Capítulo 158 – Não esquece
Jackson
Tentei ao máximo ignorar a presença do Brandon aqui. Minha vontade era simples: acabar com ele. Matar sem remorso.
Mas eu confio demais no Alexander. Ele não age por impulso. Não nesses casos… Não quando o assunto é sério assim.
Quando cheguei com a Jordan e encontrei a Evelyn nervosa daquele jeito, meu coração apertou.
Jordan queria ir até lá comigo… mas isso eu jamais permitiria.
Brandon nunca mais vai fazer mal à minha marrenta. Nunca mais.
Tudo o que eu queria era resolver logo essa merda. Eu tinha planos com a minha garota hoje… E nada, nem ninguém, vai nos atrapalhar.
Decidimos subir. Eu e os caras.
Na porta, estava uma apreensiva Alessa… que nos disse que as coisas estavam calmas demais lá dentro.
Entramos sem pensar.
E o que encontramos?
Alexander… com o Brandon… como se fossem amigos de novo.
Claro que eu não aceitei aquilo. Não assim. Não depois de tudo.
Mas o meu melhor amigo, irmão e cunhado… Alexander Sterling… tem seus métodos.
Ele sempre tem.
E… nos colocou pra resolver como fazia quando éramos moleques.
Sangrar hoje… pra nunca mais.
Brandon não tinha chance.
Ele era bom? Era.
Mas nós três também éramos. Pelo menos… foi o que eu pensei.
Só que Alex sempre nos ensinou uma coisa:
Em uma luta… a motivação conta.
Foi assim que ele acabou com o maldito do Billy… com quatorze anos.
Eu, Ben e Tom…
Lutamos com raiva.
Queríamos que o Brandon pagasse.
Queríamos mostrar que éramos melhores.
Ou… pelo menos… melhores que ele.
Motivação errada.
A raiva é combustível… mas não pode ser o motorista.
Não pode ser o que te dirige.
Não pode ser o que te conduz.
Alex sempre dizia:
Um carro abastecido… mas desgovernado… não cruza a linha de chegada.
Só faz estrago.
Mas…
Um carro com o tanque cheio… e com o controle da pista…
Chega onde precisa… no tempo certo… com precisão letal.
E foi exatamente isso que o Brandon fez.
Ele não usou a raiva.
Nem quis nos provar que era o melhor.
Ele tinha o controle.
Tinha um objetivo.
E com os golpes certos…
Ele tentou chegar lá.
E chegou.
Voltamos a ser cinco.
Como sempre devia ter sido.
Nós… contra o mundo.
E hoje… esse “mundo”…
Tem nome e sobrenome:
Robert Anderson.
E ele vai pagar.
Porque nós…
Somos bons.
Só que juntos…
Somos os melhores.
E vai ser assim:
Juntos até o fim.
— Por que você fez isso, Jack? — A voz da minha marrenta me trouxe de volta dos meus pensamentos.
— É assim que a gente resolve as coisas. Sempre foi. — respondi sério, e ela apertou a gaze com força na minha têmpora, bem onde eu tinha me machucado na luta.
— Auu… marrentinha… — resmunguei. — Vai com carinho…
Ela me deu um tapa no braço.
— Ô marrenta… é sério isso? Já fui destruído pelo seu irmão… agora por você…
— Não fala isso. Não chama ele assim. — A voz dela veio cortante… como uma lâmina.
Ela levantou da cama, e eu já sabia o que vinha a seguir… Fugir de mim, da conversa… Como sempre fazia.
Mas hoje?
Hoje não.
De jeito nenhum.
Envolvi meu braço na cintura dela e a puxei de volta pro meu colo.
Ela gritou, resmungou, me bateu… mas no final… cedeu.
— Eu te amo… — sussurrei.
Ela estava com a cabeça deitada no meu ombro… levantou pra encontrar os meus olhos… colocou a mão no meu rosto… e me beijou.
Não foi um beijo qualquer.
Foi daqueles que a gente sente o amor de verdade.
Onde tem saudade… tem carinho… mas também tem ela…
Minha marrenta… inteira… e só minha.
Com cuidado, fui deitando na cama… a trazendo comigo…
A coloquei no colchão… e fiquei por cima… com os braços de cada lado do rosto dela.
Comecei a acariciar seus cabelos… e a decorar cada pedacinho do seu rosto.
Seus olhos que me prendem…
Seu nariz empinado… mostrando a marrenta que é…
E a boca… linda… gostosa… e sempre… sempre convidativa.
— Eu te amo… — falei de novo.
Ela sorriu.
— Acho que você acabou de me dizer isso.
— Pois é, marrentinha… e ainda foi pouco. — Encostei os lábios nos dela… mas não beijei de verdade… só pra ela saber que eu tava ali… por ela.
— Ele vai ficar aqui por um bom tempo… Talvez… pra sempre. — Eu disse
— Eu sei… — ela respondeu, e o tom de voz dela… doeu em mim.
Eu queria perdoar o Brandon… pelo que ele foi na minha vida.
Meu irmão.
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