Capítulo 348 – Problemas
Elena
Assim que saímos do quarto, Ben assumiu a frente com aquela cara de decidido, como se estivesse certo do que tinha que ser feito, mas também não escondia a preocupação no olhar. O que era compreensível, estamos sob ataque novamente, e ele deixou para trás a mulher e a filha recém-nascida.
— Vamos começar pelo térreo. — ele disse firme. — Se tem algo acontecendo, a gente descobre por lá.
Concordamos, e logo nos separamos. Ben seguiu com a Jane. Sara foi com Amira. Eu fiquei com a Iris. Era até engraçado pensar nisso: duas mulheres andando em silêncio por um corredor de hospital, com armas escondidas sob as blusas, como se fôssemos só mais duas acompanhantes de paciente, eles estavam tendo mais um dia normal e nós também.
De repente, o barulho nos cortou como uma lâmina. O estalo seco, metálico. Depois, tudo apagou. As luzes, os sons, até o fôlego pareceu sumir por um segundo.
— Que merda é essa? — Iris perguntou, já puxando a arma.
— Problemas. — respondi e ela me olhou séria.
— O que quer fazer, recuar ou avançar? — Iris me perguntou.
— Avançar sempre, vamos lá abater esses cretinos. — eu mal terminei de falar, e como assombrações sendo invocadas os Blacks surgiram pelos dois lados do corredor.
E então, o inferno começou.
Gritos ecoaram quando médicos, enfermeiros e pacientes se espalharam tentando fugir. Mas os filhos da puta não ligavam. Atiravam sem mirar, sem hesitar, sem se importar em quem acertavam. Era só caos, sangue e pólvora.
Era cena de filme, só precisava decidir se era ação ou terror.
— Vai, Lena! — Iris gritou, já abrindo fogo.
E meus tiros foram certeiros. Dois caíram com bala no peito, um terceiro rodopiou antes de bater contra a parede. Iris não ficou atrás: fria, rápida, sem desperdiçar munição.
— O FBI está te perdendo, garota! — gritei, descarregando contra outro. — O Alex vai adorar te ter na Elite. — Ela riu em meio ao barulho ensurdecedor.
— Eu já sou contratada pela senhora Sterling! Pertenço à “Nata”. — me respondeu com um sorriso.
Não pude evitar rir também, mesmo no meio daquela merda. Mas o riso durou pouco. Dois caras avançaram sobre Iris quando ela ficou sem tempo de recarregar. Ela foi rápida, desarmou o primeiro com um golpe seco, girou a arma dele contra o outro e atirou. Mas eles não caíram fácil. Vieram para cima com socos e facadas.
— Iris! — avancei, chutando um contra a parede, atirei no joelho do outro e o finalizei com uma bala na testa. O sangue respingou no meu rosto, mas eu não tinha tempo para nojo. Era sobreviver ou morrer.
Lutamos como se tivéssemos nascido para aquilo. E, para ser sincera, nascemos mesmo. Punhos, joelhos, coronhadas. Cada golpe era visceral, real, carne contra carne. E quando finalmente achamos que tínhamos tudo sob controle, cinco novos Blacks surgiram. Armas erguidas, sorrisos podres nos rostos.
— Duas mulheres lindas como vocês não deviam morrer sem antes nos dar um pouco de diversão, o que acham? — um deles debochou e eu revirei os olhos.
— Ah, por favor… — rebati com desdém.
— Olha só, Bob, ela ainda está pedindo por favor. Que tal eu com a loira e você com a morena? — ele perguntou ao parceiro e todos eles riram.
— Que tal eu enfiar uma bala no seu rabo, e outra nessa sua boca imunda. — Minha amiga retrucou irritada.
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