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Os Gêmeos inesperados do CEO romance Capítulo 103

Amber

"Sua sessão é às cinco," Leonardo avisou, sua voz rouca com a familiaridade que só o cansaço traz. Ele estava recostado nos travesseiros, sua postura relaxada contradizendo a preocupação nos olhos.

Eu ajustei a manga do meu casaco, tentando parecer mais confiante do que me sentia. "Eu sei. Mas você precisa descansar."

"Já descansei demais, se não fosse os pontos, eu faria o esforço."

"Nada de esforço, Leo. Você tem que se recuperar logo." Me sentei na beirada da cama.

Ele estendeu a mão, envolvendo a minha num aperto gentil. "Magnus ficará com você o tempo todo. Nada vai acontecer, prometo."

Assenti, forçando um sorriso enquanto me afastava. "Eu sei que vai." Me aproximei lhe dando um beijo terno e me afastei. "Até mais tarde."

Caminhei até a sala de jogos, onde os risos das crianças ecoavam. Fui recebida por uma cena incomum: Eleonora e Tomaso, os pais de Leonardo, estavam sentados no chão com Bella e Louis. Os dois pequenos pareciam à vontade, como se sempre tivessem tido avós. Bella explicava algo enquanto Louis concentrava-se em empilhar blocos coloridos.

"Vou sair agora," anunciei, minha voz entrecortada pela estranheza daquele momento. Não estava acostumada a ter ajuda. Por anos, tudo tinha sido responsabilidade minha, ninguém para dividir as noites em claro, os choros e as risadas.

Eleonora ergueu os olhos e sorriu. "Não se preocupe, Amber. Nós cuidaremos deles."

"Sim," Tomaso concordou. "Eles estão em boas mãos."

Assenti, agradecendo silenciosamente antes de me retirar. Havia algo profundamente desconfortável naquela cena, mas também reconfortante. Talvez eu precisasse de mais tempo para me acostumar.

Do lado de fora, Magnus já me esperava ao lado do carro. Ele inclinou a cabeça em um aceno discreto antes de abrir a porta para mim.

"Como está se sentindo?" ele perguntou assim que me acomodei no banco traseiro.

Olhei pela janela enquanto o carro se afastava. "Nervosa," confessei. "Fiz terapia por três anos e nunca funcionou. Por que seria diferente agora?"

Magnus manteve os olhos fixos na estrada, sua voz firme, porém calma. "Porque aquela mulher não era uma terapeuta. Peter a enganou, como fez com tudo."

Suspirei, apertando os braços ao redor do meu corpo. "Ainda assim, eu deveria ter conseguido alguma coisa. Alguma memória. Desde que Leonardo reapareceu em minha vida, eu tenho mais lembranças do que quando estive com Peter, mas ainda assim, elas parecem vagas demais."

Ele balançou a cabeça em desacordo, mas não insistiu. Eu sabia que ele não concordava, mas estava cansada de discussões. Minhas dúvidas eram minhas companheiras mais antigas.

Olhei para o chão por um momento antes de responder. "Sou Amber Bayer. Mãe de gêmeos. Ex-funcionária do senhor Martinucci. Mas acho que isso não é tudo o que sou."

Ela sorriu, um gesto encorajador, mas que não dissipava minha ansiedade. "Vamos tentar algo diferente hoje. Preciso que feche os olhos e deixe seu corpo relaxado, se sentir a vontade, pode se deitar." neguei com a cabeça e ela concordou. "Não tenha medo, não farei nada para lhe machucar, vou deixar que você e seu corpo comandem a sessão, dando apenas instruções, tudo bem?"

"Sim." respirei fundo e fechei os olhos, tentando me manter tranquila.

A voz dela mudou, ficando mais baixa, quase hipnótica. "Imagine uma escada. Vamos descer juntas, degrau por degrau..."

Conforme obedecia, meu corpo ficou pesado, como se estivesse afundando no divã. A cada número que ela contava, sentia o mundo à minha volta desvanecer. "Agora, mergulhe mais fundo. A cada degrau, você se aproxima da verdade..."

As palavras dela começaram a se fundir com os sons do meu coração batendo. Sentia o calor de um fogo distante, o eco de risos que não conseguia identificar. Então, tudo escureceu.

Nada.

Era como cair em um abismo sem fim. Minha mente parecia presa em um lugar onde não havia luz, nem som, apenas um silêncio opressor. As memórias que eu desejava pareciam se esconder ainda mais fundo.

E, nesse vazio, o medo tomou conta.

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