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Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 121

Evelyn

Acordar doía.

Não só o corpo…

Mas a alma.

Tudo era escuro no começo.

Minha cabeça latejava, como se estivesse afundada em névoa densa.

Depois, veio a dor. Na costela. No lado. Na pele.

E então, as lembranças explodiram de uma vez.

Emily.

Felix.

A faca.

O bebê.

O bebê!

Tentei me mexer, mas gritei com a fisgada.

Meus braços estavam presos. Meu corpo amarrado a uma cadeira de ferro.

— Olá, querida.

A voz dela cortou o ar como lâmina.

Emily estava ali.

Como se nada tivesse acontecido.

Como se ela não tivesse me apunhalado.

Como se…

não tivesse destruído tudo.

— Você... — minha voz falhou.

Ela se aproximou, agachando-se diante de mim como uma mãe prestes a consolar uma criança.

Mas o olhar era de loucura. De veneno.

— Sei que dói, Evie. Mas eu precisava sair de lá viva. — Passou a mão pelo meu rosto.

— Te machucar era o único jeito do Ben recuar, então… — Ela disse com deboche.

Senti o gosto do sangue na boca por morder o próprio lábio.

Queria gritar. Mas ela não merecia meu grito.

— Você tentou me matar.

— Não, Evelyn… — disse com doçura. — Ainda não.

— Vamos ter uma conversinha primeiro. Não está curiosa? — sorriu, fingindo gentileza.

Mas eu não queria ouvir nada.

O sangue escorria do corte. Tudo que eu queria era sair dali.

Proteger meu bebê.

Emily se aproximou novamente.

Ela segurou meu queixo com força, me obrigando a olhá-la.

— Te fiz uma pergunta, querida Evie.

— Não — respondi, firme.

— Não estou curiosa em saber o por que de você ser uma vaca traidora.

Ela gargalhou e começou a bater palmas.

— Então essa é a verdadeira Evelyn Parker. Boca suja, destemida… — acariciou meu rosto com nojo.

— Não o cordeirinho pronto para o abate por quem o Brandon se apaixonou.

Um silêncio pesado caiu.

E então… a bomba:

— Brandon, aquele cretino que depois de tudo que fiz por ele, se apaixonou por você.

— O que quer dizer com isso?

— Ah, e você disse que não estava curiosa, né? — piscou daquele jeito antigo… como se ainda fosse minha amiga.

— Bem, precisamos ir pelo começo. Não quero que você perca nem um detalhe.

Puxou uma cadeira e se sentou, como se fosse me contar uma fofoca.

— Brandon foi preso, não é bem essa palavra que usam lá no exército.

— Recluso… — Sussurrei.

— Isso garota! Enfim, a idiota da Rachel se mata e ele quem leva a culpa.

O jeito que falou de Rachel me irritou.

— Cretina! — cuspi.

Um tapa. Seco. Estalado.

A unha dela arranhou meu rosto. O gosto do sangue voltou à boca.

— Se me xingar de novo, te mato antes de terminar a história.

Seu tom era cruel. Emily estava disposta a me matar.

— Meu primo mantinha os negócios de Brandon funcionando. Me colocou junto. Foi aí que conheci Brady.

— Enquanto ele estava "recluso", todos o abandonaram.

Emily cravou os olhos nos meus.

— Menos eu!

— E quando Brandon foi libertado, correu direto pra Espanha.

— Ele nunca me dizia o que tinha lá, mas toda vez que ele conseguia escapar corria pra Espanha sem nem me avisar.

— Como assim? — perguntei, atordoada.

— Você acha que ele ficou dois anos preso? — ela debochou.

— Estamos falando do maior manipulador do planeta.

Emily se ajeitou, como se estivesse orgulhosa.

— Os pais dele fizeram uma festa pra recebê-lo. Mas o pai do Brandon estava atrás de alguém, e descobriu que as informções que precisava estava com um contrabandista militar. E adivinha quem era esse contrabandista?

Ela não me esperou responder.

— Brandon não podia deixar o pai descobrir sobre ele, e dizia que o pai também não podia encontrar a tal pessoa.

— Mas o senhor Anderson estava determinado, e pediu a ajuda a um certo policial. Que você conhece bem aliás.

Minha respiração travou.

— Meu pai?! — sussurrei.

— E ela acertou! — Ela gritou com alegria.

— Mas antes da morte dele, Brandon e eu rompemos. Porque eu queria você morta.

— E ele… queria você pra ele.

— Você fala como se Brandon estivesse morto.

— Evelyn… ele está morto.

Sorri. Fraco.

— Realmente ele nunca te amou, Emily.

Ela me agarrou pelos cabelos. E pressionou o ferimento com crueldade.

Mas mesmo com dor, eu ri. E disparei.

— Brandon… o MEU Brandon… — Enfatizei pra ela. — Ele está vivo.

— E ele não foi atrás de você, Emily.

— Foi atrás de mim.

As lágrimas da dor escorriam de meus olhos, mas o sorriso estava em meus lábios.

— Você é tão estúpida que matou por ele, traiu quem te amava…

— E no fim, ficou sozinha.

— EU VOU ACABAR COM VOCÊ!

— Não, Emily.

— Quem vai acabar com você… é o Alexander.

Ela chutou minha cadeira. Caí no chão. Minha cabeça bateu com força.

A visão escureceu. O mundo girou.

Minha barriga doía.

Meu bebê…

— Vamos ver, Evelyn… quem vai acabar com quem.

Mas antes que ela se movesse, uma batida forte ecoou no fundo do galpão.

Emily se virou com rapidez.

Eu tentei manter os olhos abertos…

Mas tudo pesava.

— Você?! — ela disse, surpresa.

Logo em seguida ouvi o som seco, e um baque.

Alguém se aproximou. Busquei por seus olhos, mas não eram escuros como os do Alex.

Eram azuis... como o oceano.

Braços fortes me levantaram.

Senti seu toque suave, e seus lábios nos meus.

E então eu ouvi, a voz baixa, mas cheia de desespero e dor.

— Fica comigo, gatinha — ele murmurou.

Encostou a testa na minha.

— Por favor… minha princesa.

E com um último sopro de força… consegui sussurrar:

— Brady.

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