Alexander
Tive uma noite péssima. Praticamente não preguei o olho, enquanto minha mulher dormia feito um bebê.
O fato de estarmos no quarto que um dia foi dela e do Brandon… não ajudava.
Mas o que realmente me incomodou a noite inteira… foram as palavras dela:
“Ele me quer.”
Clamei a Deus para que meus pensamentos estivessem errados. Que tudo aquilo fosse só fruto do cansaço… ou do estresse.
Evie se levantou, se trocou e desceu para preparar o café.
Eu estava terminando minha higiene quando meu telefone tocou.
Fui até o criado, peguei o aparelho e suspirei antes de atender.
— Chen.
— Chefe, surgiu um problema.
— Sem enrolação, Chen. Seja direto. — minha voz saiu carregada de autoridade.
— Descobrimos um pessoal que trabalhava para o Brandon.
Ouvi atentamente.
— Chefe... as coisas só pioram. Descobri com os homens dele que Enzo Mancini quer a cabeça do Brandon.
— Por que não estou surpreso que ele estava envolvido com a máfia? — bufei.
— Alguém precisa informar ao senhor Mancini que o maldito já foi morto.
— Ele sabe disso.
— Então não entendi. O que ele pretende? Vir aqui, violar o túmulo e arrancar a cabeça do maldito? — falei com ironia.
— É isso que estou tentando descobrir. Mas talvez eu precise de sua ajuda. Você teve um bom relacionamento com a família Mancini, ajudou com aquele problema com os Morozov...
Ponderei por um instante.
— Enzo ainda está em Ibiza?
— Sim.
— Certo. Em dois dias, viajo para a Espanha. Farei minha primeira parada aí.
— Ok. Mas chefe… tem mais uma coisa.
— Desembucha, Chen.
— O informante disse que Brandon estava escondendo a garota porque alguém muito importante estava atrás dela.
— O que isso quer dizer?
— Foi tudo o que ele descobriu. Mas a garota escondida…
Chen fez uma pausa antes de concluir:
— Era a Jordan.
Meu coração acelerou.
Já não bastavam os malditos que Brandon deixou atrás de Evelyn… agora Jordan também?
Conversamos mais um pouco. Ele me passou os detalhes e encerramos a ligação.
Saí do quarto…
E o que vi me fez travar no corredor.
Jordan estava em frente à porta, nos braços do Jackson.
Seus lábios colados.
Seus corpos encaixados.
E o olhar dela...
Era o mesmo que Evelyn tinha quando olhava pra mim.
Fechei as mãos em punhos. O sangue ferveu.
Eles se afastaram quando notaram minha presença.
Jackson ergueu a cabeça, me encarando.
Mas Jordan…
Ela continuou ali, firme.
Os olhos cravados nos meus.
Como se dissesse: “não me arrependo.”
— Que porra é essa? — minha voz saiu grave, cortante. Aquela que ninguém ousa enfrentar.
Jackson deu um passo à frente, mas Jordan foi mais rápida:
— Não se atreva, Alexander. Já te disse ontem: com quem eu me relaciono não é da sua conta!
— Você não faz ideia do que está fazendo, garota. — o gelo na minha voz era suficiente pra congelar o inferno.
— Ah, faço sim. Só que você não é meu pai, não é meu dono e não tem o direito de controlar com quem eu me envolvo.
Cruzei os braços. Estreitei os olhos.
— Eu sou o homem que salvou sua vida. O cara que colocou Reynolds para trabalhar com você, não pra te comer.
— Não seja escroto, Alexander! — Ela gritou
— Escroto? O que você acha que um cara da idade dele vai querer com uma garotinha como você?
— Tá maluco, Alex? Porra, você me conhece! — Jackson rebateu, firme.
— Conheço. E sei que não namora, não se envolve com ninguém.
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