Alexander
Mandei Owen finalizar com Marco.
Precisava organizar meus pensamentos, pensar com cautela.
Agora não era mais só o Brandon que era uma ameaça.
A vagabunda da Emily também estava no topo da lista.
Subi até o escritório — precisava de uma bebida pra me acalmar.
Mas assim que o líquido âmbar queimou minha garganta, minha irmã entrou desesperada, com Hugo logo atrás.
O pandemônio ia começar.
— Diz, Jo — minha voz saiu firme, autoritária.
— Consegui pegá-lo em uma das câmeras — disse ela, a voz trêmula.
Me virei pra ela.
Seus olhos brilhavam… mas não era alegria por encontrar o desgraçado.
Era medo.
Medo de saber que ele estava logo ali.
— Ei, está tudo bem, pequena — tentei me aproximar, acalmá-la.
Mas ela se desvencilhou do meu toque.
— Não, Alex. — Ela virou o notebook pra mim.
— Ele está próximo do hotel. Nesse exato momento!
Meu sangue gelou.
A raiva brotou com tudo.
— Como é que é?
Mas Jordan não teve tempo de me responder.
Jackson entrou, o rosto tenso.
— Alex, temos um problema. — Começou ele.
— Emily, junto com o Felix, atacaram a Evelyn no hotel.
Senti meu coração acelerar.
Jackson continuou:
— Benjamin conseguiu matar o Felix, mas a Emily… — Ele parou de falar por tempo demias.
— Diz, Jackson! — gritei, sentindo a pressão subir.
— Ela cravou uma faca na Evelyn.
Dei dois passos pra trás.
Aquela maldita… feriu a minha mulher.
Feriu meu bebê.
— Benjamin recuou com medo de que ela enfiasse a lâmina por completo.
— Mateo conseguiu interceptá-la antes que fugisse com a Evelyn, mas foi baleado.
— Ben disse que ela fez algo com a Evie que a apagou…
— Um dos homens a colocou desacordada em um carro preto e fugiram.
O chão pareceu sumir sob meus pés.
Eu já passei por isso.
Minha mulher, ferida.
A morte querendo levá-la de mim.
De novo, não.
— Já localizei o carro — disse Hugo, que por um segundo eu até tinha esquecido que estava ali. Mas ele era bom no que fazia e não precisou de uma ordem para agir. E ensinou minha irmã para ser exatamente como ele.
— Temos acesso a todas as câmeras. O veículo seguiu para uma vila isolada da ilha.
Ele entregou o tablet para Jackson. Dando as cordenadas necessárias, e acesso a todas as câmeras do local.
Fui até meu cofre.
Peguei minhas armas. Municiei com precisão.
— Hugo e Jordan, fiquem de olho em tudo. E me mantenham informado.
Ajeitei a arma na cintura, peguei meu celular e me virei pra Jackson.
— Quero todos comigo. Sem exceção.
— Peça ao Benjamin pra informar o Enzo o que aconteceu.
Diz pra ele que quero o Brandon tanto quanto ele.
Mas agora… minha mulher e meu filho são prioridade.
Jackson assentiu e saiu pra executar minhas ordens.
Minha irmã ficou na minha frente.
— Me deixa ir junto. Eu posso ajudar.
— Jordan, você vai ficar aqui. Segura com o Hugo.
— Mas, Alex...
— Por favor, pequena... — suspirei, contendo a angústia.
— Preciso buscar ela. E preciso do Jackson focado ao meu lado.
Coloquei a mão no rosto dela.
— Você estando segura, nós dois vamos conseguir trazer a Evie de volta.
Beijei sua testa.
Uma lágrima escorreu pelo seu rosto, mas ela secou na hora.
Minha irmã, assim como eu, odeia demonstrar fraqueza.
— Mas ela não tinha dito isso. — Ele colocou o tablet na minha mão, e a tatuagem no braço era inconfundível. Era ele mesmo Brandon Anderson.
Estava avaliando as imagens. Enquanto ouvia Jackson.
— Brandon seguiu a Emily. — Ele aponta para a imagem.
— Acha que eles estão juntos? — Me perguntou
— Não. — respondi sem hesitar.
— Ele recua, observa o movimento. Sobe na moto e os segue. — Conclui, Jackson avalia as imagens comigo novamente e concorda comigo.
Maldito Anderson.
Ele está atrás dela.
Ele ainda quer a Evelyn.
E cada dia eu tenho mais certeza: nunca foi sobre dinheiro.
Nem poder. Nem o cofre.
É sobre ela.
Sobre o amor que ele sente… e nunca soube valorizar.
Owen chamou minha atenção.
— Chefe. Chegamos.
Descemos do carro e vi que todos os meus homens já estavam ali.
Benjamin se aproximou. Ele e Jackson se ambientaram até que se voltaram pra mim.
— O lugar está cercado. Somos bons, mas não vai ser fácil entrar e sair. — Disse Jack.
— Isso nunca me intimidou — respondi ríspido.
— Não é sobre isso. É sobre o sucesso da missão. E o sucesso é tirar ela de lá com vida. — Retrucou ele de forma seca.
Suas palavras me atingiram. Ele estava certo.
Nunca agi por impulso.
E não faria isso agora.
Não quando o que está em jogo é a minha vida — porque Evelyn e meu filho são a minha vida —
eu não posso errar.
E foi essa verdade que selou tudo dentro de mim.
Agora não havia espaço pra fraqueza.
Não havia espaço pra emoção.
Porque eu sou Alexander Sterling.
O Ceifador.
Aquele que até os demônios evitam encarar.
E hoje... eles vão se lembrar por que me temem.

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