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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 633

~ NICOLÒ ~

O silêncio que veio depois do que eu disse pesou mais do que qualquer uma das contas que ele tinha jogado na minha cara até ali. Eu ainda ouvia, na cabeça, cada “escala”, “volume”, “estrutura” que ele tinha enumerado como quem disseca um problema simples. Pra mim, não era simples. Era a minha vida inteira em fileiras de videiras.

Ele franziu levemente a testa.

— Não foi isso que eu disse.

— É o que parece.

Ele respirou fundo, apoiando os cotovelos na mesa.

— Nico, você não é um fracasso — afirmou, com firmeza. — Você só não é um homem de negócios. Você é um homem de coração.

Ri, sem humor.

— E não tem como ser as duas coisas?

— Tem — ele admitiu. — Mas só se você souber separar. E você não sabe.

Fez um gesto com a mão, como se desenhasse uma linha no ar.

— Você decide com o coração e espera que o negócio se adapte. A Bianca também faz isso, mais do que eu gostaria, inclusive — um canto da boca dele subiu. — A diferença é que ela tem anos de treino pra lidar com o estrago depois.

Olhei para as minhas mãos, abertas sobre o joelho.

— Então é isso? — perguntei, baixo. — No máximo eu salvo a Tenuta, saio da dívida, melhoro um pouco os números… e passo a vida me arrastando de crise em crise?

Engoli seco.

— Você pode conseguir ter uma vida estável. O que é bom…

— Mas não é padrão Bianca Bellucci.

Um canto da boca dele se ergueu.

— Não, não é — concordou, sem crueldade. — E isso não é um problema em si. A questão é: você quer uma vida estável ou quer construir algo que aguente o tipo de tempestade que ela tá acostumada a encarar?

Levantei o olhar.

— E o que eu faço, então?

Ele não respondeu de imediato. Girou a caneta entre os dedos, pensativo.

— Aceita que você não vai conseguir evoluir sozinho sem transformar a Montesi em um negócio de verdade — disse, enfim. — Com governança, com planejamento, com gente de fora dando palpite. Investidores. Sócios.

A palavra me fez enrijecer na hora.

— Eu não vou vender a Tenuta — reagi, automático. — Nem uma parte.

— Não é sobre vender — ele retrucou, calmo. — É sobre aceitar influência. Nico, você quer continuar sendo dono de tudo… de cada parreira, cada parafuso. Mas isso tem um preço. E o preço é ficar pequeno.

Fiquei quieto.

Ele continuou:

— O que eu tô propondo não é transformar a Montesi em Bellucci. Seria um desastre. São coisas diferentes — Inclinou-se um pouco mais pra frente. — O que eu vejo é outra coisa: uma linha associada. Não “vinho de luxo intocável”, mas um vinho com a mesma obsessão por qualidade, posicionado pra um público um pouco diferente. Preço mais acessível, sem carregar nosso nome principal, mas com a nossa estrutura por trás.

Fiquei tentando acompanhar.

— Você quer… comprar a marca? — perguntei.

O nosso preço é apenas 1/4 do de outros fornecedores

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