Alexander
Dois dias.
Se passaram dois dias desde que resgatamos Evelyn… e perdemos Brandon.
E desde então? Nada.
Todas as pistas levaram ao nada.
O que tem frustrado — e irritado — Jordan mais do que deveria.
Até colocado ideias perigosas em sua mente.
— Marrenta, já disse que você não vai.
— E eu já disse que não é você quem decide!
Senti a mão de Evelyn repousar na minha perna e, em seguida, seus lábios em meu ouvido.
— O que você está esperando pra intervir?
Ela me olhou com expectativa. E, pelos olhares que recebi do resto da mesa, percebi que todos aguardavam o mesmo.
Dei um gole no café antes de falar:
— Jo.
Ela virou o rosto na hora.
— Jack está certo.
— Obrigado, cara! — Jackson exclamou aliviado.
Mas Jordan se levantou, o olhar afiado como uma lâmina.
— Eu não pedi permissão, nem opinião. Nunca precisei disso de nenhum de vocês.
O tom dela era duro.
— Sempre me virei sozinha.
— Jo... — tentei chamá-la de novo, mas ela me cortou.
— Alex, eu te amo. Te respeito. Mas quando fui te procurar em Berlim, foi pra isso.
Pra encontrar Brandon.
Pra fazer aquele desgraçado pagar por tudo que fez comigo.
Hugo e Rosario trocaram olhares, mas não a interromperam.
— E é isso que eu vou fazer.
Ela deu as costas e foi até a porta. Jackson se levantou, mas Rosario se adiantou e o segurou pelo braço.
— Yo voy, chico. — disse ela com firmeza.
Evelyn também se levantou da mesa.
— Eu vou com a Rosa.
As duas seguiram para fora, atrás de Jordan.
A mesa ficou em silêncio por alguns segundos.
Até que Hugo o quebrou:
— Você não pode tirar dela esse direito.
Era com Jackson que ele falava.
— Que direito? O de se ferir? De ser sequestrada de novo?
— Não. — retrucou Hugo. — O direito de pegar de volta o que Brandon arrancou dela.
— Você só pode estar brincando. — Jack se levantou, indo na direção de Hugo, mas Benjamin foi mais rápido e o conteve.
— Reynolds. — chamei sua atenção.
Ele me lançou um olhar sombrio, se desvencilhou do aperto e voltou a se sentar.
— Hugo. — Ele se virou para mim.
— Sou grato por tudo que fez pela minha irmã. Por todos esses anos.
Dei mais um gole na bebida antes de continuar.
— Mas não quero que a incentive a ir atrás do Brandon. E muito menos sozinha.
— Ela não vai estar sozinha. — Hugo respondeu firme.
— A ideia dela é excelente. E eu estarei lá com ela.
Virou a cadeira para me encarar de frente.
— Olha, Alexander... Sei que vocês cresceram com o Brandon. Acham que o conhecem.
Talvez conheçam, sim. Mas não como nós.
— Gatita. — Jackson rosnou pela forma como ele se referiu à Jordan. Mas Hugo não se abalou.
— Como eu ia dizendo… Rosario, Jordan e eu conhecemos o pior lado dele.
Sabemos como esse lado pensa.
— E Jordan é a armadilha perfeita. — Ele concluiu.
— Isso não vai acontecer. — Jackson rebateu. — Você não vai colocar a vida da minha mulher em risco.
— Ela não está em risco. — Hugo falou com convicção.
— Brandon ama a Jordan. Ele nunca a machucaria.
Essas palavras me atingiram.
— Ama? — repeti, rindo sem humor.
— Ele a queimou. A torturou. Psicologicamente. Fisicamente.
— E você me vem com essa de amor?
— Ama sim. — Hugo respondeu sem hesitar.
— Odeio ele tanto quanto vocês. Mas também vi coisas que vocês não viram.
— Brandon fazia tudo isso porque acreditava que estava deixando Jordan forte. Preparada.
— Preparada pra quê? — perguntou Benjamin, quebrando o silêncio até então.
Hugo hesitou. Depois respondeu:
— Ele nunca disse o nome. Só repetia uma coisa:
"Ele nunca pode achá-la."
— Talvez ele estivesse falando do Alexander. — sugeriu Ben.
Hugo negou com a cabeça.
— Não.
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