Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 53

Evelyn

Minha cabeça era um turbilhão. Se afastar de tudo já era ruim… mas ser afastada era ainda pior. E foi exatamente isso que os Anderson fizeram: me tiraram de perto, me afastaram deles.

Os últimos acontecimentos me deixaram em frangalhos. As crises de ansiedade vieram com força. Meus surtos do começo, de quando conheci Alexander, pareciam brincadeira perto do que estou enfrentando agora.

Ainda não me sentia pronta para ver Naomi, como Alex queria. E, mesmo assim… ele continuava sendo tão compreensivo, tão acolhedor, tão carinhoso. Deus, como eu amo esse homem. No início, quando esse sentimento começou a crescer dentro de mim, eu duvidei. Seria mesmo amor? Eu não queria reviver o que passei com Brandon, a ilusão de algo que nunca existiu. Ou, se existiu, foi só na minha cabeça.

Mas agora já não dá mais pra negar: esse sentimento só cresce. A cada dia, a cada toque, a cada gesto.

Ainda assim, há outro sentimento que me consome. Um que, por mais que eu tente, não me abandona.

Culpa.

Ela me ronda de tantas formas… Culpa por me envolver com Alexander tão rápido. Por ver os Anderson magoados com meu novo relacionamento. Por todas as vezes que Brandon fez o que fez e eu não reagi. Me sinto culpada por ter deixado chegar a esse ponto, por essas crises… como se tudo fosse minha culpa. Por não enxergar quem ele realmente era.

Mas o que mais me entristece é o medo de ser um peso para Alexander. De ser, de fato, o problema que Brandon deixou para trás… e que agora arrastou ele junto.

Quando saímos do hospital e percebi Alexander distante, distraído, eu soube. Algo o incomodava. E então ele me disse o motivo:

— Eu não quis viajar sem você… depois, não iria mesmo. E as coisas pioraram.

Suas palavras foram entrando como uma lâminas em meu peito.

Ele estava deixando tudo por minha causa. Me lembrei do dia em que ele disse, em meio a uma das nossas discussões:

— Um problema maior que você.

E eu ainda sou um problema. Ele não deveria parar nada por mim… Eu não merecia isso.

Minhas mãos começaram a tremer, meu corpo inteiro também. O carro parecia estar se fechando ao meu redor. Meu coração batia descompassado, minha respiração acelerada, como se o ar não fosse suficiente.

Mas Alex… sempre ele. Parou o carro, me pegou no colo e fez a declaração mais linda que alguém poderia ouvir. Aquele homem letal estava ali, bem na minha frente, se desmontando por mim.

— Amo. E nem sei explicar o quanto. Mas é pra caralho.

— Eu também te amo. Pode ser que você não acredite, mas eu amo. E, ao contrário de você, eu sei explicar o quanto. É mais do que amei qualquer pessoa na minha vida, mas do que possa imaginar.

Assim que as palavras saíram da minha boca, eu o beijei. Com todo o meu amor.

Seguimos para casa, e sua declaração ainda ardia quente na minha mente. Quando chegamos, ele disse que precisava ir para a empresa. Eu o tranquilizei, dizendo que ficaria bem.

Sei que ele tem medo de que eu tenha outra crise, mas reuni toda a minha força para acalmá-lo, e acho que consegui. Entrei no nosso quarto, peguei meu caderno. Depois de Alexander, desenhar era o que mais me acalmava.

Mas, para minha tristeza, o papel acabou. Voltei para a sala e fui atrás de Amélia.

— Evie, minha querida, precisa de alguma coisa? — disse ela, assim que entrei na cozinha.

— Acabou meu papel. Estava pensando se o Lucas poderia me levar até uma papelaria.

— Ah, querida, diga a ele o que precisa e ele busca pra você — respondeu ela, sorrindo.

— Bem, o papel precisa se encaixar no meu caderno. Por isso, o ideal é que eu mesma vá comprar. Se ele puder me acompanhar, agradeço. — sorri de volta.

Provavelmente a ideia de mandar Lucas em meu lugar vinha do receio de Alexander não gostar. Para evitar qualquer problema, peguei meu celular e enviei uma mensagem rápida para ele… mas não esperei a resposta.

Lucas e Amélia sempre foram tão prestativos e atenciosos comigo. Ambos decidiram me acompanhar. Amélia não escondia a felicidade pelo meu relacionamento com Alex. Chegou até a me confessar que ele lhe disse que me amava enquanto eu ainda estava no hospital. Senti meu rosto esquentar com a lembrança da declaração dele de mais cedo... "Amo."

O caminho até a papelaria não era longo. A cobertura ficava numa área privilegiada de Houston, com muitos estabelecimentos por perto. Assim que chegamos, Amélia e eu descemos, enquanto Lucas foi procurar uma vaga para estacionar.

— Evie, vou aproveitar e pegar algumas flores. Nos encontramos aqui na frente daqui a pouco — disse ela.

Assenti e entrei na papelaria. Uma moça muito simpática me atendeu, e consegui pegar tudo o que precisava. Mas, ao procurar meu cartão para pagar, percebi que estava sem o celular.

“Droga! E se o Alex tentar falar comigo…”

Evitei prolongar a conversa com a vendedora, paguei rapidamente e saí da loja. Estava parada no ponto de encontro com Amélia, perdida em meus pensamentos. Quando ouvi alguém me chamar:

— Evie?!

Virei-me. Era Tom. Eu não o via desde o enterro de Brandon, mais de dois meses atrás.

— Tom!

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