Capítulo 83 Andrews intervém por Aurora.
Assim que Andrews chegou à empresa, seguiu direto para o andar superior, onde a confusão estava acontecendo. Encontrou Alice na recepção, visivelmente nervosa. Ela correu até ele, segurando seu braço antes que avançasse mais.
— Você não pode acreditar neles! — disse, ofegante. — A Aurora foi assediada, mas… ela não consegue falar sobre isso. Desde aquela época em que sofreu tantas injustiças, ela trava… simplesmente não consegue se defender, entra em transe. Você precisa ajudar ela, por favor... — balbuciou, apertando o braço de Andrews com força e desespero.
Os olhos de Andrews se estreitaram.
— Então estão tentando virar isso contra ela. — resmungou, cerrando os punhos.
— Sim! — Alice afirmou com veemência. — Por favor, não acredite naqueles homens antes de investigar direito.
Andrews não respondeu. Apenas caminhou com passos firmes até a sala onde Aurora estava sendo confrontada.
Dentro da sala de reunião, encontrou-a sentada, com a cabeça baixa, as mãos entrelaçadas no colo. Ela balbuciava algo inaudível, completamente alheia ao que acontecia ao redor.
O líder da equipe se levantou assim que viu Andrews. Sua expressão passou da surpresa para um sorriso confiante. Falava alto, gesticulando de forma exagerada.
— Senhor Andrews... se soubéssemos que o senhor viria hoje, teríamos resolvido isso com mais agilidade. Sinto muito que tenha que presenciar esse infortúnio — disse um dos diretores, tentando parecer prestativo.
Andrews ergueu uma sobrancelha, fingindo interesse.
— Ah… infortúnio? E... o que exatamente aconteceu?
— Ela me acusou de assédio no banheiro! Você acredita nisso?! — o líder da equipe esbravejou, forçando indignação. — Eu nunca tocaria em uma mulher como ela!
— Ah... uma mulher como ela? — Andrews sorriu, balançando a cabeça lentamente.
— Tanto ela quanto a amiga tentaram agredir um dos nossos funcionários. E todos sabem que as políticas da nossa empresa são rigorosas com esse tipo de comportamento entre colegas.
Aurora encolheu-se levemente na cadeira, mas permaneceu em silêncio, como se estivesse alheia a tudo. Nem mesmo reagiu ao ouvir a voz de Andrews, que de tempos em tempos a observava, buscando seu olhar.
O diretor suspirou, cruzando os braços.
— Já tomamos nossa decisão. Essa situação exige medidas drásticas. Aurora será desligada imediatamente, assim como a amiga dela, que tentou agredir o líder de equipe — disse, referindo-se ao braço engessado do homem. — Não podemos permitir agressões sem consequências.
O líder da equipe sorriu, satisfeito. Seu sorriso se alargou ainda mais ao ver Andrews assentir com a cabeça.
— Então ela é uma pessoa agressiva?
— Aurora atacou um de nossos funcionários sem motivo e ainda inventou uma mentira absurda para encobrir isso. A polícia já foi chamada. Devem chegar a qualquer momento.
Andrews ergueu uma sobrancelha e sorriu de forma sombria.
Donovan e Rodrigo se entreolharam, apreensivos. O líder da equipe, antes confiante, agora estava encostado na parede, suando frio.
Quando o vídeo começou a rodar, um silêncio sepulcral tomou conta do ambiente. As imagens mostravam claramente o homem encurralando Aurora no banheiro, segurando-a por trás e sussurrando algo em seu ouvido.
Em seguida, a gravação exibia Aurora reagindo com rapidez, torcendo o braço do agressor e empurrando-o contra a pia. O grito de dor ecoou pela sala.
Andrews estreitou os olhos e ergueu a mão.
— Pause. Já é o suficiente — disse, com o olhar duro voltado para o diretor e o líder de equipe, que mantinha a cabeça baixa.
O técnico pausou no exato momento em que o agressor tentava imobilizar Aurora à força.
Andrews afastou-se do monitor e caminhou lentamente até o agressor. O silêncio era sufocante. O homem tremia, tentando manter a pose, mas não conseguia esconder o medo ao ver Andrews tão próximo.
Então Andrews sorriu. Um sorriso lento, sombrio.
— Eu só vou te pedir um favor. — Sua voz saiu baixa, mas cortante como uma lâmina.
O líder da equipe piscou, confuso.
— Q-que favor?

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