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Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 131

Alexander

Evelyn veio calada o caminho inteiro.

O único momento em que falou... nem foi comigo.

Assim que entramos no quarto, ela seguiu direto para o banheiro e, para minha surpresa, trancou a porta com chave.

Eu poderia ter usado o cartão, arrombado se quisesse.

Mas achei melhor não mexer com ela naquele momento.

Eu vi bem o olhar que ela me lançou antes de sairmos...

E ouvi ainda melhor suas palavras:

"Não pense que não vamos conversar sobre isso."

Seguida de uma ameaça:

"Dois podem jogar esse jogo."

— Dois podem jogar... — murmurei pra mim mesmo, sem perceber que ela já havia saído do banheiro.

— Cuidado. — advertiu, seca. — Dizem que o primeiro sintoma da esquizofrenia é falar sozinho.

Por um segundo, mas só por um, achei que tinha ouvido errado.

Mas aí a compreensão me atingiu como um soco.

— O que você tá insinuando? — perguntei, com a irritação evidente em cada sílaba.

Ela deu de ombros. Me ignorou.

E seguiu pegando sua roupa, como se eu nem estivesse ali.

Tirou a toalha e começou a se trocar com a calma de quem sabe que está me provocando.

Eu já sabia que estava fodido.

Só não imaginei que fosse a esse ponto.

— Evelyn. — chamei, firme.

Ela terminou de se vestir e, então, me olhou.

Duas avelãs em chamas me encarando.

— Você sabe que não tem motivo pra isso, né? — me aproximei.

— Achei que estivesse tudo resolvido.

Você se mostrou firme com Alessa, até conversou com ela na piscina.

Ela colocou a mão na cintura.

— Aí é que está! Eu me impus.

— E se eu não estivesse ali, Alexander?

Você teria dito algo? Teria falado que está comprometido? Que vai ser pai?

— Claro que sim! — retruquei, já irritado.

— Dúvido, Sterling.

Vi muito bem a sua expressão.

Desconforto. Surpresa. Tesão disfarçado talvez?

— Bem... realmente foi uma surpresa.

Faziam dois anos desde que nós…

Travei com minhas palavras. Tarde demais.

— Desde que o quê? — ela perguntou, os olhos ainda em mim.

Me aproximei, envolvendo meus braços em sua cintura.

Dei um beijo em seu ombro, tentando mudar o clima.

— Amor... eu não quero falar sobre a Alessa.

— Mas eu quero! — Ela se soltou dos meus braços num movimento seco.

— Sabia que ela é apaixonada por você?

— Sim. — respondi sem hesitar.

E me arrependi no segundo seguinte.

— Ótimo! Maravilhoso! — exclamou, jogando os braços pro alto.

— Agora é que eu não vou ter paz mesmo! — bufou, cruzando os braços.

— Evelyn, é sério isso?

— É sim, Alexander!

A Alessa é linda, inteligente…

E por mais que eu esteja morrendo de ciúmes dela… preciso admitir: a cretina é legal.

Ela me deu as costas.

E eu? Eu quase ri.

O ciúme dela era completamente sem sentido.

Sim, tive meu momento com Alessa.

Mas nunca, nem com ela, nem com nenhuma outra, senti o que sinto pela Evelyn.

Com Alessa, foram apenas alguns instantes de prazer.

Com Evelyn…

É amor.

Não existe outra depois dela.

Nunca vai existir.

Evelyn é pra vida toda.

Caminhei até ela. Sem pressa.

Quando parei atrás, segurei sua cintura…

E colei meu corpo no dela.

— Sabe que te conheço bem o suficiente pra saber que não é só isso.

Sussurrei em seu ouvido, deixando um beijo leve em sua orelha.

— Só isso? Saber que uma mulher daquela quer o meu homem… pra você é só isso?

— Você disse tudo, amor. Seu homem.

Inclinei o rosto e a beijei no pescoço, bem ali no ponto exato que eu sabia que a fazia arrepiar.

Ela respirou fundo e tentou disfarçar.

— Não vai funcionar, Sterling. Tô falando sério.

— E eu também. — murmurei contra sua pele. — Tão sério quanto essa sua teimosia em achar que a Alessa é uma ameaça.

— Agora fala pra mim. — Apertei meus braços ao redor de sua cintura. — O que tá te corroendo por dentro?

— Não consegui convencer a Jo a desistir daquela história. — Evie foi direta.

Eu sabia que o ciúmes era real. Mas também notei seu olhar perdido desde que voltamos.

Tinha mais coisa ali.

— Ela não vai conseguir fazer nada sozinha. E já alertei o Hugo sobre isso. — tentei tranquilizá-la. Virei-a de frente pra mim.

— Tem mais uma coisa. — disse ela, com os olhos fugindo dos meus.

Passei o polegar pelo seu rosto, incentivando-a a continuar.

— A Alessa parece conhecer muito bem o Brandon. Melhor do que a gente.

Me afastei por um instante, sentindo o peso disso bater.

— Senti isso no Enzo também… — falei, passando a mão pelos cabelos, tentando colocar os pensamentos em ordem.

— O que exatamente ela disse?

— Primeiro, que eles sempre souberam que Brandon estava vivo. — respondeu, indignada.

— Isso eu já sabia. Quando estávamos em Boerne, o Chen comentou que o Enzo queria a cabeça do Brandon. Na época não fazia sentido… Ele já tinha a informação da morte dele.

Evelyn caminhou até a cama e se sentou na beirada.

— Não vejo os Mancini como ameaça, Alexander. Mas eles sabem mais do que dizem. Principalmente sobre o Brandon.

— A Alessa disse mais alguma coisa?

Me sentei ao lado dela, atento.

— Ela falou sobre umas armas que o Brandon não entregou… seriam pagamento por uma ajuda.

— Ajuda? — perguntei, e ela assentiu com a cabeça.

— Enzo teria ajudado ele a despistar o “cara” que, segundo a Alessa, eles não sabem quem é.

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