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Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 105

Alexander

Deixei a Evelyn no hotel, com a Jordan e o Benjamin. Mas tinha algo dentro de mim — um pressentimento — que não me deixava em paz.

— Ouviu o que eu disse? — a voz do Jackson me tirou dos pensamentos.

— Sim. Pedi para reservarem o andar só para nós — ele assentiu.

— Confirme com a Jo se ela já acessou todas as câmeras do hotel. Não quero surpresas, Jackson. E não vou tolerar falhas.

— Cara, sua irmã fez isso antes mesmo da gente fazer o check-in — respondeu, sorrindo. O orgulho pela minha irmã estampado no rosto.

— Perfeito.

— Assim como ela — ele retrucou. Deus... o Jackson estava completamente de quatro por ela.

— Se controle, Reynolds. Está falando da minha irmã. E ainda não esqueci o que fez na madrugada.

Ele jogou os braços por cima dos meus ombros.

— Acostume-se, Alex. Agora somos cunhados — disse em tom zombeteiro. Aquilo me irritou.

— Melhor manter o foco no seu trabalho, Reynolds — lancei um olhar que o fez recuar no mesmo instante.

Seguimos avaliando o perímetro. Nada estava como eu havia planejado. O voo dos meus homens atrasou, Chen precisou esperá-los em Madri, o que nos deixou aqui... praticamente sozinhos.

O telefone do Jackson tocou. Ele atendeu, mas eu estava focado em um homem do outro lado da rua.

Boné preto. Cabelos loiros visíveis mesmo assim. Óculos escuros à noite — foi isso que me chamou atenção.

Quando ele percebeu que eu o encarava, abaixou levemente a cabeça num aceno e sorriu. Aquele sorriso...

Maldito.

Corri sem pensar. Jackson me chamava ao fundo, mas não importava. Eu não deixaria ele escapar.

Dessa vez, não.

Quando me aproximei, vi um casal com uma criança. O desgraçado pegou a menina e a jogou no meio da rua. Um carro se aproximava. Ela seria atropelada.

Corri.

Odiava admitir, mas mesmo sendo pesado, sempre tive bom condicionamento. Peguei a criança no braço, levantei-a e corri de volta à calçada.

Pessoas começaram a se aglomerar. Os pais da criança chegaram desesperados.

— ¡Mi hija! — gritou a mulher.

— ¡Gracias, gracias! ¡Que Dios se lo pague! — disse o pai, apertando minha mão.

Acenei em silêncio e tentei seguir. Precisava encontrar o maldito.

Mas Jackson me interceptou.

— Alex! Você tá bem?!

— Sim. Mas precisamos correr. Antes que ele fuja.

— Quem?! — ele perguntou, mas não esperei para responder. Continuei andando. Hoje, aquele demônio não ia escapar.

— Alex! — Jackson gritou.

Me virei, irritado por estar perdendo tempo.

— É a Evie.

Meu coração parou por um segundo.

Me aproximei e falei com o tom que ele já conhecia.

— Fala.

— Ela atendeu uma ligação, passou mal e... desmaiou.

Minha respiração travou.

— Agora ela se trancou no banheiro. Não responde nem a Jo nem ao Ben.

Corri.

Dessa vez, Jackson correu comigo.

Chegamos ao hotel e subimos direto ao nosso quarto. Benjamin estava parado ao lado da cama. Jordan estava à porta do banheiro, chamando por Evelyn.

— Chefe — disse Ben, se aproximando. Ele me entregou o celular.

Coloquei no ouvido. O que ouvi me deu vontade de vomitar.

“Oi, minha princesa. Sentiu saudade de mim?”

Antes que eu dissesse qualquer coisa, Benjamin explicou:

— Quando ela desmaiou, a pequena me chamou. Colocamos ela na cama, e a Jo viu a ligação. Conseguiu resgatar esse áudio. Foi só o que ele disse. Evelyn não respondeu.

