Cap. 73 O que Helena está fazendo?
Rodrigo já havia decidido, queria dar um empurrãozinho na situação entre Andrews e Aurora. Mas, sabendo que seu amigo era teimoso e extremamente controlador, ele precisava ser cuidadoso.
Então, em vez de adulterar uma garrafa inteira de vinho caro, fez algo mais sutil. Pegou um copo de cristal e despejou uma pequena dose de um líquido incolor, mexendo delicadamente para que se misturasse sem deixar vestígios.
— Se eu for pego, Andrews me mata — murmurou para si mesmo, deixando a taça na bandeja junto com a garrafa.
Andrews estava no escritório, focado em documentos, quando Rodrigo entrou.
— Não, não quero mais conversar! — Andrews o alertou.
— Você não cansa de trabalhar de casa? Desde que se casou com Aurora, entrou em um infinito processo de lua de mel. Só aparece na empresa para alguma reunião importante.
— Mesmo estando na mansão, isso não significa que o trabalho para. Continuo monitorando tudo e recebendo informações através de pessoas de confiança — ele avisou de forma meticulosa.
— Você precisa relaxar, cara. Está sempre tenso. — Rodrigo ergueu a garrafa. — Vim te salvar de um ataque de nervos.
Andrews ergueu os olhos, visivelmente irritado.
— Não estou interessado.
— Ah, qual é? Não vai me deixar bebendo sozinho, vai? — Rodrigo insistiu. — É só um copo. Além do mais, tem uma nova mesa de sinuca na sala de jogos. Vai dizer que não está tentado?
Andrews bufou, mas Rodrigo sabia que estava ganhando terreno.
— Uma partida e um único copo? De fato, faz tempo que não jogamos nada depois dos meses que você passou viajando.
— Fechado! Uma partida e um copo de vinho! — Rodrigo abriu um sorriso vitorioso.
Os dois seguiram até a sala de jogos. O ambiente era aconchegante, decorado com couro escuro e madeiras nobres, iluminado por uma luz amarelada que criava um clima intimista. A mesa de sinuca estava no centro, com tacos e bolas já posicionados para uma nova partida.
Rodrigo serviu a taça e a entregou a Andrews, que aceitou sem desconfiar. Ele girou o vinho no copo, cheirou levemente e então bebeu um gole, sem notar nada de anormal.
Rodrigo, enquanto isso, discretamente pegou o celular e enviou duas mensagens rápidas. Um sorriso satisfeito surgiu em seu rosto enquanto guardava o aparelho no bolso.
— Você sabe... até hoje ninguém é melhor que eu nesses jogos.
Andrews terminou seu primeiro gole e pegou o taco de sinuca. Começou a jogar com Rodrigo e, à medida que avançava na partida, ele começou a perceber algo estranho. As bolas dançavam diante de seus olhos, e ele tonteou ao dar alguns passos ao redor da mesa.
— Uau... é assim que você é um dos melhores jogadores? — Rodrigo perguntou quando Andrews errou a tacada de forma ridícula. Ele nem chegou perto de tocar na bola.
Sua cabeça girou levemente. Ele piscou algumas vezes, tentando se concentrar, mas uma leve confusão mental se instalou.
— Deve ser o estresse — murmurou para si mesmo.
Tentou ignorar a sensação e alinhou o taco para a tacada. Mas, ao se inclinar para mirar, sentiu seu equilíbrio vacilar por um segundo.
Rodrigo observava tudo, fingindo estar distraído enquanto ajustava suas próprias jogadas.
— E aí, sentindo o efeito? — perguntou casualmente.
Andrews franziu a testa, erguendo os olhos para ele.
— O que você colocou nessa bebida?
Rodrigo ergueu as mãos em falso ultraje.
— Nada além de um excelente vinho caro. Você está relaxando, finalmente. Mas o estresse sempre te deixa vulnerável à bebida, por isso eu disse que poderíamos beber apenas uma taça.
Andrews lançou-lhe um olhar desconfiado, mas Rodrigo apenas riu e saiu da sala sem dar explicações.
Descendo as escadas, ele foi até a entrada para receber uma convidada especial.
Helena chegou radiante, seus olhos brilhando de entusiasmo.
— Andrews me chamou? — ela perguntou, ajeitando os cabelos e sorrindo com expectativa.
Rodrigo segurou o riso ao analisá-la de cima abaixo. Salto alto, vestido tubinho curto até metade das pernas, revelando sua pele aveludada. Ela havia se vestido de maneira sensual e elegante ao mesmo tempo.
— Ah, claro, ele está lá em cima te esperando. — Fez um gesto para que ela subisse.
Helena não hesitou, empolgada com a ideia de um encontro particular com Andrews.
Rodrigo a observou sumir pelo corredor e então riu baixo.
— Isso vai ser interessante…
Enquanto isso, na sala de jogos, Andrews ouviu batidas na porta. Ainda sentia a mente um pouco nublada, mas se levantou sem pressa, ajeitando o terno.
Ele caminhou até a porta e a abriu.
Seu olhar encontrou Helena parada ali, um sorriso sedutor nos lábios.
— Andrews… — ela disse suavemente.
Ele piscou, confuso.
— Estou tão feliz por te ver. Pensei que não queria mais fazer as pazes — sua voz soou doce enquanto Andrews a analisava de cima abaixo.

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