Jackson
Ela me perdoou.
Porra... ela me perdoou.
Depois de esconder a verdade, mesmo que pra mim também fosse recente, eu achei que a perderia.
Achei que, quando ela me olhou daquele jeito, seria o fim.
Mas então ela me olhou de novo — e era ela.
A minha marrenta.
A minha mulher.
O beijo que dei mais cedo foi uma tentativa desesperada de mostrar o que as palavras não conseguiam.
Não era só desejo.
Era medo.
Medo de vê-la se afastar, de perdê-la antes mesmo de tê-la por completo.
E, ao mesmo tempo, era certeza.
Porque quando ela se jogou nos meus braços, quando seus lábios colaram nos meus…
Ali eu soube.
Que ela era minha.
Quando o Alex nos chamou pra falar sobre a Espanha, ela começou a abrir o jogo.
Nos contou tudo que descobriu.
Mas então veio o nome dele.
Hugo.
E por mais que eu tentasse fingir que era só um amigo… aquilo me corroía por dentro.
Pensar em outro homem fazendo promessas, protegendo ela, conhecendo partes da sua vida que eu não conhecia…
Eu odiei.
Mas ainda assim, ela me escolheu.
E agora, tudo que eu quero é mostrar que ela fez a escolha certa.
Faltavam poucos minutos pra meia-noite quando subi.
Levei mais tempo no banho tentando esfriar a cabeça — e o corpo.
Mas não adiantou.
Era o aniversário dela.
E tudo que eu conseguia pensar… era em fazer essa madrugada ser inesquecível.
Entrei no quarto em silêncio.
Ela estava no banho.
A luz suave refletia no espelho, o notebook ainda aberto na escrivaninha.
Esperei.
E quando a porta do banheiro se abriu…
Ali estava ela.
Enrolada numa toalha. Pele úmida.
Rosto brilhando — algo nela estava diferente. A suavidade da cicatriz, quase imperceptível, só realçava mais a beleza que ela parecia ainda não enxergar.
E os olhos…
De alguém que não fazia ideia do quanto era linda.
— Achei que teria que arrombar a porta, do tanto que demorou — brinquei, mas minha voz saiu mais rouca do que eu gostaria.
Ela revirou os olhos e seguiu pro closet.
Mas antes que desse mais um passo, a puxei.
— Primeiro… vou te dar parabéns.
E a beijei.
O resto… você já sabe.
Ela me deixou entrar.
E eu entrei.
Não do jeito que o desejo pedia — mas do jeito que o coração dela precisava.
Toquei sua pele como quem descobre um novo mundo.
Dei tempo.
Dei espaço.
Mostrei cada caminho, cada resposta que o corpo dela dava só por me sentir por perto.
E quando ela se desfez nos meus braços, tremendo, respirando rápido, com os olhos marejados de prazer…
Ali eu soube.
Não era só sobre sexo.
Não era só química.
Era amor.
Porque eu nunca quis ninguém assim.
Nunca desejei cuidar de alguém como desejo cuidar dela.
E quando ela deitou no meu peito, pequena, frágil, perfeita…
Eu fiz uma promessa em silêncio.
Vou protegê-la com a porra da minha vida.
E se um dia ela me amar metade do que eu amo ela…
Já vai ser mais do que qualquer coisa que eu vivi.
Ela dormia em cima de mim.
Tão pequena, tão entregue…
E ainda assim, mais forte do que qualquer mulher que já conheci.
Minhas mãos deslizavam devagar por suas costas, sentindo cada curva, cada suspiro desacelerado.
Não houve pressa.
Não houve pressão.
Só houve ela.
E eu.
Senti o corpo dela relaxar completamente, mas sua mão continuou ali — sobre o meu coração. Como se soubesse exatamente onde era o lugar dela.
— Você é perfeita — sussurrei.
E pela primeira vez na minha vida, eu entendi o que era amar alguém.
E então, ouvi:
— É muito clichê se eu disser: você também?
Ela ergueu os olhos e encontrou os meus.
— Então estava acordada esse tempo todo? — beijei seus lábios, suave.
— Não queria interromper seu momento — disse com um sorriso travesso.
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