Benjamin
Dois dias desde que ela cuidou de mim.
Desde que alguma coisa entre nós se revelou.
Ela não disse nada. E eu também não.
Mas a verdade é que... depois daquela noite, a gente não dormiu mais em camas separadas.
Nos despedimos dos outros e entrei no meu quarto com Rosario atrás de mim.
Essa mulher me tira do sério.
Me deixa louco.
E, ainda assim... eu nunca desejei tanto perder o controle com alguém.
Só que hoje ela passou dos limites.
A roupa que usou só podia ter sido escolhida pra me provocar.
E o comentário sobre a Emily, na frente da Alessa, foi a cereja do caos.
Sentei na beirada da cama, enquanto ela pegava a toalha, uma roupa e seguia para o banheiro.
— Você não tem nada a me dizer? — perguntei, cruzando os braços.
— Não que me lembre — respondeu com aquele veneno doce que ela adorava destilar.
— Rosario... — chamei sua atenção, firme.
Ela se virou, colocando uma das mãos na cintura.
— O que foi, ogro?
— É sério isso? — me levantei, irritado.
Ela simplesmente revirou os olhos, me ignorou e seguiu em direção ao banheiro.
Ela sempre faz isso.
Provoca e se retira como se nada tivesse acontecido.
Ah, essa mulher me irrita.
Levantei e fui atrás dela.
Quando percebeu, tentou correr e fechar a porta.
Mas não foi rápida o suficiente.
Coloquei a mão na madeira e a empurrei sem esforço.
Ela me olhou com aquele brilho de desafio nos olhos.
— Vai me impedir de tomar banho agora?
— Não. Mas vou impedir você de continuar fingindo que não tá me escondendo nada.
Ela me encarou por um segundo.
Depois voltou a me ignorar.
— Você é impossível — rosnei, enquanto ela tirava a blusa como se estivesse em câmera lenta.
— Vai continuar falando... ou vai fazer alguma coisa?
Fechei a porta atrás de mim, trancando com um estalo seco.
— Você quer guerra, chica?
Ela deu um passo em minha direção.
— Você é um ogro muito possessivo, sabia?
— E você ama isso. — retruquei.
Ela arqueou uma sobrancelha, desafiadora.
— Talvez eu ame...
Segurei seu rosto com firmeza e a beijei.
Um beijo quente, raivoso, com sabor de posse.
Ela respondeu com a mesma fome, puxando minha camisa com força, como se quisesse arrancar junto a raiva que ela mesma plantou em mim.
Entre um beijo e outro, murmurei contra sua boca:
— Vai me contar ou não?
— Não. — respondeu sem hesitar, dando uma mordida em meu lábio inferior.
— Não? — perguntei irritado. Me separando dela por alguns segundos para encará-la.
Ela não me respondeu, ao invés disso…
Ela me provocou.
A puxei pra mim novamente. Colando minha boca na dela.
Beijei com raiva, com tesão, com fome de tudo o que ela provocava.
Rosario respondeu na mesma intensidade, puxando meu cabelo, mordendo meu lábio, arrancando a camisa do meu corpo.
Empurrei-a contra a pia, sem delicadeza.
Ela sorriu contra minha boca, como quem adora o caos.
Tirei sua roupa aos pedaços, e quando ela ficou nua diante de mim, precisei conter o impulso de dizer o quanto ela era linda.
Mas não contive o impulso de tomá-la pra mim.
A virei de costas, e ela apoiou as mãos na pia, arfando.
Acho que nunca desejei tanto alguém.
E acho que nunca fui tão desejado assim.
Quando a penetrei, ela soltou um gemido rouco, entre prazer e provocação.
— Isso é pra você parar de brincar com fogo — sussurrei contra sua nuca.
— E isso é pra você parar de achar que me domina — ela rebateu, empinando ainda mais.
Rápido, intenso, quente.
Corpos colados, mentes em guerra, corações tentando negar o óbvio.
Ela se entregou ao prazer e seu corpo tremeu sob o meu.
Beijei seu ombro. Chupei seu pescoço.
E encarei seus olhos através do espelho.
Ela sorriu de forma provocativa antes de dizer:
— Não achei que você fosse ceder tão fácil...
— Não quis te ofender. Mas quando se sente que está sendo deixado de fora de algo, tudo volta. A dor, a insegurança, a sensação de ser o último a saber.
Ela cedeu aos meus carinhos. E ficou de frente para mim.
— Eu não estou traindo você, Benjamin. Não estou mentindo.
Só... estou tentando proteger minha hija.
Mas não consegui fazer ela entender o perigo disso tudo.
— Então me deixa te ajudar — pedi — Ou você não confia que eu possa proteger ela?
— Eu confio — ela disse com a voz mais baixa. — Mas a confiança que tenho em você, não pode me fazer quebrar a que ela tem em mim. Entende?
Assenti as suas palavras. Eu entendia o que ela queria dizer. Eu só era o cara que entrou em sua vida a poucos dias. E Jordan, é a garota que ela cuidou como se fosse sua própria filha.
Segurei seu rosto com as duas mãos e beijei sua testa. Depois seus lábios.
— Obrigado por confiar em mim. E eu jamais faria qualquer coisa para prejudicar a confiança que Jordan tem em você.
Encostei minha testa na dela.
— Só não esqueci que eu to aqui. — murmurei pra ela.
Ela sorriu, de leve, e sussurrou:
— Obrigado, meu ogro.
— To aqui pra você, minha chica.
A beijei novamente. Mas esse não foi urgente. Não teve luta por poder e dominância.
Foi doce, suave. Tinha a paixão avassaladora que nos consumiu desde o dia que nos conhecemos, mas também tinha algo mais.
Ficamos em silêncio, até que ela dormiu.
E eu fiquei ali, com o corpo dela colado ao meu.
Pensando em tudo.
Pensando nela.
Rosario era o caos que me curava.
A loucura que me mantinha são.
E se ela achava que ia se jogar nesse plano maluco com a Jordan sem que eu fizesse nada…
Estava muito enganada.
Mesmo que ela lute contra mim.
Mesmo que me esconda o que for.
Mesmo que ache que pode com tudo sozinha...
Eu vou protegê-la.
Do Brandon.
Do mundo.
E dela mesma, se for preciso.
Porque agora...
Ela é minha.

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