Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 117

Benjamin

Nunca pensei que acordar fosse doer tanto.

Minha cabeça latejava, o corpo pesava…

Mas nada se comparava ao buraco dentro do peito.

Era como se algo tivesse sido arrancado de mim com violência.

E o pior?

Fui eu quem entregou.

A confiança.

A lealdade.

O amor.

Tudo entregue de bandeja…

Pra mulher errada.

Abri os olhos devagar, ainda com a mente embaralhada.

As lembranças da noite anterior vinham em flashes — whisky, a solidão, a mensagem...

Aquela maldita mensagem.

“Papéis assinados. Já consegui o que eu queria.

Você só era um peão no meu tabuleiro.”

As palavras queimavam na minha memória como ácido.

Emily.

A mulher com quem eu me casei.

Com quem fiz planos.

A única com quem baixei a guarda depois de Rachel.

Sim… Rachel.

O amor que guardei por tantos anos.

Que Brandon roubou. Destruiu.

E Emily sabia disso.

Me abri com ela, deixei a dor passar.

Achei que a Emily… fosse minha cura.

Fechei os olhos com força.

Tentar esquecer só fazia doer mais.

— Finalmente acordou, ogro — a voz da Rosario cortou o silêncio.

Abri os olhos de novo e a vi sentada ali, ao meu lado, com os braços cruzados e aquele olhar afiado que parece atravessar até aço.

— Que porra você tá fazendo aqui? — minha voz saiu rouca.

— Evitando que você cometa mais burradas. — disse ela.

— E enchendo o saco, como sempre — retruquei.

Ela deu de ombros.

— Melhor que te deixar morrer de desgosto.

Suspirei.

— Eu não pedi sua ajuda, Rosario.

— Mas precisava.

Fiquei em silêncio. Porque ela estava certa.

Eu precisava.

Mesmo que não tivesse coragem de admitir.

Me virei de lado e encarei o teto.

As palavras da Emily ecoavam na minha cabeça como um veneno lento.

Fui enganado.

Manipulado.

E o pior: ainda não fazia ideia do quanto.

Mas uma coisa eu sabia:

eu não ia cair sozinho.

— Sabe que ficar se lamentando não vai te ajudar.

A voz da Rosario me chamou de novo à realidade.

— Você fala como se soubesse… como se me conhecesse.

— Conheço a dor da traição. Da perda.

Ela se aproximou um pouco mais.

— E isso, hombre... está exalando de você.

Rosario prendeu os olhos nos meus.

E, por alguns instantes, eu não consegui desviar.

Ela era o oposto das mulheres que amei.

Rachel. Linda, doce… uma menina no corpo de mulher.

Com um sorriso que iluminava o mundo.

Emily. Extravagante, sem filtro, com olhos cativantes.

Rosario. Ela chama atenção sem esforço.

Forte, sangue quente.

Sobrevivente — isso está estampado nela.

Olhos marcantes, traços firmes como ela, e um corpo escultural como o de muitas latinas.

Quebrei o contato visual e me virei.

Mas senti suas mãos no meu rosto, me obrigando a encará-la novamente.

— Já que não te conheço… então se apresente, ogro.

— O que quer dizer com isso? — perguntei, confuso.

Ela cruzou as pernas, jogou os braços sobre elas e entrelaçou os dedos.

— Vamos começar por Rachel?

Sentei num pulo.

— O que disse? — meu tom saiu ríspido.

— Calma, hombre.

Você sussurrou o nome dela enquanto dormia.

Suspirei, me ajeitei na cama.

Nunca confessei meus sentimentos a ninguém — muito menos a Rachel.

Ela era apaixonada pelo Brandon.

Mas Alex e Jack sempre desconfiaram.

— Ela era irmã do Alexander.

Foi namorada do Brandon.

A menção ao nome dele a irritou…

Mas havia mais nos olhos dela além de raiva.

Parecia dor.

— Onde ela está?

— Morta — respondi, sem hesitar.

E aquilo a atingiu.

— Como aconteceu?

— Ela tirou a própria vida, após uma discussão com Brandon.

Senti minha voz embargar, doía lembrar disso.

— Atirou em si mesma. Na frente do Alex, Jack e do maldito que acabou com a vida dela.

Ela abaixou os olhos por alguns segundos.

Mas foi só por segundos.

Quando voltou a me encarar…

Havia algo ali.

Raiva contida. Dor reprimida.

— Ele também matou partes de mim.

O Brandon.

Não perguntei o que ela queria dizer com aquilo.

Porque eu sabia.

Brandon não precisava de uma arma pra matar.

Ele fazia isso com palavras.

Com manipulação.

Com o veneno da sua presença.

— Eu sei o que é entregar sua vida a alguém que nunca te enxergou como ser humano — ela continuou, a voz baixa, firme.

— Eu sei como é viver ao lado de alguém que só sabe arrancar pedaços.

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