Alexander
Por uma fração de segundos, pensei que o amor que a Evelyn dizia sentir por mim... não fosse real.
Vê-la chorar diante de um bilhete dele foi como adagas sendo enfiadas no meu peito.
Mas então ela me mostrou.
Que não havia nada a temer.
Ela me ama. Com a mesma intensidade que eu a amo.
Depois de fazer amor com ela — como se fosse a primeira vez — Evelyn fez o que mais gostava: adormeceu nos meus braços.
Quando olhei o relógio, já passava da uma da manhã.
O que significava… que minha pequena Sophia — ou melhor, minha valente Jordan — estava completando dezoito anos.
Beijei a testa da Evie, a ajeitei com cuidado na cama e saí do quarto.
Caminhei pelo corredor até a cozinha.
Tinha pedido para Amélia preparar um bolo pequeno, para que eu pudesse acordar minha irmã com “parabéns”, como fazíamos quando ela era criança.
Abri a geladeira… e lá estava ele.
Pequeno, recheado de chantilly e morangos, com cobertura azul.
Sorri.
Como se aquele bolo fosse um elo entre o passado e o presente.
Mas ainda era cedo.
Vou esperar o sol nascer.
Vou esperar a Evelyn acordar.
Faremos a surpresa juntos.
No caminho de volta para o quarto, me lembrei que não tinha combinado isso com o Jackson.
E quando Jordan era criança, ele sempre participava dessas surpresas comigo e com a minha família.
Fui até o quarto onde ele estava hospedado. Bati.
Nenhuma resposta.
Chamei por ele com a voz firme, mas sem gritar.
Notei que a porta estava apenas encostada… e quando a empurrei…
Meu estômago revirou.
A cama estava intocada.
Mas as coisas dele estavam ali.
O cheiro da loção, fraco… ainda pairava no ar.
Foi quando a certeza me acertou em cheio.
Caminhei até o quarto da minha irmã.
A fúria exalava de mim.
E quando abri a porta…
Lá estavam eles.
Deitados.
Juntos.
Ela se encolhia sob os lençóis.
Ele vestia apenas a calça do pijama.
Ele tentou justificar.
Disse que eram adultos.
Disse que ela era sua namorada.
Mas foram as palavras da minha irmã que me quebraram:
— Eu tô bem, Alex. Foi a melhor noite da minha vida.
Ela teve a melhor noite da vida… e não fui eu quem proporcionou.
Não que eu quisesse me comparar. São relações diferentes.
Mas ela foi tirada de mim.
E quando finalmente a recupero...
Saí do quarto sem dizer uma palavra.
A raiva gritava dentro de mim.
Minha vontade era colocar Reynolds no lugar dele.
Mas eu não podia.
Não faria nada que magoasse minha irmã.
Ou que a afastasse de mim.
Voltei para a sala.
Enchi meu copo com whisky, como de costume.
Fiquei ali, encarando a noite de Houston pela janela.
Estava perdido em pensamentos…
Quando senti pequenas mãos me envolverem pela cintura.
E um beijo suave tocar minhas costas.
— Ela ama ele — a voz da Evelyn veio mansa.
— Eu sei — respondi. — E ele ama ela.
Me virei para encará-la.
Beijei seus lábios, demorando mais do que precisava.
Evelyn era a calmaria das minhas tempestades — até daquelas que ela mesma provocava.
— Te amo — ela disse.
Sorri.
Ultimamente andávamos dizendo isso com a mesma frequência que eu bebia meu whisky.
— Também te amo, amor.
Ela ficou na ponta dos pés e tomou minha boca mais uma vez.
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