Capítulo 296 – Óbvio
Enzo
Meu coração doía por deixá-las, principalmente a Maria. E a forma como ela falou do céu e o medo de que eu fosse embora como Dimas rasgou meu peito.
Elena me tratou friamente, e isso me incomodou demais. Sei que no fundo ela não terminaria comigo, eu jamais permitiria isso. Mas também sei que ela levantaria uma barreira entre nós que levaria um tempo para eu derrubar.
Entramos no avião e, enquanto nos preparamos para a decolagem, fiquei vendo a interação de Alexander e seus homens, ou melhor, sua família. Por um momento, eu quis ser parte daquilo, mesmo que o emprego deles tornasse a vida tão difícil quanto a de um mafioso.
O que essas pessoas têm é algo que nunca tive e acho que nunca vou ter.
Estávamos no ar. Giuseppe ao meu lado, mas me mantive calado, olhando para o celular na esperança de que alguma mensagem chegasse. Quando Alexander entrou, e tinha alguém no seu colo…
— Maria!! — Peguei minha bambina no colo e pedi ao Alex para tentarmos pousar, só que aí ele me contou.
Elas estão vindo!
Mia donna, e a donna de todos os outros, sem avisar, decidiram nos acompanhar.
Mas no fundo, era exatamente isso que eu queria. Mia donna e mia bambina ao meu lado, e se Dio permitiu, quem sou eu para questionar?
Trouxe Maria para um dos quartos e fiquei deitado com ela. Eu a acariciava, e a Girassol também, se não ela fica com ciúmes, segundo diz a mia bambina.
— Papai, será que a tia Lena vai ficar triste com a Maria?
A puxei para o meu colo e passei a mão por seus cabelos.
— Triste não, amore mio, mas preocupada, tenho certeza que sim.
— A Maria gosta da tia Lena, mas queria muito ficar com o papai.
— Eu sei, mia vita, e desculpe por ter te deixado. Estou feliz que esteja aqui, mas era melhor ter ficado com a tia Lena.
Maria me abraçou, e me permiti ter aquele momento com a minha filha. Ouvi batidas na porta e era Giuseppe.
— Don, recebi uma mensagem do Pedro.
Fiz sinal para que continuasse.
— Ele disse que embarca para Zurique somente amanhã.
— O que mudou? — perguntei.
— Ele não disse, falou que conversaria com o Don e Sterling pessoalmente.
— Ainda não sabemos o que vamos encontrar e nem mesmo por onde vamos começar. — eu disse.
— Na verdade, sei bem. — A voz de Alex soou atrás de Giuseppe.
— Sabe? — perguntei.
Ele me mostrou o celular. Li a mensagem, mas não vi o remetente.
— Quem enviou?
— Não sei, pensei no seu avô no primeiro momento, mas é óbvio demais.
— Mas não é você mesmo que diz que, muitas vezes, é o óbvio que funciona? — o questionei
— Sim, em alguns casos sim. Coisas óbvias demais nunca são nossa primeira opção. Mas, nesse caso, não acho que essa regra se aplique.
— Acha que já seremos rendidos assim que desembarcarmos? — Giuseppe perguntou.
— Tem grandes chances. — Alex respondeu.
— Não temos homens, e estou com mia bambina.
— Por isso, vou falar com Arthur, para mudarmos a rota, pousarmos em outro lugar. — Alex nos informou.
— E onde pousaríamos? — A pergunta veio de Giuseppe.
— Pensei em Berna, estaríamos a menos de duas horas de Zurique. E tenho um bom cliente lá que pode conseguir homens para mim.
Mia bambina estava no meu colo, prestando atenção em toda a conversa. Dei um beijo em sua cabecinha e ela se aninhou em mim, e voltei minha atenção a Alexander.
— Confia nesse cliente? — perguntei.
— Sim, não aceito traição, por isso sempre me coloco um passo à frente em tudo. — ele me respondeu.
— Sabe que confio em você, no seu julgamento e principalmente sei bem da sua capacidade. — eu disse a ele.
— Bem, falarei com Arthur, e deixarei os caras atentos também. Tenho dois homens da minha secundária em Zurique, vou pedir para Ben falar com eles e sondar as coisas por lá.
— Aproveitando, Alex. — começou Giuseppe. — Pedro não embarcou hoje como nós.
— Como assim? — ele questinou.

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