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Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 128

Evelyn

Eu estava me mordendo por dentro. A vontade era de ir lá e unhar a cara inteira daquela abusada.

Sempre controlei meus ciúmes por Brandon — ele nunca me permitia me impor. Mas com Alex as coisas eram diferentes. E, depois do que aconteceu com Victória, prometi a mim mesma que nunca mais fugiria.

E, se fosse preciso marcar território...

Eu marcaria.

— Hija de puta! — a voz de Rosario me tirou dos pensamentos.

Estávamos as três sentadas na beirada da piscina, observando nossos companheiros conversando sobre “negócios” com Enzo e sua irmã, Alessa.

— Nunca pensei que teria coragem de fazer o que fiz hoje — disse Jordan, encarando Jackson.

— Você nunca foi de levar desaforo pra casa, niña — respondeu Rosario, com um sorrisinho.

Jordan deu de ombros.

— Não. Mas com Jackson... sempre me senti insegura.

— Não se sinta — chamei sua atenção pra mim. — Você é uma das mulheres mais lindas que já conheci. E Jack é louco por você.

— Concordo com a Evie.

Ficamos ali por alguns minutos, nós três, olhando para os caras e imaginando maneiras criativas de matar Alessa e fazer parecer um acidente.

Até que... ela se aproximou.

— Aceitam minha companhia? — perguntou Alessa.

— A casa é sua! — retrucou Jordan, sem pestanejar.

Alessa sorriu e se sentou ao meu lado.

— Sim, mas eu jamais as obrigaria a me tolerar.

Nós três nos entreolhamos, em silêncio por um instante.

— Você é bem-vinda, Alessa — respondi com um sorriso contido.

— Preciso confessar que estou intrigada com vocês três. Mas principalmente com você, Evelyn — disse, encarando meus olhos sem desviar.

— A mulher que conseguiu prender Alexander... e encantar meu irmão.

Sorri. Claro que ela precisava alfinetar — não só por causa do Alex, mas também por Enzo, que adorava provocar Alexander sem o menor pudor.

— Se eu tivesse uma fórmula, eu te passaria. Mas a verdade é que... é tudo bem natural pra mim.

Rosario e Jordan riram. Mas Alessa continuou me encarando, impassível.

— Sua naturalidade te trouxe o melhor homem.

— Preciso concordar — rebati, com um sorriso tranquilo.

O clima ficou tenso por alguns segundos, até que o celular da Jordan tocou. Ela se levantou para atender, e Rosario e eu trocamos um olhar apreensivo.

Ainda não havíamos conseguido convencê-la a desistir da ideia maluca de ir atrás do Brandon. E eu sabia — sabia com certeza — que era exatamente sobre isso que ela falava com Hugo naquele momento.

Quando voltou, sentou-se de novo ao nosso lado e suspirou antes de falar:

— Hugo lançou a isca, como pedi.

— Hija, tua madre não tem certeza de que isso é o melhor — disse Rosario, preocupada.

— Madre, eu sei me cuidar. E o Hugo vai estar lá.

— Jo, ainda acho que você devia conversar com o Alex e o Jack sobre isso — comentei, tentando fazê-la enxergar o risco.

— Ou com meu ogro — completou Rosario.

— Jack e Alex já deixaram bem clara a opinião deles. E o Ben... o Ben não vai bater de frente com o Alex.

Ela estava certa. Os meninos não queriam que ela fosse, mas era por medo. Medo de perdê-la. Medo de tudo dar errado.

— Só preciso dar um jeito de escapar deles.

— Não sei... ainda não estou segura sobre essa ideia — disse, tentando ser racional por nós duas.

— Posso ajudar — a voz de Alessa nos pegou desprevenidas. — Se me contarem exatamente o que está acontecendo.

Por um momento, tínhamos nos esquecido completamente de que ela ainda estava ali.

— Não, obrigada — respondeu Jordan, seca.

— Você realmente é irmã dele — disse Alessa, balançando a cabeça, meio impressionada.

— Exato. Meu irmão e eu somos bem parecidos. E eu ainda não decidi, Alessa... se você é aliada, ou inimiga.