Joguei o celular na cama. Fiquei ao lado da Jordan, em frente à porta do banheiro.

Os olhos da minha irmã brilhavam.

Havia raiva.

Havia dor.

Mas, lá no fundo... havia medo.

Ela sabia do que aquele maldito era capaz. Sentiu na pele.

Beijei sua testa, a abracei, e senti as lágrimas silenciosas molharem minha camisa.

Olhei para o Jackson.

— Leve-a. Até a equipe chegar, você não sai do lado dela.

— Isso nem passou pela minha cabeça — respondeu, firme.

Me afastei e olhei bem nos olhos da Jo.

— Vai com ele. Eu vou conversar com ela. Mais tarde te chamo.

Ela assentiu e saiu com ele.

— Vou retomar o reconhecimento — disse Benjamin.

— Não.

— Mas, Alex... —

— É isso que ele quer, Ben. E não vou dar esse gosto a ele.

— Fique de olho nas câmeras. Compartilhe com o Diego para não perder detalhes.

— A Jordan não permitiu.

Levei meus lábios até os dela. Um beijo suave. Quente. Necessário.

— Também te amo, querida. Quer me contar o que aconteceu?

Ela veio para o meu colo, deitou a cabeça no meu peito. Encostei na parede e envolvi meus braços em sua cintura, esperando ela falar.

— Eu tava irritada por você não ter me deixado sair.

— Pra variar, né — brinquei, beijando sua cabeça.

— Você tem esse poder... de me irritar e me fazer te amar ao mesmo tempo.

Sorri. Mas permaneci quieto, deixando que ela continuasse.

— Fui até a sacada. Estava admirando a vista… quando meu telefone tocou. Era um número desconhecido. Atendi sem pensar.

— A voz dele veio do outro lado. Me chamou de “princesa”. Perguntou se eu tava com saudades.

Senti as lágrimas dela molharem meu peito.

— Foi como se tudo explodisse dentro de mim. Acho que foi isso que me fez desmaiar. Quando acordei, não consegui encarar a Jo. Não depois de tudo que ele fez com ela.

Ela levantou a cabeça e me olhou.

— Ele me machucou de tantas formas… mas, se tem algo que preciso agradecer, é o fato de ter fingido sua morte. Porque foi assim… que eu conheci você.

Ela colocou a mão no meu rosto. Beijei seus dedos antes de encostar meus lábios nos dela.

— Mas hoje eu vejo que o que ele fez comigo não se compara ao que fez com você. Com suas irmãs…

— Não compare sofrimentos, amor. Cada um sente de uma forma. Não invalide o seu.

Voltei a beijá-la.

— Brandon causou dor pra todos nós. E ponto. E ele vai pagar por tudo. Nem que isso custe a minha vida.

— Não diz isso, Alexander. A gente… a gente não pode viver sem você — retrucou Evelyn, e o desespero estava estampado em cada palavra, em cada feição.

Ela se agarrou ao meu pescoço.

— Por favor, amor… promete que vai tomar cuidado?

Ela tremia. E eu não entendi, será que era outro gatilho? Medo de me perder?

— Evie… o que houve?

— Eu não quero mais ouvir você dizer isso. Eu quero que o Brandon pague, quero ele longe. Mas não quero que isso signifique… te perder.

Ela se apertou ainda mais em mim. E meu coração quase parou.

— Desculpa, amor. Fui um idiota pelo que disse.

Segurei seu rosto entre minhas mãos. Vi suas lágrimas caírem. Aquilo me matou.

— Foi só uma forma de falar. Uma forma estúpida. Mas que não é real.

— Eu nunca vou te abandonar.

— E vou te proteger. Aquele maldito nunca mais vai chegar perto de você.

— Promete? — ela sussurrou.

— Eu prometo.

Ela sorriu, entre as lágrimas. E, naquele instante, o mundo lá fora podia desmoronar… porque no meu peito, minha mulher estava segura.

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