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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 625

~ BIANCA ~

Estava me sentindo tão desconfortável quanto o Nico.

Talvez até mais.

Mas tentava fingir que estava tudo normal, porque sabia que ele também estava tentando fingir que estava tudo normal.

Não estava.

A conversa durante o lanche improvisado foi forçada. Eu perguntava coisas genéricas sobre a viagem. Ele respondia de forma educada mas distante. Nós dois evitávamos cuidadosamente o elefante gigantesco na sala — ou melhor, a cobertura gigantesca ao nosso redor.

Depois de comermos em silêncio constrangedor, limpei rapidamente a cozinha e me virei para ele com um sorriso que esperava parecer natural.

— Vem — disse. — Quero te mostrar alguns lugares que eu gosto em Florença. Não só os pontos turísticos que todo mundo vê. Minha Florença de verdade.

Nico assentiu, parecendo aliviado por ter algo para fazer além de ficar parado no meu apartamento tentando não olhar para tudo que gritava dinheiro.

Descemos para a garagem em silêncio pesado.

Quando as portas do elevador se abriram, hesitei apenas por um segundo antes de perguntar:

— Tudo bem se formos no meu carro? — olhei para ele. — Eu dirijo, já que conheço melhor a cidade. Quero te levar em alguns lugares específicos.

— Claro — concordou Nico rapidamente. — Faz todo sentido.

Caminhei em direção às vagas reservadas para o apartamento.

Tinha três carros ali.

O Fiat 500 branco que sempre levava para a Tenuta, pequeno, discreto, perfeito para não chamar atenção.

O Audi A3 Sportback cinza que usava no dia a dia em Florença, elegante o suficiente para a cidade, mas nada exagerado.

E o Mercedes conversível prata que ficava praticamente abandonado na garagem, coberto por uma fina camada de poeira de tanto tempo parado.

Segui meu plano de choque de realidade — que já estava parecendo um péssimo plano, possivelmente o pior que já tinha tido na vida — e passei direto pelos dois primeiros, indo para o Mercedes.

Destravei as portas. O som característico ecoou na garagem silenciosa.

Nico não disse nada.

Absolutamente nada.

Apenas se acomodou no banco do passageiro, ajeitando o cinto de segurança com movimentos mecânicos, olhando fixamente para frente.

Liguei o motor. O ronco suave preencheu o silêncio.

Saí da garagem, acenando para o porteiro que abriu o portão automaticamente.

— Primeiro — disse, forçando entusiasmo na voz — vou te levar em um lugar que eu adoro. Não é turístico. É onde eu realmente gosto de ir quando preciso desacelerar.

Nico assentiu, ainda olhando pela janela.

Dirigi pelas ruas estreitas de Florença, desviando de turistas distraídos com a prática de quem fazia aquilo diariamente.

Era uma livraria pequena, escondida em uma viela que a maioria das pessoas passava sem notar. Especializada em primeiras edições e livros raros. A dona, Signora Cattaneo, me cumprimentou calorosamente quando entramos.

— Bianca! Que surpresa maravilhosa! — exclamou, vindo me abraçar como se fôssemos família.

Apresentei Nico. Cattaneo mostrou alguns livros que tinha acabado de receber, edições antigas sobre agricultura toscana, receitas tradicionais. Nico folheou alguns com interesse genuíno, relaxando levemente.

Comprei dois livros que ela recomendou. Nico ficou em silêncio quando viu o preço discretamente marcado a lápis na primeira página.

Em seguida, levei ele ao parque onde eu costumava correr de manhã. Depois, à pequena galeria de arte onde tinha comprado o quadro abstrato da sala. Ao café escondido onde tomava cappuccino quando precisava pensar.

Tivemos alguns momentos bons. Românticos, até.

Nico segurou minha mão enquanto caminhávamos. Me puxou para um beijo rápido em uma ponte sobre o Arno. Sorriu genuinamente quando mostrei a ele a vista do Duomo do ângulo que eu mais gostava.

Mas a tensão continuava ali. Palpável. Sufocante.

Quando a noite começou a cair, decidi dar mais um choque de realidade.

— Conheço um restaurante incrível — disse. — Um dos meus favoritos em Florença. Vamos jantar lá?

O nosso preço é apenas 1/4 do de outros fornecedores

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