Jackson
As coisas com o cliente aqui em Madrid estavam quase todas resolvidas.
Finalmente poderíamos nos empenhar novamente na missão que tem assombrado nossos sonhos e nublado nossos pensamentos.
Brandon.
Jordan teve sua consulta, e eu a acompanhei.
Pra mim, ela é a mulher mais linda do mundo — com ou sem cicatriz.
Mas sei o quanto aquela marca mexe com a minha garota.
Então, seja qual for a decisão dela — fazer ou não o procedimento —, eu vou apoiá-la.
Ela tem estado distante.
Dorme nos meus braços todas as noites, me permite uma carícia ou outra...
Mas, ainda assim, está longe.
Tentei conversar sobre o assunto e recebi um daqueles olhares da senhorita Sterling que dizem:
“Seja sábio. E me deixe em paz.”
Então eu decidi.
Ser sábio.
— E aí? Como foi a consulta? — perguntou Benjamin, se aproximando.
Enchi meu copo mais uma vez — era meu terceiro whisky da noite.
— Bem. A doutora é atenciosa e está empolgada com o procedimento.
— Então qual o problema? — insistiu ele.
— Jordan não parece tão empolgada assim.
Além disso... está me afastando aos poucos por causa da história do Brandon.
Continuamos ali, conversando, quando ouvimos passos rápidos vindo da escada.
Benjamin e eu nos viramos e era ela.
Jordan.
Notei lágrimas em seus olhos.
Um papel e algo parecido com uma foto em suas mãos.
Ela passou por nós sem nem mesmo me olhar.
— Jordan! — gritei, e vi quando Alexander descia correndo atrás dela, no mesmo ritmo.
Olhei para Benjamin e, sem pensar duas vezes, corremos também.
Chegando lá fora, Alexander batia no vidro do carro — Jordan já estava ao volante.
— Pequena, desce do carro. Fala comigo! — a voz dele era puro desespero.
E logo... aquilo também me atingiu.
Antes que eu pudesse me aproximar, Jordan acelerou e saiu da propriedade.
— Merda! — xingou Alexander, frustrado.
— O que aconteceu? — perguntei, me aproximando, sem fôlego.
— Chama todo mundo. Pede pro Hugo tentar rastrear a Jo — ordenou Alexander a Benjamin, sem nem olhar pra mim.
— Cara, me responde! — retruquei, irritado.
Ele finalmente me encarou, mas antes que dissesse qualquer coisa... Evelyn apareceu.
— Onde ela está?!
— Conseguiu pegar o carro e sair. Mas já mandei o Benjamin chamar os caras e mandar o Hugo tentar rastreá-la.
— Alex, precisamos encontrá-la… — Evie disse entre lágrimas, se aproximando dele.
E a raiva explodiu dentro de mim.
— ALGUÉM PODE ME DIZER QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!
Gritei.
E só então consegui a atenção do Alexander.
— Tá maluco de gritar comigo?!
— Se tivesse me respondido desde o começo, não teria chegado a esse ponto — retruquei.
— Não tenho tempo pra você, Reynolds. Preciso encontrar minha irmã.
— Ok. E eu, a minha mulher! — me aproximei dele.
Evelyn, notando a tensão entre nós crescer, decidiu intervir e me contar o que tinha acontecido:
— Jack, eu abri a caixa do Brandon. Dentro havia algumas cartas… e fotos.
Meus olhos encontraram os dela.
— Cartas? — perguntei.
Ela assentiu com um aceno.
— Todas direcionadas para a Jordan.
As fotos… — Evie suspirou antes de continuar — eram de todos vocês.
Mas, principalmente, da Jordan e do Brandon.
Evelyn pegou em minhas mãos.
— Precisamos nos acalmar e ir atrás dela. As coisas que ela leu… mexeram muito com ela.
— O que tinha na carta? — perguntei, sentindo meu peito apertar.
— Brandon reconhecendo os erros, declarando seu amor por Jordan… Na verdade, por todos vocês.
Não quero defender ele, eu sofri muito nas mãos dele… — ela olhou para o Alex, depois pra mim.
— Mas, na carta que está com a Jordan, ele deixa claro que escondeu a Sophia de alguém. Que fez tudo isso para protegê-la.
Ela soltou minha mão e se virou para Alexander. E então disse:
— “Nunca, nunca permita que ele chegue perto de você.
Não deixe que ele faça com você…
Com o Alex…
O mesmo que fez comigo.”
— Foram essas as palavras dele.
Alex, sei que parece loucura o que vou dizer. Mesmo que tenha sido errado, e de uma forma distorcida…
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