Capítulo 330 – Nossa história
Brandon
Hoje foi meu dia de descoberta, e preciso dizer que foi das melhores. Porque descobri que, por todos esses anos, eu nunca havia amado ninguém, que esse laço de sentimentos que é o amor, como diz minha mulher, eu só tive com ela, e vai ser com ela para sempre.
— Agora me diz, Brandon. Agora que sabe o que é amor… quem você ama? — Alessa me perguntou.
Senti um nó na minha garganta e uma vontade tremenda de chorar, mas não era de tristeza; era pela felicidade em saber que diante de mim não estava só a mulher da minha vida, e sim o amor da minha vida, minha metade, aquela que nos fazia um só.
— Você. Foi sempre você! — eu disse sem hesitar, com toda a sinceridade que havia dentro de mim. E depois eu a fiz minha, repetidas vezes.
Estamos deitados, cansados, mas puta merda, eu estava feliz pra caralho.
— Como ela está? Vi o sangue na sua roupa, e o curativo nela. — Alessa me perguntou, acariciando meu peito.
— Ela vai ficar bem, Andrew cuidou dela, e Aline iria examiná-la depois.
— E quem é o rapaz com ela?
— É o Jhony, namorado dela. — eu disse com um sorriso na voz. Alessa levantou a cabeça para me encarar.
— Namorado? Amira arrumou um namorado em um cativeiro? — Arqueei uma sobrancelha para ela, e recebi um tapa em seguida.
— Ow, Baby… — eu disse rindo.
— Com a gente foi diferente, já nos conhecíamos. — ela rebateu.
— Bom, isso não importa. Ele parece gostar dela, e Amira está encantada com ele. — eu suspirei antes de continuar. — Depois de tudo que ela passou na mão daqueles cretinos, e na minha também, ela merece ser feliz.
— Na sua?
— Sim, baby. — respondi dando um beijo no topo de sua cabeça. — Mesmo que não tenha lhe causado dores físicas como eles, eu também lhe causei dor. E acho que, no fundo, as minhas foram piores, porque quando alguém que você não ama te faz sofrer, é só um machucado que, quando sarar, passa. — Alessa levantou a cabeça para me olhar novamente, e passei a mão por seu rosto. — Agora, quando é alguém que você ama, a marca é profunda, e a cicatriz fica para sempre.
— Ela não parece te olhar dessa forma, como alguém que a machucou.
— Amira é grata. Acho que é por isso que ela me aguentou por tanto tempo mesmo sofrendo.
— Qual a história de vocês? Como se conheceram? — A pergunta da Alessa mexeu comigo, lembrar como encontrei a Amira ainda dói.
— Minha primeira missão com os caras foi para a Síria, Alex já estava acostumado com o que acontecia lá, eu e os caras não, tínhamos só dezoito anos.
Desviei meus olhos da Alessa e comecei a encarar o teto.
— Saímos para uma ronda, em um dos vilarejos, e lá havia um grupo de crianças brincando de bola, Jack e eu começamos a jogar com eles. A bola correu, e fui buscá-la, então eu a vi.
Senti meu peito apertar por trazer essa memória, era como se eu estivesse revivendo tudo de novo.
— Não havia uma parte do seu corpo que não tivesse machucado, mas o que chamava mais atenção era a do pescoço, que estava exposta em carne-viva. — Senti uma lágrima escorrer, e Alessa a secou. — Mas os olhos da síria, esses não tinham dor, eles tinham fúria, e ela me enfrentou.
Minha mulher colocou as mãos em meu peito, e seu queixo sobre elas, para prestar atenção no que eu dizia.
— Eu não falava árabe, e arrisquei mesmo assim. “Falo sua língua, idiota”, ela me disse. — Sorri por lembrar o quão abusada Amira é. — Tentei ajudá-la, mas ela não deixou, Jack se aproximou, e ela se desesperou, disse que mesmo ferida ela ainda enfiava uma bala no meu rabo.
Alessa riu.
— Ela tem jeito de mulher de atitude. — minha mulher disse.
— E ela é, baby. Fui até Jackson e não contei nada a ele, não naquele momento. Voltei a noite e ela estava no mesmo lugar, mesmo teimando comigo, eu a carreguei, arrumei um lugar para ela, cuidei de seus ferimentos, a alimentei.
— Você a salvou. — Alessa sussurrou.
— Não, ela se salvou. Eu só a ajudei.
— Por isso ela conhece todos os meninos?
— É, eles me ajudaram a escondê-la e quando fomos transferidos, e a levei escondido até mesmo deles, e foi aí que começamos nosso negócio juntos, Alex descobriu, e o resto você já sabe.
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