Capítulo 360 – Quem eu quero enganar
Jackson
Minha cabeça estava a mil por hora. Minha mulher e meu filho corriam risco de vida, na verdade, minha família inteira. Só eu sei o que passei quando a vi presa naquele avião com uma bomba a bordo. E agora isso.
E o pior de tudo é que nunca eles me escutam, muito menos a minha mulher. Na realidade, ela é sempre a primeira a bater de frente comigo, a me fazer de idiota. Quando isso acabar, nós dois teremos uma conversa que venho evitando há um bom tempo.
Ela quer colocar a vida dela em perigo? Ótimo! Não vou mais falar nada, mas colocar a vida do MEU FILHO em perigo dessa maneira por teimosia? Nunca mais.
— Cara, você precisa se acalmar — Brady me disse, parando ao meu lado.
— Me acalmar? Se a sua irmã tivesse me ouvido, pelo menos dessa vez, nada disso teria acontecido.
— Jack, eu te entendo. Eu também não queria que Alessa estivesse aqui, mas e a Rosa? Eles atacariam o hospital de qualquer jeito — ele tentou argumentar.
— Com certeza, e nós teríamos vindo até aqui, resgatado nossa cunhada e sobrinha, e uma hora dessas já estaríamos em casa, rindo e bebendo uma cerveja.
— Quem garante isso, cara?
— Eu garanto, Brady, e você sabe disso! A Jordan nunca pensa, ela simplesmente age e, pra ser sincero, eu estou cansado disso.
— Do que você está falando? — me perguntou, confuso.
— Nada que seja você quem tenha que ouvir. Como disse antes, o tempo está passando. — Puxei os lençóis que estavam na cama, antes de virar para ele e concluir. — Vamos acabar com isso para que eu possa pegar meu filho e ir embora desse inferno.
Com os lençóis em mãos, segui até a sala onde as meninas já tinham começado a fazer a corda.
— Acho que esse é o suficiente — Iris disse.
— Vamos fazer umas duas reservas, para garantir — Alex ordenou e elas somente concordaram.
— Acho que dá pra testar essa, alguém precisa descer primeiro — Sara informou.
— Eu vou — respondi sem hesitar. — Testo meu peso na corda e a firmeza da fachada. Precisamos ter certeza que ela é de concreto e vai nos aguentar.
Todos assentiram, e logo eu já estava na janela com Alex e Brady segurando a corda pra mim.
— Não são tantos metros, vamos ver se a corda aguenta. Cronometra um minuto pendurado, e depois pula, fazemos os testes de uma vez só — Alex disse e eu assenti.
Me apoiei no parapeito, depois agarrei a corda, e, como combinamos, contei um minuto enquanto os caras seguravam. O pano não cedeu ao meu peso, e os nós se mantiveram intactos. Balancei duas vezes, e as cordas ainda estavam inteiras, então pulei.
— Merda! — xinguei.
— Tudo bem? — Alex perguntou.
— Sim, é de concreto. Os céus nos amam — eu disse e os caras riram.
— Entra lá e começa a trazer as meninas — Alex mandou e logo me levantei e pulei as janelas. Entrei na sala de segurança que era exatamente igual à do andar de cima, abri a porta e passei pelo posto médico.
— Que merda — murmurei, olhando para o chão e vendo os corpos espalhados. Ouvi um barulho e me virei em direção ao som. Uma porta se abriu e de lá saiu a mulher mais linda do mundo. Ela correu até mim e pulou em meu pescoço, mas, mesmo sendo linda, sendo o amor da minha vida, eu ainda estava magoado. Então fiz uma coisa que ela percebeu na hora.
Não correspondi ao seu afeto.
— Amor… — ela sussurrou, ainda abraçada a mim.
— Não temos tempo, Jordan, seus irmãos estão esperando para começar a levá-las lá pra cima.
— Jordan?! — ela perguntou, confusa.
— Onde está o pequeno Jack? — Tentei mudar de assunto. Antes de ela me responder, Giuseppe saiu do quarto e algumas meninas vieram atrás.
— Jack — ele me cumprimentou.
— Peppe, os caras já estão esperando. Precisamos ser rápidos.
— Vou chamar as outras meninas — Lila anunciou e correu para dentro.
— Como vamos fazer? — Evie me perguntou.
— Fizemos uma corda, e vamos subir vocês por ela. Precisamos de lençóis, ou algo mais forte, não sei, para amarrarmos os bebês em vocês — respondi a ela.
Sentia os olhos de Jordan em mim, mas não dei o braço a torcer e, cara, estava sendo difícil. Mas não podia ceder a ela, não hoje, não agora. Porque sempre sou eu quem cede.
Aline ajudou Rosa, enquanto Cat trazia Aurora. Giuseppe estava com a pequena Maria no colo.
— Oi, Tio Jack! — ela me disse animada.
— Oi, minha gatinha — respondi, dando um beijo em sua testa. — Peppe, vamos começar com ela, depois os bebês, a Rosa e o restante de nós.
— Perfetto, Jack — ele me respondeu e nós dois seguimos até a sala.
— Acha que isso aguenta nós dois? — ele me perguntou.
— Sim, é de concreto, não vai ceder. Mas não vamos os dois, eu vou sair e você me entrega elas — ele concordou com um aceno.
— Jack… — Jordan me chamou, mas não respondi. Sentei na beirada da janela, depois pulei na fachada e Peppe me entregou a Maria. A pequena olhou para cima e viu Alex e Brady.
— Oi, tio Alex, oi, tio Brady.
— Oi, gatinha — os dois responderam.
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