Alexander
Cheguei ao complexo com os pensamentos fervendo.
A imagem do Benjamin destruído na cama ainda me perseguia…
E aquela mensagem da Emily queimava como brasa na minha cabeça.
No fundo, eu sempre soube.
Sempre houve algo errado nela.
Mas agora não era hora de lamentar.
Era hora de descobrir a verdade.
Jackson estava ao meu lado.
Jordan tinha ido com Hugo verificar as câmeras da cidade.
E eu deixei Evelyn no hotel, aos cuidados do Andrew.
Assim que desci do carro, Owen já me esperava na entrada.
— Chefe.
— Alguma mudança? — perguntei, direto.
— O desgraçado está com medo, mas ainda tenta bancar o durão — respondeu, me acompanhando pelos corredores frios.
— O que temos de concreto?
— Ele confirmou que a pessoa que estava com Brandon agora está com o Felix.
— E eles sabem que Brandon está vivo?
— Não. Pelo que disse, o Felix quer o cofre... e essa pessoa prometeu ajudá-lo a encontrar a chave.
— Ele era informante do Brandon e não sabe onde está o cofre? — bufei.
— Ela, — Owen me corrigiu.
— É uma mulher.
Parei.
Meus olhos encontraram os de Jackson.
— Ao que tudo indica, ela gostava de Brandon. E encerrou a parceria quando descobriu que ele estava apaixonado pela noiva.
Meu coração acelerou.
Fechei as mãos em punho ao lado do corpo, tentando conter a raiva.
A noiva.
Minha mulher.
— Então, o que falta, Owen? — meu tom saiu seco.
— O nome, chefe. Sabemos que ela está em Ibiza.
— Mas ele não entrega.
Um sorriso frio escapou dos meus lábios.
— Só isso? Então vamos. Em alguns minutos... — ajeitei o paletó, olhando nos olhos dele — … teremos um nome.
O barulho dos meus passos ecoava, marcando o ritmo da minha raiva.
Hoje… eu precisava de respostas.
E Marco…
Ele ia me dar.
Chen já me aguardava no porão.
Desci os últimos degraus e encontrei Chen encostado na parede, braços cruzados.
O capanga do Felix, Marco, estava preso à cadeira de metal no centro da sala.
O suor escorria pelo rosto, se misturando ao sangue seco do corte que ganhou…
… só pra se lembrar de onde estava.
Nas mãos de quem estava.
Jackson se juntou a Chen.
Ambos só observavam.
Sem dizer uma única palavra, peguei uma das cadeiras de metal, arrastei até ele — o rangido cortando o silêncio.
Sentei à sua frente. Cruzei as pernas com calma.
E deixei meus dedos tamborilarem sobre a coxa.
Ritmo lento. Preciso. Metódico.
Inclinei a cabeça, o observando.
Igual um lobo que avalia a presa… antes de atacar.
O corpo dele tremeu.
Perfeito.
Cheguei no momento certo pra começar.
— Marco, — minha voz soou grave, cortante como uma lâmina afiada.
— Quero a verdade.
— Já contei tudo que sei — tentou bancar o corajoso, mas sua voz falhou.
Inclinei mais a cabeça, como quem enxerga através das mentiras.
Ele estava perto de quebrar.
— Não — corrigi. — Você contou tudo... menos o que eu realmente quero.
— Eu quero o nome.
— Da pessoa que tem ajudado o Brandon… e que agora está com vocês.
Ele abriu a boca…
Mas a voz morreu na garganta.
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