Capítulo 237 – Estou com você, mio amico.
Alexander
Evelyn me acha irritante, mas ela não tem noção do quanto ela também me irrita. Não... ela sabe. E faz isso de propósito.
Eu quero o melhor para o meu irmão, e que ele seja feliz. Mas poderíamos apenas ter recebido o juiz, pegado a certidão, e um dos nossos problemas estaria resolvido. Um dos... porque no momento, problemas é o que mais temos. Pode escolher.
Elas foram seguidas, claro que foram. E atacadas também, como se eu tivesse dúvidas de que isso aconteceria. Mandei meus homens vasculharem o lugar e descobrirem quem eram os cretinos. E fiz uma única ligação… que me revelou coisas interessantes. Mas, ao mesmo tempo, eram informações que talvez Enzo não fosse gostar.
— Tô aqui, Alex. — A voz do Brandon veio do corredor.
— Ok, vamos ao escritório. — Eu disse e determinei quem viria.
Notei a irritação de Enzo, assim como vi que Elena não havia chegado com ele.
— Ethan, onde está o Chen?
— Ele está com a Lena, chefe. E disse que chegam em alguns minutos.
Assenti para suas palavras e me sentei atrás da minha mesa. Os caras se distribuíram pela sala. Trouxe Ethan, Andrew e Hugo também. Enzo estava sentado em uma das poltronas, com Giuseppe em pé ao seu lado.
E nas cadeiras à minha frente, estavam os irmãos Piccolo.
— Vamos lá, Pedro. Seu irmão nos disse que também não estava disposto ao casamento. E que desistiria dele se levasse vocês dois a Zurique.
— Exatamente. — Ele me respondeu.
— E você também sabia da ida do Gambino e do seu pai a Veneza.
— Correto novamente. — Me debrucei sobre a mesa e o encarei.
— Agora me diz, e acho que não preciso dizer que não gosto de enrolação, pois você e sua família me conhecem bem. — prendi meus olhos nos dele.
— Claro que conheço, Sterling. — ele olhou para o irmão, depois voltou o olhar para mim. — E soube do seu pequeno desentendimento com Pietro. Peço desculpas por isso, meu irmão mais novo às vezes é impulsivo demais.
— Deve ser de família! — Brandon retrucou.
— Ah, não, Anderson. Eu não ajo por impulso. — Pedro recostou na cadeira. — Meus passos são sempre bem calculados.
Brandon quis avançar no cara, mas Thomas e Jackson o contiveram.
— Espero que seus cálculos estejam corretos, Pedro, porque segurei meu irmão mais cedo, mas não farei isso agora. — Alertei.
— Não sou uma ameaça pro seu irmão. Se mia vita e eu... — Brandon rosnou ao ouvir Pedro chamar Alessa assim. — Como eu ia dizendo, se tivéssemos intenção de ficar juntos, ela nunca nem mesmo teria conhecido o Anderson.
— Sua relação com minha sorella não é a pauta aqui, Pedro. Meu interesse é saber o que seu pai e Gambino foram fazer em Veneza. — Enzo disse em um tom nada amigável. Era raro ver o Mancini em seu modo Don.
— Antes de Vito levar mia vita... — Ele olhou para Brandon com um sorriso provocador, depois voltou-se para Enzo. — O acordo com os Santoro já tinha sido encerrado.
— Como é? — Enzo perguntou, irritado.
— Vecchio Mancini já tinha desfeito o acordo com Salvatore. E propôs um ao meu pai. Ele queria que eu me casasse com ela. Mas Alessa me contou sobre o Anderson, e eu jamais a forçaria a nada.
— Então você rejeitou, e ele obrigou seu irmão? — Perguntei, e ele apenas assentiu.
— Meu irmão tem razão, eu não consegui contato nem com Rizzotto, nem com Franchetti. Mas sei que eles não foram convidados para a "tal" reunião. — Informou Pedro.
— Eu falei com Tommaseo. Ele assumiu o lugar do Filippo. — Eu disse, me dirigindo ao Enzo. — E Gaetano não me retornou. — Concluí.
— Eu falei com Franchetti, ainda esta manhã. — Respondeu Enzo.
— Enzo... — começou Pedro. — Eu jamais acusaria tuo nonno se não tivesse essa certeza dentro de mim.
Enzo passou a mão pelo cabelo, como se aquele gesto o ajudasse a pensar.
— Non posso crederci... — murmurou, e pude sentir a dor da decepção. Sabia bem como era. Foi a mesma que senti quando descobri sobre Robert. E quando olhei para meu irmão, vi que ele também sabia...
— Sei que é difícil acreditar, Enzo. Mas minhas fontes, os documentos… tudo aponta para o seu avô. — Queria manter meu tom amigável, talvez com um leve conforto. Mas neste momento, precisava mostrar a Enzo minha firmeza de sempre.
— Então me diz, Sterling, o que pretende fazer? — Enzo perguntou.
— Para essa pergunta, você já sabe a resposta. Mas a questão aqui não sou eu, mio amico... é você. — Levantei da minha cadeira, fui até ele e coloquei a mão no seu ombro. — Estou com você. Meus homens são seus homens. É só me dizer o que pretende fazer.
— Eu quero a verdade, Sterling. E se descobrir que mio nonno colocou a vida da mia bambina em perigo, e tentou matar seu próprio sangue por poder... — Vi os olhos de Enzo escurecerem.
— Que ele se prepare. Porque por essa traição, sangue vai correr pelas mãos.
Enzo olhou bem dentro dos meus olhos e concluiu:
— E vou garantir que seja o dele.

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