Cap.26: A Quebra da Aparência
— Ah, então é essa a sua esposa, Andrews? Eu vi você a tratando como empregada, mas... isso já é demais. — Ela sorriu maliciosamente. — Ainda bem que você pode perceber que ela não se encaixa no nosso mundo.
Alguns dos acionistas presentes não conseguiram esconder o riso baixo, trocando olhares cúmplices enquanto falavam entre si:
— Ah, aquela empregada estabanada... Agora faz sentido! — Um deles comentou e era justamente o que esteve na reunião um dia antes, e contava aos outros entre risadas abafadas. — Sempre me perguntei por que ela nunca conseguia fazer nada direito...
Andrews, visivelmente constrangido e irritado, olhou para os outros, o rosto endurecendo, mas, ao mesmo tempo, sem saber como reagir. Ele estava em uma situação desconfortável e, em sua frustração, tentou desviar os olhos direcionando sua fúria para Aurora.
Outro acionista se aproximou com um sorriso sarcástico, como se Andrews estivesse apenas participando de uma brincadeira.
— Você sempre gosta de fazer essas brincadeiras, não é, Andrews? Quem imaginaria que você curtisse fetiches com sua esposa. — Ele disse, a risada ecoando na sala.
A atmosfera estava carregada de um tipo de desdém que Andrews não gostava, e foi quando ele reagiu bruscamente, sua mão firme e impaciente pegando o braço de Aurora. A raiva já estava transbordando de sua postura, e ele a arrastou para fora da sala, ignorando os olhares que os seguiam.
No corredor ele esperou o elevador abrir e entrou com ela Andrews abruptamente virou Aurora em sua direção, Sua voz, carregada de uma frieza cortante, saiu com a intensidade de uma repreensão que a deixou sem palavras por um momento.
— O que foi aquilo, Aurora? Eu te disse para não dá um passo em falso, sabe quantos inimigos eu tenho aqui? Uma coisa boba dessa acaba virando a última gota d’água, Você me envergonhou na frente de todos! — A voz dele estava baixa, mas a raiva transparecia em cada palavra. Ele a empurrou um pouco para trás, sem cuidado, como se estivesse apenas lidando com um objeto.
Ela o encarou, mas o que mais a magoou foi a maneira como ele a tratava, como se não fosse nada além de uma peça em seu jogo de aparências. Ele olhou para ela com desdém, como se fosse incapaz de perceber sua dor.
— Você acha que isso é alguma brincadeira, não é? Que está aqui porque tem algum valor? Você é apenas um objeto aqui, uma peça que eu coloquei ao meu lado para parecer mais... porque eles estavam tão ansiosos no novo Andrews casado. Se você tivesse o mínimo de juízo, saberia o seu lugar.
— Por acaso eu pedi para vir aqui? Eu nem sabia onde estava colocando os pés! — ela asseverou enquanto Andrews ajeitava o no da gravata como se algo estivesse errado, ainda assim não se importou.
Aurora engoliu em seco, a pressão de suas palavras cortando mais fundo do que ela gostaria de admitir. Cada frase parecia como uma faca em seu peito.
— Você não é nada além de um simples rosto bonito, e é assim que você vai permanecer, se eu puder evitar que estrague tudo. A próxima vez que fizer algo como aquilo, você vai se arrepender.
Ela tentou conter as lágrimas, mas a maneira como ele a tratava, a forma como ele a desumanizava, a fazia se sentir vazia.
— Eu sinto muito... — ela murmurou atraindo o olhar de indiferença dele.
— Em todas às vezes eu deveria deixar você morrer e se machucar. — confessou com um sorriso amargo.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.