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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 199

Cap. 14

Gabriel continuava parado, os fones pendendo do pescoço, enquanto observava.

No início, pensou que a mulher de salto alto e aparência impecável fosse ajudar a moça caída no chão, e que aquilo tinha sido apenas um acidente.

Era o que qualquer pessoa decente faria. Brenda ainda assimilava tudo que havia acontecido. Estava toda suja de café, com as mãos tremendo e o rosto abaixado, tentando não chamar ainda mais atenção no meio daquela vergonha.

— Agora você vai ver o que é perder seu emprego e a pouca dignidade que tinha ao se envolver com um homem casado. — a mulher disse, olhando para Brenda, que arregalou os olhos, atônita.

Mas então, a mulher ergueu a voz.

— Olha aqui, todo mundo! — gritou, atraindo imediatamente os olhares dos funcionários mais próximos, que pararam de digitar, de andar, de falar, observando a confusão.

Brenda, ainda sentada no chão, nem conseguiu erguer o rosto. Estava imóvel, como se congelada ao perceber em que situação tinha se envolvido. Parecia que Jonas estava mesmo começando a cumprir sua ameaça.

— Olhem bem pra essa aí! — vociferou a mulher, aproximando-se com um copo cheio de café. — Essa suja! Essa destruidora de lares!

E, antes que alguém pudesse intervir, ela despejou o líquido direto sobre Brenda, como se o que já tivesse acontecido não fosse suficiente. A única reação de Brenda foi virar o rosto, tentando escapar.

O café escorreu por sua blusa já manchada e atingiu a pele de sua mão, que se avermelhou com o calor.

— Tá perseguindo meu marido desde que ele terminou com ela, porque cansou do casinho. — ela continuou, o dedo em riste. — Essa vagabunda quer que ele se divorcie de mim! Quer roubar minha família! Minha casa! Acha que pode ser a próxima esposa só porque finge ser boazinha nesse uniforme ridículo!

— Isso é verdade? — cochichou uma das funcionárias, assustada.

— Ela quer destruir um casamento com três crianças envolvidas! Minhas crianças! O que vocês acham desse tipo de pessoa trabalhando numa empresa de fama internacional? — a mulher agora chorava alto, de forma teatral, com o rímel escorrendo pelos olhos. — Ela tá OBCECADA pelo meu marido! Não deixa minha família em paz!

Outros funcionários começaram a se aproximar, formando um círculo em volta das duas. Murmúrios se espalhavam como fogo em palha seca. Alguns celulares foram apontados para a cena — alguns até riam, se divertindo com a desgraça alheia.

— Que horror…

— Que tipo de mulher faz isso?

— Sempre desconfiei dessa carinha de anjo sonsa…

— Ela devia ser demitida na hora.

Enquanto os colegas cochichavam, Brenda se apoiou nos joelhos com esforço, tentando se levantar, com os lábios tremendo.

O rosto estava corado, não de raiva, mas de vergonha. Seus olhos marejados pareciam implorar para desaparecer dali. Mas ela não dizia uma palavra. Só queria ir embora — como se não tivesse nenhum caminho para seguir agora.

— Vai fugir de novo? — a mulher gritou, agarrando os cabelos de Brenda por trás, puxando-a de volta ao chão com brutalidade. — Fala agora! Admite o que você fez!

O corpo de Brenda caiu com um baque abafado contra o chão frio e molhado de café. As roupas coladas à pele, os fios desalinhados, a dor física misturada à humilhação. Ela tentou afastar as mãos da esposa de Jonas.

— Me solta! Eu não fiz nada! Seu marido que fica me perseguindo como um cachorro sem dono! — Brenda gritou, tentando se defender, mas a mulher não soltava seus cabelos.

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