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Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 133

Capítulo 133 – É mais fácil odiar

Jordan

Eu ainda não desisti da ideia de ir atrás do Brandon.

Mas, mesmo com a isca lançada por Hugo, ele ainda não mordeu.

Não vou mentir.

As palavras da Alessa sobre ele... sobre o que pensa de mim, e o tal sentimento que ela acredita que ele ainda tenha…

Mexeram profundamente comigo.

Mas sou marcada demais para simplesmente perdoá-lo.

Fingir que nada aconteceu seria o mesmo que trair quem eu me tornei.

Tenho me afundado no trabalho, tentando em vão silenciar esses pensamentos.

Jackson percebeu minha mudança e tem reclamado.

Disse que estou distante. Fria. Escondida.

A verdade é que… nunca fui muito boa em relacionamentos.

Então tenho tentado ignorar tudo, engolir em seco, não falar nada que possa magoá-lo.

Eu o amo demais pra deixar que meu passado com Brandon estrague o que temos hoje.

Depois da consulta — aquela que a Evelyn insistiu pra eu fazer com a Doutora Aline — voltamos pra casa.

Decidi conversar um pouco com ela antes do jantar.

Evelyn tem esse dom de me acalmar.

Só que, quando cheguei no quarto, ela teve uma ideia brilhante.

Abrir a caixa.

Olhei pra ela, confusa.

Ela pegou a caixa das minhas mãos.

E posicionou os números que logo reconheci.

O dia em que nasci.

Com um clique...

A caixa se abriu.

— Puta merda! — xinguei, me levantando num pulo.

Ficamos paralisadas.

Em silêncio.

Olhando uma pra outra como se tivéssemos acabado de abrir uma maldição.

— Levanta a tampa... vê o que tem dentro — falei, quebrando o silêncio.

Ela olhou para a caixa como se fosse uma bomba-relógio.

Como se qualquer movimento errado pudesse fazer tudo explodir.

— O que o Schmidt disse que teria aqui? — perguntou, séria.

— O caminho pro cofre. A vida do Brandon. Tudo que ele tem, tudo que ele sabe... tudo que ele é.

Me aproximei e me ajoelhei na frente dela.

Olhei fundo nos olhos da Evie.

— Dentro dessa caixa, Evie... está a nossa chance de nos livrarmos dele.

De uma vez por todas.

Era isso.

Meu maior sonho.

Acabar com ele, como ele acabou comigo.

Ela assentiu.

E, devagar, levantou a tampa.

O que vimos ali dentro…

Nos pegou de surpresa.

Fotos.

Cartas.

E uma chave…

— É você?

Evelyn perguntou com uma das fotos nas mãos.

Sim. Era eu.

No parque perto de casa. A memória me atingiu com força.

Brandon...

Sempre que vinha ver a Rachel, me levava ao parque.

E eu… adorava.

Ele pedia para Rachel nos fotografar. Dizia que queria registrar cada momento.

Peguei as fotos de dentro da caixa. Minhas mãos começaram a tremer.

Ali estava eu.

Rachel.

Alex.

Jackson.

Benjamin.

Thomas...

Todos nós.

Uma em especial chamou minha atenção.

Estávamos os sete.

Os meninos ao fundo...

Rachel e eu, à frente.

Eu segurava uma rosa.

A mesma rosa que vi tatuada no Jackson.

A mesma que Brandon também tinha.

As lágrimas quiseram vir... mas as segurei.

Odiava chorar.

Brandon me ensinou que isso era fraqueza.

Mas ele estava errado.

Eu não sou fraca.

Eu aguentei.

Suportei.

Resisti.

Sobrevivi.

Aos seus abusos.

Aos seus surtos.

Ao seu amor distorcido.

Ao me maltratar… e depois pedir desculpas como se nada tivesse acontecido.

Evelyn pegou uma das cartas.

Começou a ler.

Notei quando as lágrimas começaram a escorrer no rosto dela também.

— Evie... — chamei, minha voz saiu trêmula.

Algo dentro de mim temia o que aquele pequeno pedaço de papel podia conter.

Seus olhos encontraram os meus.

— Jo... — a voz dela era baixa, quase um sussurro.

— A carta... — ela hesitou.

— É pra você.

Estendeu o papel pra mim.

E meu coração… congelou.

Eu engoli seco. O medo me atingiu.

Será que eu queria saber o que ele tinha a dizer?

Será que esse não era mais um de seus truques?

Brandon, é o mestre da manipulação.

Será que no fundo tudo que ele quer é…

Me manipular?

Peguei a carta de sua mão. E me sentei em uma das poltronas do quarto.

“Minha pequena Sophia,

Espero que no dia que você ler isso.

Possa… me perdoar.

Alexander entrou.

Parou no meio do quarto assim que nos viu.

Seu olhar percorreu a cena:

A caixa aberta.

As fotos espalhadas.

Evie com os olhos marejados.

E eu...

Eu segurando uma carta — com os dedos tremendo, o rosto pálido, e o peito em colapso.

Ele deu um passo.

Depois outro.

E então, viu a foto em cima da cama.

Aquela...

Aquela foto.

Onde estávamos todos.

O silêncio durou alguns segundos.

Mas parecia eterno.

Alexander se aproximou, pegou a foto.

Seus olhos, antes duros, vacilaram.

— Onde você conseguiu isso? — ele perguntou, a voz baixa… quase sussurrada.

Eu respirei fundo.

Engoli o choro mais uma vez.

E respondi:

— No fundo de uma caixa que o Brandon deixou pra Evie.

Os olhos dele encontraram os meus.

E, naquele instante…

Ele soube.

Ele entendeu.

Meus olhos não conseguiram mais segurar.

Alexander se ajoelhou diante de mim.

Tocou minha mão com delicadeza.

Como se eu fosse feita de vidro.

— Jordan… — ele sussurrou.

Meus olhos encontraram os do meu irmão.

A dor me consumiu.

As lágrimas escorrendo sem controle.

Alex me puxou e me abraçou.

Ele não sabia o que estava escrito na carta, mas não precisava.

Ele via.

Ele sentia.

A dor que emanava de mim.

— Fala comigo, minha pequena… — ele sussurrou, ainda abraçado a mim.

Minha pequena...

As mesmas palavras que Brandon usou.

Me atingiram como um soco no estômago.

“Minha pequena Sophia.” — Era como se pudesse ouvir Brandon sussurrar.

Me soltei de Alexander.

Agarrei a carta, peguei a foto em cima da cama e corri para fora do quarto.

Corri sem pensar.

Sem planejar para onde iria.

Tudo que eu mais queria era sumir.

Tudo que eu queria era esquecer.

Esquecer... Mesmo que...

"Mesmo que seja mais fácil me odiar."

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