Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 90

Evelyn

Eu ainda estava digerindo tudo o que Alexander me contou.

Mas uma pergunta martelava na minha mente:

Por quê?

Por que Alex via Brandon como um inimigo?

Ainda estávamos no carro.

A garagem seguia silenciosa.

Eu permanecia no colo dele, com o rosto encostado em seu peito.

Podia sentir seu coração batendo forte.

Os braços dele envolviam minha cintura, e sua cabeça descansava sobre a minha.

Ele ainda não tinha respondido minha pergunta.

Na verdade, depois de tudo o que ele revelou hoje, eu nem queria forçá-lo a dizer mais nada.

Talvez... o ideal fosse dar a ele um tempo.

— Amor? — chamei suavemente.

— Quer subir? A gente toma um banho, descansa um pouco...

Senti seus braços apertarem mais ao meu redor, me puxando ainda mais pra ele.

— Depois do que aconteceu com a minha pequena, voltei pra Síria. Nós cinco.

Alex voltou a falar.

Antes havia dor em suas palavras.

Mas agora… havia algo ainda mais profundo.

Um sofrimento velado.

Uma mágoa sem cura.

— Brandon tinha me perdoado pela delação.

Estava namorando minha irmã.

E eu… eu tinha virado o verdadeiro demônio.

Não sabia expressar minha dor... a não ser causando mais dor.

Meu coração apertou ao ouvir isso.

Alex era sofrimento puro.

Hoje, eu entendo exatamente o motivo de ele ter se fechado por tanto tempo.

— Eu nunca culpei a Rachel pelo que aconteceu.

Mas, assim como foi difícil pra mim...

Foi pra ela também.

Alex suspirou.

— Brandon foi importante pra ela nesse processo.

Rachel se apegou a ele de uma forma que me assustava.

Era como se ele fosse o ar que ela respirava.

Como se, pra ela... não houvesse vida, se não houvesse o Brandon.

As palavras dele me atingiram em cheio.

Antes de descobrir que Brandon nunca me amou...

Era exatamente assim que eu me sentia.

— Depois da morte da Sophia, Brandon quase nunca ficava em missão.

Solicitava retorno. Inventava desculpas.

Suas saídas programadas eram dedicadas à minha irmã... e a viagens.

Tom dizia:

“Ele só quer estar com a Rachel.”

— Brandon dizia que a amava.

E por um tempo… eu acreditei.

Talvez porque queria acreditar.

Talvez porque precisava disso pra não desmoronar de vez.

— Precisava da certeza de que Rachel tinha alguém.

E que estava bem.

As palavras dele estavam carregadas.

Mas o que me arrepiava não era o que ele dizia.

Era como ele dizia.

Como se cada lembrança o empurrasse pra um buraco do qual ele nem sabia se queria sair.

— No começo... era tudo flores.

Ele a mimava. Fazia surpresas.

Rachel sorria o tempo todo.

Era como ver o sol entrando na casa depois de uma longa tempestade.

— Mas, aos poucos... as pétalas começaram a cair.

Fechei os olhos, tentando não imaginar o que viria a seguir.

Mas minha mente já corria.

Porque eu sabia como isso começava.

Sabia o gosto da ilusão antes do tombo.

— Dois anos se passaram desde a morte da Sophia.

Voltei pra casa em uma dispensa programada.

Nosso tenente sempre nos permitia sair juntos.

Mas Brandon já não fazia mais parte da equipe.

Vivendo de advertências, ele simplesmente... sumia.

— Era o aniversário de 17 anos da Rachel.

Brandon não estava.

Conseguiu uma licença médica e foi pra Europa.

— Notei minha irmã estranha. Distante.

No começo, achei que era saudade.

Mas o apego emocional que ela criou nele... era surreal.

Alex parou de falar por alguns segundos.

Enterrou o rosto na curva do meu pescoço.

Comecei a acariciá-lo.

Odiava vê-lo assim, tão vulnerável.

Ele levantou a cabeça e voltou a falar.

— Amélia começou a se preocupar.

Ela me deixava a par de tudo.

Foi aí que decidi pedir licença.

Meus imediatos odiaram. Não queriam aceitar.

— Mas eu já tinha perdido uma irmã…

Não iria perder outra.

A voz dele embargou.

— Jackson e Benjamin conseguiram sair também.

Thomas decidiu ficar.

E Brandon…

Bom, Brandon já era um caso perdido pros Rangers.

— Só não entendia, na época, por que a corporação ainda o mantinham.

Mesmo tão ausente.

Alex encostou a cabeça no encosto, fechou os olhos.

— Comecei a fazer serviços durante a licença.

Passava o dia fora.

Brandon também tinha conseguido licença.

E minha irmã... passava mais tempo com ele do que comigo.

— Ela começou a mudar.

Parou de sair. De conversar.

Estava sempre… nervosa.

Com medo de errar.

De dizer algo fora de hora.

De não agradar.

Minha respiração falhou por um segundo.

Senti o peso das palavras dele não só no ar...

Mas dentro de mim.

— Um dia ela apareceu com um roxo no braço.

Disse que tinha batido na quina da cama.

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