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Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 27

Alexander

Quando Scarlett veio até mim, informando que Evelyn tinha desmaiado, um buraco se abriu em meu peito. Era uma mistura de preocupação e medo.

Quando cheguei à sala, ela estava caída no chão, com Emily e Abigail sobre ela. Jackson quis pegá-la do chão, já que eu não conseguiria por causa do gesso. Mas eu jamais permitiria que outro homem carregasse a minha mulher.

Exatamente.

Minha mulher.

Arranquei aquela porcaria num rompante de fúria. Peguei-a no colo e segui para o meu quarto. Não permiti que ninguém entrasse. Apenas a deitei na cama e fiquei ali, velando seu sono. Desde que a conheci, esse tem sido meu passatempo preferido: velar seu sono.

Quando ela acordou, o alívio me atingiu, mas eu precisava ter certeza de que ela estava bem. Informei que pousaríamos para levá-la ao hospital. Mas ela... Nunca concorda comigo de imediato. E, claro, ela faria caso por causa do gesso. O pouco que conheço de Evelyn já me fazia imaginar isso.

Mas foi o toque dela no meu braço, suas unhas deslizando suavemente sobre minha pele e sua voz macia... Eu não resisti. Sei que disse que daria tempo a ela. Brandon ainda é algo recente e muito presente. Mas droga! Eu estava começando a me viciar em seus lábios, em seus toques...

Quando Jackson nos interrompeu, quis matá-lo. E eu faria, sem pensar, se fosse preciso. Mas então veio a risada dela e suas mãos suaves em meu rosto. Foi o suficiente para me fazer desistir de qualquer coisa.

O problema foram as palavras dela a seguir:

— Lembre-se de que essa viagem nunca foi a passeio.

A frase caiu sobre mim como um balde de água fria, trazendo-me brutalmente de volta à realidade. Eu estava indo resolver um problema, e dos grandes. Mas, no percurso, surgiu um ainda maior.

Eles sabem dela.

Sabem da ligação dela com Brandon. E pior... virão atrás dela.

Evelyn já estava começando a me conhecer melhor do que aqueles que convivem comigo há anos. Ela sentiu não só minha mudança repentina, mas também que havia algo maior ali. Tentei manter a seriedade e decidi sair do quarto. Não a olhei. Não confiava em mim mesmo se o fizesse.

— Qual o problema agora? — perguntei, ríspido, para Jackson, que percebeu de imediato meu péssimo humor.

— Arthur não conseguiu autorização para pousar. Talvez tenhamos que esperar até Paris para que alguém avalie Evelyn.

Olhei para trás, para a porta ainda fechada. A lembrança do nosso momento ainda queimava sob minha pele.

O gosto dos lábios dela ainda ardia nos meus, como uma marca difícil de esquecer.

Me lembrei do que ela disse antes: que estava bem.

— Evelyn disse que está bem. Esperamos até podermos pousar.

Jackson assentiu e seguiu para informar Arthur.

Vi Abigail se aproximar, os passos cautelosos e os olhos carregando um certo temor.

— Será que posso vê-la? — sua voz era calma, mas ela evitava me encarar.

— Disse para ela descansar. Provavelmente está dormindo — falei seco, já seguindo em direção à cabine.

— Ela já está há muito tempo sem comer. Talvez fosse bom acordá-la e insistir que coma.

Me virei para Abigail.

— Evelyn não me parece o tipo de pessoa que vai aceitar ser forçada a comer.

— Não, ela não é. Mas, antes de termos certeza sobre a real situação dela, acho que deveríamos insistir.

Havia algo ali. E eu sou bom em ler pessoas.

Tudo em Abigail indicava que havia algo nas entrelinhas, algo que ela estava hesitando em dizer.

— Quer compartilhar algo comigo? — minha voz saiu baixa, dura.

Vi quando ela engoliu seco e desviou o olhar.

— Abigail... — não era um chamado. Era um comando. E ela entendeu.

— Evelyn me disse que a menstruação dela está atrasada. Pode ser emocional, considerando tudo que aconteceu nos últimos dias, mas...

Seus olhos finalmente encontraram os meus.

— Pode ser gravidez.

O ar escapou dos meus pulmões. Tenho certeza de que fiquei alguns segundos sem respirar.

Meus punhos se fecharam involuntariamente, a mandíbula travou, e um calor subiu pelo meu corpo, queimando como raiva.

Grávida?

Daquele cretino?

Não.

Isso não era uma bênção.

Um filho daquele maldito... era uma maldição.

Sem dizer uma palavra, fui direto à cabine. Bati com força, obrigando Vince a abrir a porta.

— Chefe — disse ele.

— Precisamos pousar — minha voz era firme, sem deixar espaço para dúvidas.

Arthur pilotava, atento ao painel de controle.

— Chefe, não consegui autorização.

Mas a imagem de Evelyn pipocou na minha mente.

Ela, na cama.

Tão entregue a mim.

— O que eu preciso é da minha mulher. Que está deitada na minha cama, me esperando.

Minha voz saiu baixa e grave. Não deixava espaço para dúvidas.

— Sua... mulher? — Scarlett repetiu confusa, piscando algumas vezes.

— Pensei que ela era mulher do Brandon. Ouvi o que a amiga disse sobre...

— SAIA! — gritei.

Vi seus olhos marejarem, mas não era tristeza. Era raiva. Raiva pela rejeição.

Scarlett saiu correndo, batendo a porta com força.

Dei um gole na bebida, tentando clarear a mente.

Mas ela se alternava entre Evelyn... e a possível gravidez.

O que eu faria se ela estivesse grávida?

Conseguiria continuar com ela mesmo sabendo que carregava o filho daquele cretino?

Nunca quis ser pai. Nunca pensei nisso.

Mas agora...

A ideia de que ela poderia estar grávida do Brandon...

Algo apertou dentro de mim.

Odiei ainda mais aquele desgraçado, porque, no fundo, eu queria que esse filho fosse meu.

Ouvi batidas na porta, e Jackson apareceu.

— Arthur conseguiu a autorização. Vamos pousar.

Respondi com um único aceno.

E a pergunta ecoou de novo, martelando na minha cabeça:

“E se ela estiver grávida?”

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