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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 634

~ RENATA ~

Era quarta-feira quando voltei a Florença.

Tinha tentado falar com Nico desde que descobri a verdade. Desde que aquela recepcionista idiota na Bellucci confirmou que Christian era Christian Bellucci, CEO da empresa de vinhos. Desde que todas as peças se encaixaram na minha cabeça como um quebra-cabeça grotesco e satisfatório.

Bianca Bellucci.

A consultora de marketing pobre era na verdade herdeira de um maldito império.

No sábado, fui até a Tenuta. Dirigi duas horas só para descobrir que Nico não estava. Martina me recebeu na porta com aquela expressão de quem preferiria estar em qualquer outro lugar.

— Ele foi para Florença — disse secamente.

— Florença? — repeti, já sabendo exatamente onde ele estava. Enfiado naquele apartamento obsceno com aquela mentirosa.

— Sim. Volta segunda de manhã.

Tentei deixar recado. Martina fechou a porta na minha cara antes que terminasse a frase.

Passei os dias seguintes tentando contato. Mensagens que não chegavam: bloqueada. Ligações que iam direto para caixa postal. Consegui um chip novo, outro número, e quando ele finalmente atendeu, reconheceu minha voz no primeiro segundo e desligou. Parou de atender depois da terceira tentativa.

Tudo bem.

Na verdade, tinha sido melhor assim.

Porque eu não tinha pensado direito antes. Estava agindo por impulso, por raiva, querendo apenas jogar a verdade na cara dele e assistir o caos se desenrolar.

Mas durante esses dias, sozinha no quartinho apertado da casa da minha tia, algo clicou. Essa informação não era apenas uma bomba. Era munição. E munição deveria ser usada estrategicamente.

Era por isso que estava acampada em um dos sofás da recepção da Bellucci desde as nove da manhã.

Quase quatro horas sentada ali.

A recepcionista — Giulia, segundo o crachá — tinha me informado com educação profissional que eu precisava de horário agendado para falar com a "senhorita Bellucci".

— Tudo bem — respondi com meu melhor sorriso falso. — Vou esperar aqui até ela sair.

Giulia franziu a testa levemente.

— Senhorita, a agenda da senhorita Bellucci está bastante comprometida hoje. Não sei se ela terá disponibilidade para...

— Eu disse — repeti, me acomodando melhor no sofá de couro italiano caríssimo — que vou esperar.

Ela me olhou por mais alguns segundos, claramente calculando se deveria chamar segurança ou simplesmente me ignorar.

Optou por me ignorar.

Perfeito.

Fiquei ali. Checando o celular obsessivamente. Observando o vai e vem constante de gente de terno impecável entrando e saindo. Executivos falando em inglês, italiano, português. Assistentes carregando pastas de couro. Entregas sendo feitas de fornecedores com nomes que eu nunca tinha ouvido falar.

Todo mundo ali exalava dinheiro. Poder. Influência.

Por volta das dez e meia, uma assistente jovem se aproximou oferecendo café.

— Está esperando alguém? — perguntou educadamente.

— Estou — confirmei, aceitando a xícara de porcelana fina.

O café era excepcional. Claro que era.

Tomei devagar, saboreando cada gole enquanto observava aquele mundo funcionar.

E Nico achava que estava namorando uma consultora de marketing.

Quase ri alto com a ironia absoluta da situação.

Às onze, Giulia tentou novamente.

— Senhorita, se me disser o assunto, posso tentar encaixar uma ligação com a senhorita Bellucci mais tarde hoje ou...

— Não — cortei gentilmente. — Precisa ser pessoalmente. Vou esperar.

Ela suspirou quase imperceptivelmente e voltou para o posto.

Continuei esperando.

Observando. Planejando exatamente o que diria. Como diria. Qual expressão usaria para causar máximo impacto.

Era quase uma da tarde quando finalmente a vi.

Saindo do elevador executivo, acompanhada daquela prima. Mia, se eu me lembrava bem do jantar desastroso. Ambas conversando baixo sobre algo, Bianca gesticulando levemente, Mia rindo de algum comentário.

Bianca estava irreconhecível.

Não. Estava reconhecível. Esse era o problema.

Essa era a Bianca real.

Tailleur cinza carvão perfeitamente cortado, provavelmente sob medida. Salto alto Louboutin que eu reconhecia pela sola vermelha de longe. Cabelo preso em um coque elegante e sem esforço. Maquiagem discreta, mas impecável. Brincos de pérola que provavelmente custavam um rim.

O nosso preço é apenas 1/4 do de outros fornecedores

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