Capítulo 165 – Uma escolha
Alessa
Depois do surto do Brandon… e daquela forma ridícula do Sterling de resolver as coisas… nós dois finalmente conversamos.
Eu estou disposta a ficar do lado dele. A enfrentar o que for preciso.
Mas… preciso ter certeza de que é isso que ele quer.
Não tô cobrando romance… não tô cobrando promessas…
Só quero um parceiro… pelo tempo que for bom pros dois.
Ele se desculpou pela forma como me tratou… e claro que eu aceitei.
O transtorno dele é gritante… impossível de ignorar.
E eu jamais deixaria isso influenciar naquilo que penso, e sinto por ele.
Sterling decidiu voltar pra Houston… e eu pedi à Evie pra acompanhá-los. E… ela permitiu.
Nunca imaginei encontrar na mulher de uma ex-paixão… uma amiga de verdade.
Mesmo com o passado dela com Brandon… e com as dificuldades visíveis que ela ainda tem com ele…
Evelyn me aceitou.
E eu adorei.
Crescer na máfia te ensina que… ou as pessoas são suas amigas por interesse…
Ou são suas inimigas disfarçadas.
Nunca é só por você.
E… pra uma garota… às vezes… isso dói.
Mas eu sou uma Mancini.
A gente não chora.
Não se rende.
Só que ver Brandon… daquele jeito…
Desmoronando…
Chorando…
Me partiu.
E as lágrimas…
Ah… essas… vieram sem aviso.
— Tá tudo bem, querido… — sussurrei, ainda abraçada a ele.
Todos já tinham saído…
Inclusive Alexander.
Agora… só éramos nós dois.
— Me desculpa… — ele murmurou, ainda com a cabeça escondida entre os joelhos. — Eu não sou assim… não de verdade… eu só… perdi o controle…
— Eu sei… — falei baixinho, beijando o topo da cabeça dele.
Brandon levantou o rosto… e me olhou nos olhos.
— Não quero isso pra você, Alessa… — a voz dele veio baixa… mas cada palavra dele foi como um soco.
— Do que você tá falando? — perguntei… mas no fundo… já sabia.
— De mim… dos meus surtos… da minha falta de controle… — Ele levou a mão ao meu rosto… o toque tremia… mas ainda assim… era carinhoso. — Eu não sou bom… olha o que fiz com a Rachel… com a Jordan… com a Evelyn…
Os olhos dele ficaram vermelhos de novo.
E o meu coração… pareceu se partir em mil pedaços.
— Eu não quero… — ele continuou… com a voz embargada. — Não quero destruir mais uma coisa boa.
As lágrimas escorreram… sem que eu pudesse conter.
Segurei o rosto dele com força entre minhas mãos… obrigando aqueles olhos azuis… a ficarem presos nos meus.
— Anderson… escuta o que eu vou te dizer… — minha voz saiu firme, mas cheia de emoção. — E quero que preste muita atenção.
Ele continuou me encarando… respirando com dificuldade.
— Eu não vou te obrigar a ficar comigo se não quiser… Eu não sou mulher de migalhas. Eu sou mulher de banquetes.
— Alessa… — ele tentou falar… mas eu não deixei.
— Não… você vai me ouvir. — Apertei um pouco mais seu rosto nas minhas mãos. — Se você realmente não me quiser… se quer que eu vá embora da sua vida… me olha nos olhos… e diz.
Dei uma pausa… a garganta já queimando.
— Me diz… olhando bem pra mim… que não me quer. Que não sente nada. E assim que esse avião pousar… eu sumo da sua vida.
O silêncio dele… me matou um pouco por dentro.
Os segundos… pareciam horas.
Meu coração… implorando por um pedido… por um sinal… qualquer coisa.
E então… ele levou as mãos até o meu rosto…
Secou minhas lágrimas…
E sem aviso…
Me beijou.
Mas não foi só um beijo.
Foi um ataque.
Uma rendição.
Um grito de socorro.
A boca dele tomou a minha com uma fome… uma urgência… que parecia querer me devorar.
Minhas mãos escorregaram pro pescoço dele… os dedos se enroscaram nos fios loiros… puxando… pedindo mais.
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