou falar com ele, mas antes, preciso ter certeza do que fazer antes de destruir os sentimentos dele.
— Você acha que ele não vai descobrir enquanto você tem o seu tempo? - Perguntou ela me fazendo analisar suas palavras.
De repente, minha mente voltou para aquele momento no bar. Para a forma como ele me observou, como se algo dentro dele já soubesse. Para a forma como sua mão tremeu quando segurou o copo.
Sim, ele iria perceber, mas, por enquanto, eu precisava ganhar tempo.
— Eu tenho que ir Sophie.
— Tudo bem. Mas, Ivy... cuidado.
Desliguei o telefone e fiquei ali, por um momento, encarando a tela escura do celular.
E naquele momento, as memórias que demoraram anos para se formar, vieram sem nem pedir licença.
Eu estava dentro de um carro, tentando fugir de dois Homens que queriam a minha vida. O carro acelerando em alta velocidade e algo me tomou a atenção. Um farol atrás de mim.
E por um momento de distração, um animal entrou na minha frente e ali pensei ser meu fim.
Fragmentos do acidente me invadiu como uma bomba relógio prestes a explodir. Meu corpo enfraqueceu e minha respiração encurtou enquanto eu não conseguia me desfazer do pensamento.
O carro pegando fogo, a voz da pessoa me chamando, meu corpo sendo arrastado para fora a tempo, antes do carro explodir. – Era Sophie, que sabia do plano e resolveu não participar diretamente.
Eu fui levada para um hospital, onde assinaram meu nome como Laura e a partir dali, adotei o nome. E devido ao parto prematuro e muitas medicações para tentar salvar a vida do pequeno Nathan, ele acabou sofrendo inflamações em seus órgãos, afetando principalmente os rins.

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