Enzo
Estava feliz que minha ragazza tinha voltado, estava bem e ainda disse:
“Também te amo.”
Mas meu desentendimento com a bambina Eloisa me tirou do sério. Evelyn me lembrou que minha Elena ainda não estava cem por cento, e foi isso que me fez recuar.
Sterling me pediu um minuto e acabei cedendo, precisava me acalmar, assim como precisava saber o que aconteceu nas últimas horas em que fiquei recluso.
Saímos do quarto com Hugo ao nosso lado e fomos até a sala de espera. Notei homens do Sterling por todo lugar, onde meus olhos alcançavam, ali estava alguém. Até mesmo Brandon.
— Estarei ali fora, chefe — Hugo disse, nos deixando sozinhos.
— Então? — perguntei.
— Tudo indica que Salvatore foi tirado do país. E Brandon nos disse que o refúgio de Robert é em Zurique, onde está a sede da Blackwater.
— Esse cara não brinca em serviço — disse bufando.
— Vou mandar dois homens meus para lá hoje, conferir as informações que Brandon tem e sondar o ambiente.
Assenti. Sterling era a melhor pessoa para esse tipo de serviço.
— Alguma notícia de Piccolo?
— Falei com ele, mas o velho continua do mesmo jeito — passei a mão pelos cabelos, tentando me acalmar. — Ele ligou para meu avô, que está furioso. Tive que contar a verdade… e o “sequestro” da minha sorella.
O celular dele apitou, e rapidamente ele pegou. Como se o toque já fosse um alerta.
— Algum problema?
— Não sei. Evie apertou o botão de emergência.
Nós dois saímos correndo. Assim que Hugo nos viu, fez o mesmo.
Quando cheguei no quarto, o que vi não me irritou.
Me transformou no verdadeiro diavolo.
Paola estava ali. No quarto da minha mulher. Audaciosa como sempre, só que hoje, isso não me encantaria. Me causaria fúria.
Coloquei ela em seu lugar e a mandei embora com um último recado:
— Vou fazer você pagar. E não serei rápido, sua maledetta. Será lento... e doloroso.
Ela saiu, e logo em seguida pedi que os outros também saíssem. Ficamos só eu e minha ragazza. Por alguns minutos, permaneci onde estava, tentando acalmar minha fúria e minha respiração.
Elena não disse nada, mas quando virei para encará-la, vi uma tristeza que não estava ali quando saí do quarto.
Me aproximei dela e me sentei ao seu lado na cama. Ela quase não me olhava, mas segurei sua mão e a levei até meus lábios.
— Ela fez alguma coisa com você? — perguntei. Ela apenas negou com a cabeça.
Elena voltou a se deitar, fechou os olhos por um instante. Não queria forçá-la a nada. O médico disse que ela precisava de repouso, muito repouso. E, desde que acordou, seu quarto esteve agitado… a deixando agitada também.
— Me conta…
Ela colocou o braço sobre os olhos, como se quisesse se esconder.
— O que quer saber, amore mio? — perguntei, passando a mão por seu rosto.
— Quem é ela, quando terminaram, quanto tempo ficaram juntos… — suspirou antes de concluir: — Essas coisas… que toda namorada quer saber quando conhece a ex.
Sorri pelo seu jeito.
— Ela é Paola. Filha do Leopoldo Piccolo. Foi minha primeira namorada.
Elena tirou o braço dos olhos e me encarou, mas não me interrompeu.
— Namoramos toda a adolescência. Eu achava que ela era o amor da minha vida, assim como eu era o da sua.
Parei por um instante antes de continuar.
— Ficamos juntos até o início da juventude. Meus pais morreram em um acidente e mio nonno começou a me preparar para assumir seu lugar.
Elena começou a ficar inquieta e decidiu se sentar.
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