Jordan foi direta. Sem rodeios.

Essa era a minha menina.

— Gosto do seu jeito direto, senhorita Sterling.

Alessa apoiou as mãos no chão, inclinando o corpo levemente para trás. Fechou os olhos e começou a apreciar o sol que nos queimava a pele.

— Eu te ajudo a decidir — disse, abrindo os olhos e encarando Jordan.

— Se sou aliada... ou inimiga.

Um sorriso brincou nos lábios dela.

— Vou começar contando como conheci Sterling.

Senti meu estômago embrulhar. Estava claro que eles tiveram alguma coisa. E, sinceramente... eu não sabia se estava preparada para ouvir os detalhes da relação dela com o meu namorado.

— Dimitri Morozov. Ele queria assumir um dos territórios do meu irmão e achou que me sequestrando faria Enzo ceder.

Ela voltou a fechar os olhos, se deleitando com o calor do sol como se aquela lembrança fosse leve — quando, pra mim, soava como um alerta.

— O que ele não contava... é que meu irmão não abriria mão nem do território, nem de mim. E muito menos contava com Sterling se envolvendo.

Ela fez uma pausa, abriu os olhos devagar e os cravou nos meus.

— Alexander não é só bom no que faz, mas também tem os contatos certos. Conversou diretamente com Anatoli, que cedeu facilmente e colocou o irmão no lugar.

— Só que depois disso, meu irmão teve outro problema. Mas, nesse... ele não quis envolver o Alex. Esse problema tinha nome e sobrenome — e sei que todas vocês o conhecem bem.

— Tudo é um ciclo. Quem só conheceu dor, só sabe oferecer dor. Esse é o Brandon. O cara que sangra por dentro... e faz jorrar dor ao redor. E é exatamente assim que ele vai cair.

Fez uma pausa. Depois, voltou os olhos diretamente para mim.

— Brandon não vai cair com força bruta, estratégias de guerra ou um tiro no meio da testa — disse, apontando discretamente com o queixo para os caras que ainda conversavam. — Que é exatamente o que eles estão planejando nesse momento.

— Ele vai cair pela missão distorcida que criou. Pelo amor doentio. Por quem ele jurou proteger… e acabou ferindo. Porque Brandon não sabe dar, e muito menos receber amor.

— Você é boa nisso — comentou Rosario, quebrando o peso das palavras.

— Eu tento — respondeu Alessa, com um meio sorriso.

— Não quero que meu irmão se machuque. Essa guerra com o Brandon é ego. Não é pessoal, como é pra vocês. Por mim, Enzo deixava isso pra trás.

— Então por que está disposta a ajudar a Jordan? Pra tirar o foco do seu irmão e jogar ela na fogueira?

Alessa soltou uma risada leve, natural, como se eu tivesse contado uma piada.

— Claro que não. Só quero que isso se resolva. E eu sou prática.

Por que seguir pelo caminho errado… se eu já sei qual é o certo?

Ela se levantou, ajeitou a canga na cintura e nos olhou de cima.

— Agora já sabem. Não sou inimiga. A decisão está nas mãos de vocês: querem minha ajuda… ou não.

Alessa pegou o celular, digitou algo, e sem nos encarar novamente, completou:

— E não preciso te enviar meu número, senhorita Sterling. Sei que você tem seus meios de conseguir.

Piscou para Jordan, virou-se e seguiu para dentro da mansão.

— Alguém consegue me explicar o que acabou de acontecer aqui? — perguntou Rosario.

— Não — respondi, sem hesitar.

— Mas posso dizer uma coisa...

Olhei diretamente nos olhos da Jordan.

— Por mais que eu me morda de ciúmes da Alessa...

Se for pra fazer isso escondido do Alexander...

Ela é a nossa melhor aliada.

Jordan e Rosario não disseram mais nada.

Tentamos ignorar o que tinha acabado de acontecer — e, por alguns instantes, até mesmo as palavras de Alessa.

Mas, no fundo...

O que nos assusta mesmo...

É que hoje, Alessa nos fez enxergar o Brandon do jeito que ele realmente é.

E nenhuma de nós estava preparada pra isso.

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