Jackson
Eu ainda não tinha digerido muito bem a história da Jordan se colocar em risco pra atrair o maldito do Brandon. E muito menos o fato de o Hugo estar incentivando essa loucura.
Tentei focar na missão. Na aliança com Enzo.
Mas a minha marrenta não me deu uma trégua.
Primeiro me ignorou. Depois, usou aquele biquíni que mostrou pra todos o quanto ela era a coisa mais deliciosa do mundo.
E, pra completar, teve a breve interação com Alessa.
Onde ela mostrou que era uma verdadeira Sterling.
E eu… estava completamente fodido por isso.
Quando Alessa se aproximou das meninas na piscina, Alexander quis intervir. Mas Enzo não permitiu. Disse que confiava na irmã, e que nossas mulheres tinham provado saber lidar muito bem com ela.
Alexander terminou de acertar tudo e seguimos de volta pro hotel.
Ele sugeriu que ficássemos com as garotas um pouco, e mais tarde iríamos ao complexo.
Jordan permaneceu calada o caminho todo. E Evelyn parecia tão distante quanto ela.
Com um único olhar pelo retrovisor, Alexander deixou claro que via o mesmo que eu.
Assim que chegamos, elas foram direto ao encontro de Rosario.
Enquanto Benjamin veio até nós.
— Me diz que as de vocês também estão estranhas como a minha chica.
Sorri com o comentário. Emily ainda era recente, mas a atração entre ele e Rosario foi inegável. E ele já tinha nos contado que os dois decidiram se “conhecer melhor”.
— Conheço a Evelyn o suficiente pra saber que está me escondendo alguma coisa — disse Alexander.
— E eu, a minha marrenta. A cabeça dela não parou de trabalhar um minuto sequer! — Passei a mão no cabelo, tentando organizar meus pensamentos.
— Agora não sei se é sobre a Alessa ou...
— Ou sobre a história do Brandon — completou Alex.
— Talvez os dois — disse Benjamin, olhando para elas, que conversavam em frente ao elevador.
A porta se abriu e todos entramos.
Envolvi meu braço na cintura da Jordan e dei um beijo em seu pescoço.
Senti ela relaxar.
Nem tudo estava perdido pra mim.
Quando descemos no nosso andar, Evelyn se virou para as meninas:
— Vou tomar um banho e descansar um pouco. Espero vocês mais tarde.
Jordan e Rosario assentiram. E antes que eu perguntasse o que elas estavam aprontando, Alexander foi mais rápido:
— Posso saber o que pretendem?
— Temos uma videochamada com a doutora Aline. Jordan tinha uma consulta, faremos online.
A resposta pareceu suficiente pra ele.
Mas eu sentia — não, eu sabia — que tinha algo a mais.
Nos despedimos e cada um seguiu pro seu quarto.
Assim que entramos, Jordan foi direto para o computador. Nem mesmo olhou pra mim.
Decidi deixá-la por alguns minutos.
Fui até o bar, peguei uma bebida e caminhei até a sacada.
Fiquei admirando a vista por uns instantes, até que mudei o foco... e olhei pela janela.
E comecei admirar a minha oitava maravilha do mundo.
Ela estava sentada em frente ao computador.
Prendeu o cabelo de qualquer jeito — o suficiente pro cabelo liso escorregar e alguns fios caírem no rosto.
Tinha tirado a camiseta e ficado só com o biquíni ousado que usou na casa do Enzo.
Me perdi na imagem dela.
Até que sua voz me trouxe de volta.
— Você tem ideia do quanto é pervertido ficar me olhando desse jeito?
Sorri. Dei o último gole na bebida e caminhei até ela.
Me agachei ao seu lado e sussurrei em seu ouvido:
— Isso não é perversão, marrenta... — beijei sua orelha, sentindo ela se arrepiar.
— Isso é amor.
Fiquei de pé e, sem aviso, a puxei pra mim.
— Jackson! — ela gritou, surpresa.
Antes que pudesse reagir, eu a beijei.
E não foi um beijo qualquer.
Foi o tipo de beijo que diz o que a boca sozinha não tem coragem.
Me aproximei devagar. Sem pressão. Sem raiva.
— Eu quero você viva, amor. Só isso.
Ela vacilou. Por um instante, sua expressão derreteu.
Mas ainda havia resistência. Sempre há.
— Eu não sou fraca, Jack.
— Eu sei. E é exatamente isso que me apavora — confessei.
O silêncio tomou o ambiente.
Então, ela cedeu. Só um pouco.
Deu um passo à frente e encostou a testa no meu peito.
Ficamos assim por alguns segundos. Respirando o mesmo ar. Cada um tentando se manter inteiro dentro da própria tempestade.
— Eu só quero que você confie em mim — ela disse.
— E eu só quero que você confie em nós — sussurrei contra o topo da cabeça dela.
Ela assentiu. E foi o suficiente. Por agora.
A abracei com força, como se isso fosse me impedir de perdê-la.
Nos separamos o suficiente para que nossas bocas se encontrassem.
E nos entendemos da melhor maneira.
Fazendo amor!
Depois do nosso momento, ela adormeceu com a cabeça no meu peito.
E enquanto observava cada pequena linha do seu rosto, fiz uma promessa silenciosa.
Ela podia até tentar se jogar no fogo.
Podia mentir pra mim, esconder planos, fingir que não precisava de ninguém.
Mas eu conhecia o cheiro do perigo.
E conhecia muito bem o gosto da perda.
Dessa vez... não.
Não importava se o inimigo fosse o Brandon, o passado... ou ela.
Eu ia protegê-la.
Mesmo que fosse dela mesma.

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