Capítulo 185 – Ingratos!
Robert
O trabalho de uma vida. Esses garotos querem acabar com o trabalho de uma vida inteira.
Ingratos!
Todos eles…
Cuidei, criei, ensinei e fui presente na vida de cada um deles. E como me retribuem? Me caçando como se eu fosse um animal…
Acham que têm direito sobre alguma coisa.
Eu tenho direitos!
Sophia é minha filha! E Evelyn está pagando a conta de Parker.
Não queria ter matado Susan. Ela foi minha companheira por anos. Mas um homem precisa fazer o que tem que fazer sem arrependimentos. E eu precisava mostrar ao meu garoto Brady quem é que manda. Principalmente depois de ele me afastar de Sophia e ainda por cima tentou me enganar com uma falsa morte.
Esses mal-agradecidos irão aprender o que acontece com quem mexe comigo. Eu não sou conhecido como Raposa à toa. Não é só pela minha esperteza, astúcia e inteligência… Mas pela minha capacidade de adaptação. Sou um homem ardiloso. E vou mostrar a esses pirralhos do que uma velha raposa é capaz.
Mas tenho que confessar: dar a ordem para matar meu garoto Alex não foi uma decisão fácil. Eu amo meu menino, sempre amei. E, nos últimos anos, ter que me afastar dele foi a coisa mais difícil que fiz.
Alexander é um pedaço da Andrea… Minha Andrea. Me apaixonei por ela no dia em que a conheci. Mas eu já estava de casamento marcado com Susan, que seria uma boa esposa. Só que eu ainda a queria. E meu velho me ensinou:
“O que não te dão, você toma!”
E eu tomei… E foi minha por anos. Até ela decidir que não me queria mais. E jogar na minha cara que nunca foi minha de verdade. Que nunca me amou.
Cretina!
Só que eu fui claro: se não é minha… não é de mais ninguém. Ela só se livraria de mim…
Morta!
E foi o que ela fez. Tirou a própria vida. Depois de tudo que lhe dei ... amor, carinho, atenção, cuspiu em tudo que lhe ofereci. Mas eu não deixaria Sophia fazer o mesmo comigo. Eu ajudei Alexander a cuidar dela e de Rachel.
Sophia ia ser minha para sempre. Mas logo eu, que nunca perco o controle, acabei deixando as coisas desandarem. Meu negócio com Tariq Al-Hamad saiu dos trilhos. Eu precisava da ajuda dele para manter o clube, que era minha maior fonte de renda. Os Blackwater davam dinheiro, mas quem quer chegar no topo não se contenta com lucros, e sim com império. E, em uma das suas visitas, ele viu a foto da Sophia em um porta-retrato em cima da minha mesa, ao lado de uma dos meus cinco garotos.
Tinha tirado aquela foto no aniversário dela de sete anos. Foi o último que ela passou comigo. Tariq se encantou. Disse que ela se tornaria uma mulher linda… E por poder, eu cedi. Aceitei entregar minha menina com quinze anos. Claro que eu não tinha intenção de entregar. Ela é minha filha, o último pedaço da Andrea. Eu daria um jeito de quebrar esse acordo, ofereceria outras…
Só que meu garoto Brady estragou tudo, atrapalhando meus negócios. Quando descobri que ele estava à frente da Hydra, no primeiro momento me orgulhei. Meus dois meninos puxaram a mim e são bons no que fazem. Claro que Alex é melhor, e sempre deixei isso claro para Brandon, mas o garoto me deu trabalho…
Eu realmente acreditei que Sophia estava morta. Quando Charlie descobriu que não, e que era Brandon quem a escondia, eu queria ter acabado com ele. Mas se eu fizesse isso, nunca saberia onde ela estava.
E com o tempo, tudo só piorou com Tariq. E ele é um homem poderoso. Precisei aceitar entregar minha menina… e um bônus. E claro que ele se encantou por Evelyn. Quem não? Ela é linda, tem um sorriso cativante. E Charlie me devia, por ter demorado tanto para encontrar minha filha. Então, vamos lá.
Sophia e Evelyn hoje são de Tariq. E ele não está nem um pouco disposto a abrir mão delas.
Estávamos a caminho do porto de Long Beach, na Califórnia.
Embarcar em um navio cargueiro não era a minha ideia de viagem, mas dadas as circunstâncias, e depois de ter atirado em um Mancini, qualquer tentativa por terra ou ar seria interceptada.
Uma das gêmeas foi a primeira a acordar. Eu não tinha decorado quem era quem. Ela me olhava como se quisesse me matar com aqueles olhos verdes.
— Deseja alguma coisa, senhorita Fontana? — perguntei, mantendo o tom educado.
— Voltar para casa. — Respondeu seca.
— Mas você está indo para a sua nova casa. — retruquei com um sorriso frio. — Tenho certeza de que Zayd cuidará muito bem de você e da sua irmã.
— Seu velho doente. — Ela rosnou e tentou avançar, mas meu homem foi mais rápido e a conteve.
— Lena… — A voz da outra chamou sua atenção.
— Tá tudo bem, Elo… — Elena abraçou a irmã, e logo Sophia e Evelyn também acordaram.
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