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Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 52

Alexander

Faz exatas três semanas que Evelyn saiu do hospital. Na primeira semana, voltamos apenas para avaliar o curativo e ver se ainda era necessário mantê-lo. A cicatrização dela estava indo bem, então foi retirado. Continuamos cuidando da região, mas sem gases ou curativos. E hoje é sua consulta de retorno, para o médico avaliar seu estado e sua recuperação.

Depois da festa de boas-vindas, Evelyn decidiu ir até a casa dos Anderson contar que estávamos juntos. Claro que Robert não aceitou de imediato. Enquanto Susan nos apoiou, disse que Brandon não iria querer vê-la infeliz, e que se eu a fazia feliz, então ela também estaria. Robert pediu que Evelyn buscasse suas coisas em sua casa. Aquilo mexeu com minha garota, como se ele quisesse cortar de vez o vínculo com ela.

Robert era amigo do seu pai e, de certa forma, depois que o pai dela morreu, Evelyn transferiu esse papel a ele. E agora, era como se o perdesse novamente. Conversei com eles e disse que buscaríamos suas coisas assim que o médico a liberasse. E estou torcendo para que seja hoje.

Preciso conversar com ela sobre o que Schmidt falou. No dia em que voltou do hospital, Evelyn me disse que confiava em mim mais do que em qualquer pessoa. E eu jamais quebraria essa confiança. Disse que descobri muitas coisas, mas que contaria no momento certo, quando ela estivesse pronta. Porque eu sei que... isso vai destruí-la.

— Amor, você não precisa ir comigo. Amélia e Jordan se ofereceram para me acompanhar.

Evelyn disse enquanto se arrumava no banheiro. Encostei no batente da porta e a encarei pelo espelho.

— Não comece uma briga que você não vai ganhar.

Fui em sua direção, envolvendo-a pela cintura.

— Não estou começando uma briga, só estou dizendo que posso ir com outra pessoa. Eu ouvi sua conversa ontem à noite e sei que precisa estar na empresa.

Ela se virou para mim, envolvendo os braços ao redor do meu pescoço.

— Eu não gosto da ideia de estar te atrapalhando.

Desci meus lábios até seu pescoço, depositando um beijo ali, a fazendo estremecer na hora.

— Você nunca me atrapalha, meu amor.

Ela suspirou ao ouvir a forma como a chamei. Nós expandimos nosso vocabulário carinhoso. Eu estava me tornando aquilo que mais temia na vida: um daqueles caras melosos, apaixonados. Só pedia a Deus para não começar a falar com aquelas vozes irritantes, porque aí sim seria o fim.

O caminho até o hospital foi tranquilo, mesmo ela insistindo que outra pessoa poderia tê-la acompanhado, assim ela não me incomodava. Chegamos e fomos logo atendidos. A enfermeira a encaminhou para alguns exames. Assim que terminou, seguimos até o consultório do Dr. Brown. Ele disse que ela estava indo muito bem, mas que a cicatrização interna ainda não havia acontecido, e provavelmente levaria mais duas semanas até a alta. Um balde de água fria em mim.

Eu não queria a alta só para contar a verdade e para encontrarmos logo esse cofre e nos livrarmos das merdas do Brandon. Também queria porque tinha adiado minha ida à Espanha. As coisas por lá só pioraram no último mês. Descobri que um cliente meu foi diretamente afetado pelos esquemas do Brandon. Mas não há a menor chance de eu viajar sem minha mulher. Ficar longe, dormir sem ela, sem seu cheiro, seu toque... Não dá.

Droga!

Eu realmente me tornei esse tipo de cara.

— O que está te distraindo tanto?

Evelyn perguntou, colocando a mão em minha perna. Tentei focar no trânsito, porque ultimamente qualquer toque dela estava me deixando louco.

— Nada importante.

Respondi seco. Ela me olhou, arqueando a sobrancelha.

— Esse é seu jeito gentil de dizer: “não é da sua conta”?

Perguntou no mesmo tom, tirando a mão da minha perna e se virando para a janela. Ultimamente, eu estava pisando em ovos com ela. Desde que foi baleada, seus gatilhos têm piorado. O amor por Brandon virou ódio, e isso intensificou suas crises. Insisti para que procurasse a Naomi, mas como sempre ela evita essa conversa. E eu... Não a forço.

— Amor...

A chamei suavemente, mas ela me ignorou. Não queria preocupá-la, nem que se sentisse, um peso ou culpada como sempre. Mas também não queria que se sentisse sem importância. Porque, a verdade, é que ela é a pessoa mais importante da minha vida.

— Pode, por favor, olhar para mim?

Ela virou na hora. Evelyn sabia das minhas dificuldades, e uma delas era o “por favor”...

— Um dia antes de você ser baleada, surgiram coisas importantes na Espanha. E eu não quis viajar sem você. Era sua primeira semana na galeria...

Suspirei antes de continuar, mas mantive os olhos na estrada.

— Se eu não fui antes do que aconteceu com você, depois é que não iria mesmo. Mas já faz um mês, e as coisas por lá pioraram.

— Então eu realmente estou te atrapalhando?

— Apaixonado por você.

Eu já tinha admitido isso pra mim mesmo, e até para Amélia. Mas para ela? Nunca. No fundo, eu tinha medo que não sentisse o mesmo. Então até o dia de hojra, havia guardado pra mim.

— O que isso significa?

Perguntou num sussurro.

— Que eu te amo.

Disse sem rodeio, com toda verdade contida em cada palavra. Ela ficou paralisada, e por um instante me arrependi de ter dito. Agora era minha mão que tremia, meu coração batia descompassado.

— Você... você me... me ama?

A voz dela era um murmúrio. Dei um beijo suave em seus lábios.

— Amo. E nem sei explicar o quanto. Mas é pra caralho.

Ela soltou uma risadinha pela forma como falei.

Agora foi ela que segurou meu rosto com as mãos, me deu um beijo suave e disse:

— Eu também te amo. Pode ser que não acredite, mas eu amo. E, ao contrário de você, eu sei explicar o quanto. É mais do que amei qualquer pessoa na minha vida, mais do que você possa imaginar.

Senti uma lágrima escorrer do meu rosto. Evelyn era a única pessoa no mundo que me desarmava desse jeito. Sentir isso por ela era maravilhoso... mas também me assustava pra caralho.

Mas o que importava agora é que ela sabia.

E eu também sabia.

Ela me ama.

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