Alexander
Quando Jordan encontrou Evelyn, não senti alívio, senti medo. Medo de não chegar a tempo, de alguém pegá-la, machucá-la... Benjamin seguiu em um carro, enquanto Jackson e eu fomos em outro. Meus homens já estavam todos espalhados pela rua, caçando aqueles malditos que ousaram seguir a minha mulher.
Dei ordem para Jackson não ir pela frente, mas sim pelo outro lado. Algo dentro de mim me dizia para fazer isso. Sempre fui um cara espiritual, e minha intuição raramente falhava.
Meus olhos a encontraram. Desci do carro sem aviso e fui em sua direção. Ela não me reconheceu de imediato, mas quando o fez, seu alívio espelhou o meu. Ela estava bem. Ela estava comigo.
Mas eu não gostava quando minhas ordens eram ignoradas. E Evelyn tinha esse hábito maldito de me desobedecer.
Seguimos em silêncio de volta ao hotel. Mal me dirigi a ela e, claro, aquilo começou a incomodá-la.
Dei minha última ordem a todos, e então Evelyn e eu subimos para o nosso quarto. Ela foi direto para o banheiro, e eu fiquei ali, esperando.
Minha cabeça dizia que ela merecia o que todos que me desobedecem recebem. Mas o meu coração... ah, esse maldito coração, que batia descompassado toda vez que ela estava por perto... Esse só queria abraçá-la e nunca mais soltar. Queria protegê-la de tudo e de todos.
Mas eu não cheguei onde cheguei ouvindo meu coração. Então, quando ela continuou me ignorando, achando que o que fez era algo normal... eu gritei.
Como gritaria com qualquer subordinado.
— Evelyn! — O pânico se estampou naquele rosto lindo. E ela correu para o banheiro, chorando. Escondendo-se de mim.
— Evie... — Tentei dizer da forma mais suave possível.
— Me desculpa... — Encostei a testa na porta. Ouvia seu choro abafado. Ela tentava esconder, mas eu ainda a escutava.
Chamei por ela mais algumas vezes, mas fui ignorado.
Alexander Sterling, o homem que todos temem, o que chamam de Ceifador, queria arrombar aquela porta, fazê-la me ouvir...
Mas o Alex dela...
Esse queria esperar. Queria que ela abrisse a porta por vontade própria. Queria consolá-la. Prometer que nunca mais faria aquilo.
O Alex venceu.
Sentei-me no chão, encostando a cabeça na porta. Eu odiava Brandon, mas naquele momento... eu era tão cretino quanto ele foi. Soube o que tinha acontecido assim que meu grito ecoou pelo quarto.
Me lembrou Rachel...
E todas as vezes que a encontrei desesperada, chorando por Brandon, por algo que ele disse, por algo que fez...
Minha Rachel...
Coloquei a mão sobre a porta, como se ela pudesse sentir o quanto eu estava arrependido.
— Me perdoa, Evie... Eu não devia ter gritado... — suspirei. — É que estou tão acostumado com todos fazendo o que eu digo...
— Aí veio você... entrou na minha vida... e nunca me obedece...
Ouvi um leve movimento do outro lado. Levantei num pulo.
O trinco da porta girou, mas ela não abriu.
Respirei fundo e entrei no banheiro.
Ela estava sentada a uma certa distância.
Sentei-me do outro lado. Apenas olhei, esperando que permitisse me aproximar.
— Me desculpe. — Sua voz saiu num sussurro. — Não saí pra te afrontar... só queria me distrair com as meninas e... — ela suspirou, desviando os olhos de mim — comprar algo que me fizesse sentir bonita. Queria te surpreender.
Me senti um completo babaca.
Ali estava ela... se desculpando. De novo.
— Não precisa se desculpar. — Minha voz saiu mais dura do que eu pretendia. — Prometo não alterar mais o tom... agora que sei o que isso te causa.
Ela levantou a cabeça para me olhar.
— O que quer dizer? — perguntou, e notei a confusão em sua voz.
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