Capítulo 200 – O Cofre
Brandon
Assim que chegamos, vi o cretino do Jimmy Dixon. Não confio nesse cara. Foi pilantra na infância, na adolescência, e tenho certeza de que continua do mesmo jeito.
— Tá, você sabia disso. Então, o que ele faz aqui?
— As coisas não ficaram claras em Vegas. Alguém estava ajudando Robert no território Santoro. Enzo não gostou. E, além disso, descobri três clientes meus que foram prejudicados pelas merdas dele.
— Bom, e onde nos encaixamos nisso. E ainda... — apontei para Dixon. — Com aquilo? — perguntei.
— A questão toda aqui é que eu não gosto de sentir que fui passado para trás. Mas pior do que eu é a Cosa Nostra. E, segundo informações, eles estão se sentindo lesados.
— Lesados? Pelo que exatamente? O traíra está lá, não aqui. — rebati irritado.
— Brady, eu tô contigo, cara. Você é meu irmão, e nunca vou te abandonar. — Alex olhou para Jimmy, que nos aguardava. — Mas preciso da sua sinceridade. De toda informação que tiver.
— Alex, eu só me envolvi com Enzo. E por um motivo específico. Mas sei que Robert estava trabalhando com alguém. — Passei a mão no cabelo, tentando me acalmar. — Antes de forjar minha morte, consegui documentos. Só que antecipei meus planos e não tive tempo de avaliá-los.
— E onde estão?
— No meu cofre.
— Então vamos buscar.
— As chaves estão com você. Mas não é tão simples.
— Não entendi…
— Alex, eu tenho muita coisa lá. Sobre muita gente. E você percebeu quanta gente estava atrás disso. Temos que planejar. Ir lá sem se preparar... não vai dar muito certo.
Ele assentiu para minhas palavras e decidimos descer e ir ao encontro do idiota do Dixon. Alexander mandou mensagem para o Jack receber o cara e levá-lo até a sala privativa. Nos encontramos com os caras na porta da sala, e Chen também estava lá.
— Nossos clientes passaram as informações que precisávamos… — Chen fez uma pausa. — Sei que você não quer, chefe, mas... vamos precisar viajar. — concluiu.
— Pra onde?
— Nova York. — Alex passou as mãos no rosto.
— Vamos descobrir as coisas por aqui primeiro. A viagem vai acontecer, mas por enquanto está em segundo plano.
Alex disse, e Chen apenas assentiu.
— Agora vamos ver o que conseguimos do nosso amiguinho Dixon. — Alex disse em tom de deboche.
— Tá ficando bom nisso, cara... — Jackson falou, fazendo com que todos nós olhássemos pra ele, confusos.
— Que foi? — Jack perguntou. — Eu quis dizer... nessa coisa de deboche, brincadeira. Tá só faltando a coisa do pudim. — ele concluiu.
— Pudim? — Ben perguntou.
— É 'pu dim' ou 'pra mim'?? — Eu revirei os olhos pra ele. Chen e Ben riram. Já Thomas...
— Ow, capitão! Que porra, você não cansa de me bater, não? — Jackson disse irritado.
— Bem, agora que o Jackson já fez sua piadinha ruim... vamos entrar. — Alex tentou falar sério, mas não teve muito sucesso.
— Aprendi com o Lucas. No dia que ele contou, eu ri muito.
— Cara, só cala a boca. — Thomas disse pro Jackson, e todos nós entramos.
As salas privativas do Alexander ficavam no térreo. Havia câmeras por todos os cantos, bloqueadores também. Ninguém conseguia nem mesmo mexer no celular, e na entrada tinha um detector que a Jo inventou.
Assim que passamos pela porta, Alexander foi direto para sua cadeira atrás da mesa. Jimmy tentava manter a postura, mas dava pra ver que ele estava com medo. Nos dividimos na sala: Jackson e Ben ficaram cada um de um lado do Alex. Thomas e eu sentamos nas cadeiras ao lado do Jimmy, e Chen ficou em pé, encostado na parede atrás.
Alex gostava disso. De encurralar as presas.
— Jimmy, espero que suas informações sejam boas como você disse que eram. — disse Alex.
— Eu não viria até aqui se não fossem. — ele rebateu.
— Comece. Meu tempo é valioso. Cada segundo conta. — Alexander disse naquele tom autoritário de quem não deixa dúvidas.
— Enzo me acusou de traição com a casa, e acabou me prejudicando como associado.
— Essa é sua informação? — Alex perguntou, encostando na cadeira.
Dixon assentiu, desesperado. Alex deu ordens ao Chen, que logo saiu com o cara para garantir a tal segurança.
— Conseguimos descobrir quem é o cara? — Thomas perguntou.
— Sim. Vou pedir pro Hugo e pro Diego pegarem as imagens daquele dia. — Alex respondeu.
— Se conseguimos, por que precisamos do Dixon? — perguntei intrigado.
— Tempo, preciso ganhar tempo. Enquanto conseguimos aqueles documentos. — me respondeu Alex.
— Que documentos? — perguntou Ben.
— Os que consegui antes de “morrer”. — respondi.
— E onde estão? — foi a vez do Thomas.
— No meu cofre.
— Caralho, essa porra existe mesmo? Por um instante achei que fosse só mais uma das suas invenções mirabolantes. — Jack disse com deboche.
— Jackson, você não quer levar outra surra, né?
Ele levantou a mão pra mim em rendição. Alex desencostou da mesa, pegou as chaves do carro. Tirou outras duas do bolso do paletó me entregou. Então disse:
— Então vamos lá. Finalmente vamos descobrir o que tem dentro do cofre de Brandon Anderson.
Mesmo sabendo do risco que corriamos indo até lá sem planejar, sabia também que nós cindo éramos os melhores. Fomos saindo e por instinto peguei o celular, e não havia nada.
Por mais que eu tentasse focar na missão... a imagem dela ainda queimava na minha mente. A forma como me olhou, a dor que eu senti... E principalmente a falta que minha ragazza vai me fazer.
No meio do caminho, Alex me parou.
— Tem alguma coisa que eu precise saber antes de irmos?
Respirei fundo, antes de responder:
— Só uma... — Alex me olhava atentamente. — Que assim que abrirmos aquele cofre... vamos voltar para o inferno.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo