Cap. 75 Acredito em sua confissão.
No exato momento em que Helena puxou Andrews para perto, Aurora avançou sem hesitar. Sua mão envolveu o braço de Helena e a arrancou para trás, fazendo com que Andrews perdesse o equilíbrio por um instante.
Ele cambaleou para frente, apoiando-se contra a parede, a cabeça girando em um misto de confusão e torpor.
Antes que Helena pudesse entender o que estava acontecendo, Aurora ergueu a mão e estalou uma bofetada contra seu rosto. O impacto ecoou pelo corredor.
— Nunca mais encoste nele! — Aurora disparou, os olhos queimando de fúria.
Helena levou a mão ao rosto, chocada. Mas ao olhar para Andrews, esperando que ele tomasse partido, encontrou apenas um olhar perdido. Nenhuma palavra. Nenhuma reação.
— Como se atreve?! — Helena esbravejou.
— Você acha que Andrews está normal?
— Ele mesmo me chamou aqui!
— Chamou? Sério? Ele é um homem casado, não importa quem você era no passado. Afinal, o que eu sou no presente? — Ela perguntou, encarando Helena nos olhos. — Está se contentando em se enfiar na posição de amante? Porque é a única coisa que vai conseguir. Eu e Andrews não vamos nos separar até que um de nós esteja no caixão.
Com os olhos marejados de raiva e humilhação, Helena virou nos calcanhares e saiu às pressas, deixando para trás apenas o som apressado de seus saltos no piso.
Aurora respirava com dificuldade, o peito subindo e descendo rapidamente, sua ira voltada para Andrews agora.
Ele a encarava e, mesmo sob o efeito do álcool ou do que quer que estivesse em seu sistema, percebeu o perigo em seus olhos.
— Como você se atreve?! — Aurora esbravejou, apontando um dedo acusador para ele. — Você não tem o direito de beijar ninguém!
Andrews arqueou uma sobrancelha, um sorriso torto brincando em seus lábios.
— Não tenho? — Ele perguntou, afrouxando a gravata lentamente.
— Não! — Ela gritou, as mãos cerradas em punhos. — Enquanto esse casamento durar, você me deve respeito!
O sorriso de Andrews se alargou.
— Então, eu não posso beijar ninguém?
Aurora sentiu seu coração disparar quando ele se aproximou. Seus olhos estavam intensos, seu perfume amadeirado envolvia o espaço entre eles.
— Sei de uma pessoa que eu posso beijar… — Andrews murmurou, a voz rouca.
Antes que ela pudesse reagir, ele reduziu ainda mais a distância entre os dois e, em um movimento rápido, segurou-a, pressionando seus lábios contra os dela. Foi um beijo breve, intenso e profundo.
Em seguida, afastou-se, ainda com aquela expressão descontraída que Aurora nunca tinha visto antes.
— Já que você é a única mulher que devo beijar, não deveria fazer isso sempre?
— O que está fazendo?! — Ela esbravejou, empurrando-o.
Mas então, o olhar dela pousou no brilho inusitado nos olhos de Andrews. Algo estava errado. Ele não estava completamente sóbrio.
E então, ele cambaleou.
Aurora instintivamente segurou seus braços, tentando estabilizá-lo. Ele apoiou a testa contra o ombro dela por um segundo, sua respiração quente batendo contra sua pele.
— Volte para casa, Aurora… — Ele murmurou, a voz embargada e rouca. — Eu quero cuidar de você… Está bem? — pediu, a voz fraca e suplicante.
Ela prendeu a respiração, o coração acelerado no peito, encarando-o surpresa. Mas logo voltou a si e sorriu, cética.
Se fosse em outro momento, talvez aquelas palavras pudessem significar algo. Talvez ela quisesse acreditar nelas.
Mas não agora.
— Sempre assim… Você é o homem mais cínico e duas caras que eu conheço. Um desgraçado imprevisível e rude. E quando está nos seus momentos vulneráveis, tenta usar isso para se aproveitar de mim e dizer coisas covardes?!
O peso da mágoa dentro dela era mais forte do que qualquer coisa que Andrews pudesse dizer enquanto estivesse bêbado e confuso.
— Não estou brincando. Posso passar por cima do meu orgulho, da vergonha que me fez passar… Apenas para te conquistar.
— Você só diz essas coisas quando não está sóbrio… — Aurora sussurrou, tentando manter o tom firme, mas falhando ligeiramente.
Andrews não respondeu de imediato. Apenas a segurou mais forte, como se tivesse medo de que ela desaparecesse.
— Eu sinto muito… — murmurou contra os cabelos dela, respirando pesadamente.
Aurora fechou os olhos por um instante, lutando contra a vontade de acreditar que aquilo fosse real.
Então, respirou fundo e o empurrou de forma agressiva, mas perdeu as forças.
— Por que sempre que estou perto de você… é assim? Me sinto sem forças e sem determinação? — Ela resmungou, enquanto ele sorria satisfeito.
— Porque eu vou ser a única pessoa de quem você não deve fugir, está bem? Eu vou provar isso. — Ele respirou fundo após dizer.

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Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.